Poesia, Filosofia de boteco, Observações do Cotidiano e o que mais vier p´ro mundo da lua! ;)
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CONSIDERAÇÕES SOBRE O BLOG :1 - Viva a liberdade poética e a proteção aos direitos autorais!Toda vez que posto algo,indico autor. Se não o faço, é porque é a autora quem vos posta.2) Imagens? -Dr.Google. Exceções? Indico autoria. 2) -Poemas,velhos caducos que falam de tudo.NEM SEMPRE FALAM DO QUE SINTO! ... ***quem dera...***
* Por indicação da irmã, assisti "Frozen, uma aventura congelante", animação que fundamentalmente fala do amor entre duas irmãs e a força da coragem que o elo traz.
Poesia bem piegas, porque o amor não é mesmo elegante: é tolo.
Frequentemente ouço a expressão 'máquina' quando falamos em 'Estado', como a referir que o sistema é um aparelho engendrado e em funcionamento único. Bem, ontem, após a leitura de um edital de processo seletivo, isso ficou ainda mais latente: além de máquina, o Estado nos quer ...'peças'! Estamos cada vez mais 'coisificados'.
Exemplifico: Você não exerce a profissão que criou. O Estado determinou quais são as profissões que lhe interessam e, com sorte (muita sorte), você alcançou alguma que almeja ou é compatível com as suas aptidões. E, a não ser que tenha se esforçado muito para pagar a sua formação, é provável que esteja entre o seleto número que enfrentou a concorrência desleal da legião de administrados, prestando processos seletivos.
Vivemos em eternos processos seletivos, nós, peças desse maquinário. Isso quando não somos sumariamente excluídos. Por exemplo: existem editais quer requisitam preparo físico exaustivo e alto conhecimento técnico. Ora, conhecimentos que vão muito além inclusive dos bancos de graduação!
Com a leitura do edital de ontem, percebi que não sei a diferença entre flexões, a não ser que sejam nominais ou de verbo (rs), pois a moça até arrisca versos, mas 'apoios','corrida','natação', tudo ao mesmo tempo é coisa de triatleta, uma covardia da 'máquina', que agora quer 'multifuncionais'. Sim, 'multifuncionais', porque somado ao número de conhecimento científico das outras fases, o Estado precisa de triatletas altamente nerds (rs). E nos incutem a idéia de que fomos 'produzidos' para participar da dança.Ou melhor, da roda, porque não há espaço para a canção.
Mas estamos mesmo? Um dia, na ida para uma destas provas de seleção, uma moça em uma parada de ônibus parecia altamente em agonia,sozinha. Parei e ofereci transporte. Ela ficou tão assustada com a oferta, que aceitou receosa! Disse-me que não era do meu Estado e que aquela tinha sido a primeira gentileza que notou naquele lugar. Fiquei envergonhada. Não, não pelo meu Estado,mas pela raça humana, incapaz de reproduzir o que é de sua natureza: Afetividade.
Mas é que os conceitos alteraram muito da essência. Quanto mais 'peças', mais estamos disfuncionais como pessoas, de tanto concorrer 'funções'. E daí o individualismo, o olhar o mundo sob a ótica que 'convém', a colonização das culturas sobre outras culturas, a massificação do pensar e o etnocentrismo... tão 'modernos' quanto a 'máquina', que 'uniformiza' pessoas em soldados de guerra.
Por isso que é tão bonita a palavra.... 'subverter'. Ser muito gente, 'pessoa'...é a coisa mais subversiva que podemos fazer, hoje em dia.
Quase não tem esconderijo Ou perdas e danos... É de cortar a alma em tiras Sentir rasgar entranha em rimas E duvidar de toda a sina Sem explicação! é um juntar das mãos E orar silenciosamente à lida... espremer o sumo,beber em liquidez a vida... #
Para minhas flores, porque duvido que alguém tenha mais sorte que eu, minhas melhores amigas desde gita. <3 <3 <3 <3
Com frequência, leio conselhos virtuais do tipo " seguir em frente, esquecer o passado, etc".
