terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Terça-feira Gorda




Deixo a flor do amor despetalar
E ir...Como o sol que cai
No fim de tarde alaranjado
Como o tempo que muda
Porque é outra estação...


Deixo-me ir com ele
A0 menos um pouquinho...
Só para essa tarde lembrar
Que a gente se amou.

Depois, renasço...

Afinal,
Nenhuma primavera é igual
Assim como nenhum dia,
Nem mesmo eu...

- A vida não é uma comédia romântica, afinal.

Mas é bela...
Colombina na janela contempla...


Sim, a vida é bela.
Com toda sua crueza, inconcretude,
dualidades: riso e dor
E também cada forma de ser amor...

Pessoas se afinam
Ou desafinam 
Feito canção. 
E isso é fato

Já não sou eu no retrato ao teu lado
É apenas meu rosto
Que, longe do cenário decomposto
Tem outros novos traços 

(Um vinco a mais no lábio
É a decepção)

Apesar disso, a banda vai passar
Tem tanta gente feliz pelas ruas
Eu também posso brincar e ir lá
Esquecer que o amor se vai
Feito o fim de tarde...

#
* Juntei um pouquinho da lenda do Pierrot e da Colombina ao Bloco de Sujos 'A Banda'.

LUZ!

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

Um amor dentro de um poema chamado 'Vida'.



A ti, que me lê...eu desejo um amor dentro de um poema chamado 'vida'.
Um amor que distinga de todas as demais pessoas do meio da multidão.
Que faça você se sentir "a pessoa". A maior e a única 'escolha'. 
O caminho e a rota de chegada.
Por um amor que chegue sem aviso e avance dentro do coração, inexoravelmente.


Que sorria junto, chore junte e segure suas mãos quando a vida der medo.PorPor um amor sem o 'felizes para sempre', mas cheio de 'felizes no instante'. Por um amor que ria quando o tempo estiver de rir e que saiba seguir quando estiver difícil.
Por um amor que não queira consertar, mas sim que não queira nunca quebrar o coração em mil pedaços. Que Dê perdão quando preciso, porque a vida é assim, todos falhamos. 
Mas que não insista no erro, porque amor é virtude e prazer em fazer o bem.




Por um amor que regenere.
Que solte nosso melhor perfume.
Que leve o nosso coração para dançar e dance junto.
Por um amor que caminhe conosco, dentro da vida e que tope reencontrar conosco, quando o tempo mudar, a maré virar, e a gente for junto.

Por um amor que nos busque...do inferno de nós mesmos. Feito aquele filme ' amor além da vida'. Por uma amor que nos lembre que a vida é boa...que em nós, seja ternura.

Por um amor que chegue e seja a única pessoa do planeta com quem a gente quer deitar o corpo...sentir o gosto...sentir o cheiro...beijar... trocar palavras de amor, sonhos de amor...



Por um amor que comece nas delicadezas do dia a dia, na força do cuidado, na beleza da parceria...
Por um amor que desperte nosso melhor, e que saiba valorizar isso, antes de a vida fazer faltar. Por um amor que esteja agradecido de ser encontrado, de ter encontrado...por um amor companheiro. Inteiro. Por um relacionamento sério e palhaço.
Sim. A gente vive esperando um amor assim.
Mas a verdade, é que uma hora ou outra, todo mundo encontra, em meio aos desencontros.
 Já dizia o poeta " A vida é a arte do encontro, embora existam tantos desencontros".
Por um amor que seja verdadeiramente o(a) melhor amigo(a). 
É o que desejo para mim e para ti, que me lê....a bênção desse encontro.


LUZ!

domingo, 23 de fevereiro de 2020

Sobre Ted,HIMYM , Sincronicidade e Coincidências Significativas (Spoiler à vista)



*Republicado, para responder à pergunta de leitor.




Eu acredito mil vezes no amor. Um milhão. Acredito tanto na força bendita da palavra. Do poema. Das pessoas...de uma forma, que nem sei dizer. Não poderia ser injusta com a força mais magnífica do Universo só porque o verbo às vezes dói. No avesso do acaso, não acredito em desencontros. Só em laços. Laços que se montam e amontoam em nós, e que, às vezes, se apertarem demais, precisam ser afrouxados. Acredito em sincronismo e diacronismo. No movimento do Universo...