Não entendo bem como funciona a logística de desenvolvimento interno que é levantada sob essas lentes do "só o agora", embora pense que 'o agora' é o que temos de mais importante, pois está bem sob as nossas mãos,olhos e possibilidades.
Porém, não percebo a vida com esta ótica, afinal, pessoas não são robóticas, coisas "zeráveis" e "reprogramáveis". O meu "agora" constrói-se de quem eu sou, e não dá para dizer quem sou se apagar de mim a minha história. Afinal, como poderia saber onde edificar se eu não conhecer as estruturas? Como não saber o que quero modificar se não reconhecer a antiga paisagem?
Parece-me que, quem opta pela 'amnésia histórico-sentimental', na verdade produz uma espécie de anestesia interna: como se apagar a própria essência fosse minorar a realidade de ser quem se é.
Sei lá, todos nós temos conflitos internos,relacionamentos que necessitam de cuidados e melhorias, reformas interiores, modificação de padrões de conceitos e preconceitos, enfim! um mundo de atribuições sobre a essência de ser humano. Aliás, costumo dizer que tenho medo do muito polido, daquelas pessoas que não perdem nunca o controle, a paciência, a razão. Porque nós somos muito humanos para sermos só uma face!
Pessoas são pessoas, composições efêmeras demais para fazermos qualquer juízo de valor.
Tenho vivido um momento de solidão, e é claro, olhado bem fundo nos meus abismos e decidido o que e como eu quero ser, dentro daquilo que já sou. Só posso fazer isso quando não esqueço,quando não apago, quando reconheço minhas próprias fragilidades.
Claro, a partir daí, tomar decisões positivas de encaminhamento interno. E, no meio disso tudo, ser grata. Muito grata à vida! Porque em tudo recebi e dei amor, agi com integridade e recebi de volta a mesma moeda. Mas além disso, mesmo no que me doeu, fui muito amada e amei demasiadamente.
Exercer a gratidão por cada dia desses trinta anos, por não ter perdido a doçura e a humanidade, nem achar a minha história um fardo maior do que é, pois em essência, sou muito feliz.
Amnésia? não,não. Trago meus afetos, bebo goles de lembranças na estrada, porque ainda há essa enorme vontade de caminhar e descobrir o melhor de mim ...em mim.
Acabei de reler o "Livro do Desassossego", de Bernardo Soares...e de me apaixonar à terceira lida pelo ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa, heterônimo complexo da estrutura de Fernando Pessoa!
Em "Livro do Desassossego", conheci mais de Fernando Pessoa que em qualquer outra obra do escritor e poeta a quem tanto aprecio e leio... e talvez um pouco mais de mim, tal é a inquietude silente que corrói Bernardo Soares em seus retalhos de desassossego: Vida,alma, amor, alucinações, perspectivas, digressões, física, metafísica, astral!
Aliás, nunca uma obra esteve tanto em um CD como Bernardo Soares no álbum "Alucinação", de Belchior. Finalmente encontrei a dupla sentimental entre poesia e canção de maneira rica e satisfatória, sem plágios.
É certamente a melhor leitura que passou pelo meu olhar no momento, então...se você tiver uma alma que é intranquila,apesar da superfície...leia o Bernardo Soares e sinta-se menos só neste mundo.
" Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir(...)
O tempo faz das inconsistências as respostas
concretas que a gente busca das nuances. Somos ávidos por respostas prontas, que só recebemos na construção do instante.
Temos
as mais variadas formas de sentir, ser, expressar. E quem dirá ou poderá
nortear os passos da nossa criança interior?Não há certezas, você nasceu feito de amor e
indagações que vão persegui-lo a vida toda: Quem sou? De onde vim? Quem me importa? Onde e em quem confiar? Com quem quero seguir?