O Universo me remete ao Ted Mosby, de How I Met Your Mother - HIMYM, amigo particular do personagem, com quem mais me pareço, segundo as pessoas que me conhecem. Ted , romântico inveterado, aparece pela primeira vez, já no primeiro dia de longas 09 temporadas, com o pensamento: "Está bom. Já posso conhecer o amor da minha vida".

Foi no dia em que conheceu a Robin. Mas eram mundos avessos, agitados de formas e com perspectivas diferentes. Um dia, encantado, Ted disse..." Ficar com Robin era simples. Eu só precisava...fazer chover". Que impacto essa frase fez em meu eu! depois, foram longas temporadas na expectativa de que Ted "fizesse chover mais",para caber no coração da jornalista.

Muitas vezes, em uma realidade paralela, imaginei como seria ligar para o Ted e conversar com o cara sobre algumas coisas....como sobre disponibilidade, e o que é ser e estar com alguém disponível. Isso não envolve se colocar em uma bandeja, para alguém te provar quando quiser.Não. A disponibilidade, envolve a capacidade de entremear seu mundo ao da outra pessoa.  A disponibilidade, dentro de um parâmetro saudável de dedicação, é um gesto de amor.

 A mesma disponibilidade que fez a Robin casar com Barney, o melhor amigo do Ted, mesmo sem ser afeita a relacionamentos (Surprise!).Foi, eles quebraram o coração do mocinho sonhador. Mas aquele não foi bem o final da história. Na verdade, foi um pedaço necessário para Ted. Para, pela primeira vez, entender a realidade:  a Robin não era indisponível para todos, mas para ele. Ela gostou,amou e foi inteira com o Barney.

Admito que Robin foi sincera com Ted. Ela sempre respondeu 'não' a todas as perguntas do mocinho. Por isso, fiquei bastante aborrecida com a série e não com a Robin. Afinal, ela tinha o direito de gostar de quem fosse e de errar,acertar, tentar...fiquei aborrecida com a falta de lógica dos autores, ao mostrar, no mesmo episódio em que  o Universo que queria conhecer o amor de sua vida e conhecer a Robin, no mesmo dia...para depois ela quebrar seu coração. 

É, lá - como em todo lugar - o amor machucou  e foi belo, de infinitas formas,também...tudo bem. O amor já fez silêncio onde palavras eram preciosas e, no avesso, o amor já provou, com atitudes, coisas diferentes de que proclamava. Mas afinal, o amor é mesmo maluco.  Lá na série e em todo lugar do planeta. E o amor é sempre bom...Quem poderá entendê-lo? 

Mas deve ser um pouco da charme da série. Tudo bem, afinal...sem essa dor, não haveria enredo, não é? Isso é uma série, não é a vida. Mas a vida também precisa de capítulos - e uns nos doem mais do que outros. A diferença é que a gente nunca sabe o final. Que bom, aliás. Aqui, dá para fazer muita coisa. Cada dia que nasce, roteiros, emoções...a gente prova a vida, sente o sabor, e deixa que ela nos prove também. É bonito e menos conclusivo...é real, muito real.

O certo é que, na série, um dia, sem precisar fazer chover...dentro do único lugar em que ele não gostaria de estar (o casamento de Barney e Robin), Ted conheceu a menina de olhos meigos, que disse sim para tudo que ele perguntou. Confesso, foi triste não ter tempo de conhecer as imperfeições da Tracy. Eu teria amado. Duvido de qualquer perfeição, sempre. Mas ficou só o perfume da menina doce, meio nerd e excêntrica, como o Ted, e que o conheceu na estação de trem, aquela que o levaria para longe de toda sua vida...(Surprise! - e último spoiller).

Recordei agora de um determinado momento, em que Ted conversa com Robin sobre pessoas e encontros. É quando Robin fala em Sincronismo, sem mencionar que é conceito de Jung, que desenvolveu uma teoria sobre o sincronismo e as coincidências significativas . Vale a leitura. Tem um pouco do que penso sobre encontros...mas não vou delongar ainda mais a conclusão. É uma leitura aprofundada e vale outro texto.

Bom, ao todo, já vi HIMYM 09 vezes. Acabei agora, novamente, a nona temporada. Por quê? 

Porque gosto de palavras de bondade, que foi a resposta do Ted, para quase tudo. Sempre fez e agiu dentro de um contexto humano. Não porque sou como ele ipisis litteris, na verdade, ferida, sou um bicho 'ruim como o diabo'. Mas só se muito ferida. Mas fora dessa defesa - que é pessoal e direta -  é sempre assim: as minhas são palavras e gestos de bondade. Para o meu contexto e para com os demais...por isso, digo sempre: BÊNÇÃO! 

Sobre o final da série, durante muito tempo, odiei. Hoje, é mais moderado. Mas prefiro milhões de vezes a versão paralela, em que T.M são uma dupla até o fim. Acho que o amor deve ser uma coisa entregue, vivida entre dois, em um Universo...generoso, que une corações, almas - ainda que diferentes - para encontrar e fazer ainda mais BELEZA, porque essa é a regra mais natural...do Existir.

Pela lei natural dos encontros - frase da música dos novos Baianos que trouxe e emprestei para criar uma teoria maluca, confabulada em uma tarde qualquer com a Alcinéa e Ester, minhas fadas madrinhas, ao falar sobre nossos encontros pessoais de mundos poéticos ,coisa que também vale um texto próprio -  a gente se afina com quem parece conosco...é,  a lei dos encontros. Do sincronismo. Foi isso que aconteceu em HIMYM. É assim na vida.

Quanto mais bonitas as rimas, melhor a canção.  Por enquanto, ouço a canção do tempo tocar, com sua beleza, virtudes e vertigens. 


LUZ!

#


*Republicado, de Outubro de 2018, porque foi acessado. E porque é tudo que eu desejo para mim e para você, que me lê: AMOR BOM.

sábado, 22 de fevereiro de 2020

Fantasmas


Clipe 1 do Poema.


Deixo o elefante dormir no armário, 
Coloco meus pequenos sonhos nas costas
Meus grandes amores, levo sempre comigo
Na bagagem, deixo para trás a dor:

Levo apenas beijos, bênçãos e sorrisos.

Forte, sempre fui assim: 
Eu aprendi a adormecer os medos
E deixar em mim apenas o que é capaz de ser bom
Pois entendi que não é o que digo

Mas o que faço que diz quem eu sou...

Assisto o Noticiário 
Há tanta coisa triste e  não adianta mudar a transmissão
Não há controle-remoto para gente terremoto:
Causam danos e estragos

(Ah! Seria o amor uma ilusão?)

Mas...de pensar nisso, recordo:
Meus joelhos ralados,
Os fantasmas do armário,
Nada disso diz mais do amor

Que os olhos de meu pai...e minha irmã
Que me ensinaram que o amor aquece
E o amor rema comigo em tempo de maré sem vento
O amor aquece meu peito,

E me deixa inteira, sem medos...

E assim, coloco os fantasmas para dormir
Carinhosamente no quarto do 'passado'
E, dentro de um imenso corredor chamado 'futuro'
Sigo exatamente para o outro lado.

Clipe 2 do Poema.


Sobre o Clipe 1: Adoro esse clipe. A intensidade poética de quem reúne em uma canção tudo: Letra, música e enredo representativo que coadunam exatamente com a proposta da canção, pois nossos fantasmas dançam conosco em um baile de máscaras...e libertar é deixar nossos demônios para trás e deixar ir embora todas as máscaras e de tudo que tentou dominar nossa emoção...o clipe 1 é a personificação do nosso encontro com aquilo que nos dói. Mas, o mais lindo é que, ao final, ela está limpa, doce e deixando tudo para trás. 

Sobre o Clipe 2: O Clipe 2 é exatamente a complementação filosófica do final do clipe 1: quando se faz todo o possível, quando se fez o máximo e se deu o máximo, a alma respira...em paz. E só deseja o bem. E só flui o bem.

LUZ!

Sobre bondade, Carnaval, os gatos da infância e a vida (Filosofia do Boteco da Lua)

Oi, queridos desse blog.
Faz tempo que não venho por aqui, nesta digressão chamada ' Boteco da Lua'. Mas me faz falta, às vezes escrever, estar aqui, encontrar com vocês e comigo, e com isso crescer mais um pouco. E a filosofia do boteco da lua hoje vem divagar sobre: O que é bondade para você?

Bom, quando eu era criança, bondade era trazer animais machucados ou abandonados para sarar o
dodói.  Algumas vezes, por inexperiência, dei banho em tartarugas e peixinhos, em outra, cuidava tanto de um coelhinho chamado Gaguinho, que ele...foi gaguejar em outro lugar (risos)
Isso me rendeu o apelido de "Felícia', na infância. E também de "Natureza", porque sempre passei um longo tempo defendendo aquilo que não se defende, pois fala de outra maneira...