Somos animais sociais, em essência. Formamos convicções, criamos
lendas, concebemos deuses. Guerreamos por concepções, lendas, deuses.
Guerreamos por espaço, por ordem, por ser quem estabelece a ordem, o senso de
certo e de incorreto.
Chamamos de “justiça”
coisas diferentes, a depender do lugar no qual fomos socialmente
inseridos. Encaramos amor, paixão, sexo,
amizade, honra e valores da maneira como fomos socialmente ensinados. E , ainda assim, não somos iguais nem mesmo dentro das mesmas bases sociais. E nessas diferenças, somos acréscimo, decréscimo, perdas e ganhos misturadas...um caos de percepções, absolutamente plurais! A bondade e a maldade, tudo em um único refratário. A forma como nos relacionamos e como queremos ser e vir a ser. Somos as escolhas que damos conta,também. Muito raros, muito raros, cada ser à sua maneira! Em cada
respirar ou movimento, somos o milagre, a grande arte do planeta. #
“Uma das minhas preocupações constantes é
o compreender como é que outra gente existe, como é que há almas que não sejam
a minha, consciências estranhas à minha consciência que, por ser consciência,
me parece ser a única.
(...)
Ninguém, suponho, admite verdadeiramente a
existência real de outra pessoa (...)
O que parece haver de desprezo entre homem
e homem, de indiferente que permite que se mate gente sem que sinta que se
mata, como entre os assassinos, ou sem que pense que se está matando, como
entre os soldados, é que ninguém presta a devida atenção ao facto, parece que
abstruso, de que os outros são alma também”.
(Bernardo Soares,in "Livro do Desassossego", p. 303)
Recentemente, ao ler um estudo sobre o
direito da liberdade de expressão, tive a grata surpresa de encontrar nos
livros de direito brasileiro o princípio da moderação das liberdades, tendo
como fundamento que os direitos fundamentais não são ilimitados, posto que
conviventes e de todos.
Sim,sim. Mesmo direitos precisam sofrer
limitações, ou quão perigosos seríamos, enquanto sociedade!
Na restrição destes direitos de
liberdades de pensamento e expressão, tão importantes para nossa democracia e
historicamente construída e defendida.
A Declaração Universal dos Direitos
Humanos, adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de
1948, em seu Artigo 19 garante que “toda pessoa tem direito à liberdade de
opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter
opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer
meios e independentemente de fronteiras.”
Após a Declaração Universal, muitos
outros instrumentos visaram à salvaguarda deste direito.
Entretanto, como nenhum outro direito,
nem mesmo o direito à vida, este não é um direito absoluto. O direito à
liberdade de expressão é limitado por outros direitos igualmente
consagrados, como o direito à imagem, à intimidade, à honra.
Desta forma, são impostas
responsabilidades e restrições ao exercício da liberdade de expressão.
Outra coisa importante que atenta à
limitação das liberdades é o que chamamos de discurso de ódio. Podemos
conceituar o discurso de ódio como
" (...) o discurso de ódio deve manifestar discriminação, ou
seja, desprezo por pessoas que compartilham de alguma característica que as
torna componentes de um grupo. Essas pessoas são referidas como inferiores, ou
ainda, parafraseando Waldron, são tidas como indignas da mesma cidadania dos
emissores dessa opinião(...)"
Bem, recentemente o discurso de ódio
tem ganhado amplo espaço no cenário internacional, embora a própria comissão
interamericana de direitos humanos já tenha se posicionado acerca do assunto, o
que não tem impedido o crescimento da postura fundamentalista. E por fundamentalismo, utilizo da forma mais ampla, compreendida no dicionário como
"Atitude de intransigência ou rigidez na obediência a determinados princípios ou regras. in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/fundamentalismo
Penso, sinceramente, que as pessoas só
se tornarão mais moderadas quando a tragédia bater às suas portas, o que é uma
pena. Principalmente porque, para bater na porta delas, talvez
passe pela minha.