Sempre encontrei o Amor e Deus através da generosidade da Natureza...e assim, eu aprendi que bondade é respeitar a vida...em sua mais perfeita infinitude..
Bom, o tempo passou e fui à escola. Lá, aprendi outro papel. Eu era a garotinha magrela e encrenqueira que não deixava gente 'valentona' ou 'irônica' maltratar meus amigos, os 'frágeis'. Assim, aprendi que a bondade é uma escolha e uma atitude. E que ter bondade, já dizia Renato, 'é ter coragem...'

Na adolescência, foi mais difícil um pouco entender o meu 'lugar'. É que, pela primeira vez, entendi que a bondade pode não ser bondade e a maldade também não...porque ali, na adolescência, as pessoas começam a vestir suas máscaras...escrevi algo sobre o lado que escolhi aqui ó: http://aluanaodorme.blogspot.com/2010/11/visao-de-raio-xo-x-dessa-questao-e-ver.html

Então, aprendi que ter bondade tem tudo a ver com ser Sincera...' sine cera', como diria a palavra, em sua origem...Ainda aí, eu ainda ajudava pessoas e confesso que ainda não tinha encontrado com a maldade em sua forma bruta. Tive meu primeiro contato aos 19 anos. Nunca esquecerei. Mas eu continuei curando as 'feridas' do mundo ajudando meu próximo, que poderia ser um gato, um nerd que sofria bullyng, uma pessoa que precisava de um ombro amigo, alguém amado que só queria meu abraço...

ah! Da infância para cá, deixei de ser Felícia. A Felícia é uma criança inocente que produzia pequenos 'excessos' que machucava os animais. Já tem gente demais assim, gente capaz de quebrar corações em pedacinhos...com a vida, aprendi a ser a pessoa que ajuda a soprar o dodói, quando ele ocorre.

É porque ouvi desde cedo que sou uma pessoa boa. Acreditei nisso, mas aprendi a aceitar que todo mundo tem maldade, inclusive eu, mas que não tenho compromisso com o erro: eu me corrijo, cresço,  tento fazer do meu existir um meio de ser resiliente...

Minha maior dificuldade ainda continua a ser com gente que veste a máscara, fora do carnaval. Com gente que acredita que é bom, mas que não faz com atitudes coisas boas pelos seus. Gente que permite que abusem de seus entes queridos, ou que deixa seu próprio sangue na mão, que deixa as coisas à própria mercê...enfim. Isso me recordou um texto de 2016, que reflito que 'super vilões somos nós', olha: http://aluanaodorme.blogspot.com/2016/12/super-viloes-somos-nos-devaneio-da_21.html.

Confesso que adoro esse texto. Ele me faz recordar quem eu sou e quem não quero ser. Continuo acreditando na bondade. Com atos e com gestos. E continuo acreditando que  o caminho da bondade tem sempre muitas curvas, e que às vezes a gente derrapa. Por isso, é preciso seguir firme pois a bondade não é um super-poder inerente: é preciso exercitar a coisa de ser pessoa, do bem, de bem… para longe das meras palavras, porque se você tiver atitudes feias e boas palavras, não passa de um idiota com bom jogo de marketing.

Também continuo sendo sem máscaras, sem muita paciência para a maldade e uma rosa, que sabe que tem espinhos e que se defende. Mas também uma menina, que pega gatos com patinhas feridas e leva para irmã, pede ajuda para soprar até sarar.

E achando que bondade é estar com os pés cansados de ter ido um dia a mais cuidando da minha 'gatinha', mas feliz comigo, com minha família e tudo que aprendi com ela, e principalmente com meu amigo Deus, que toda vez que me traz um gatinho, sabe...que eu vou cuidar, porque ele me ensina todo dia que a bondade é um exercício, um compromisso e principalmente UMA ATITUDE

P.s: Gosto tanto do texto original, que o republiquei. Ele é de 2016.

Super-Vilões Somos nós (devaneio da Velha Boba)


Apesar das nuvens cinzas deste dia sem nuvens,  sem chuva e sem dia, há um pingo de sol debaixo do meu olhar. Sempre foi assim. Sempre vi a luz mais que a escuridão, o doce mais do que o amargo e, nas pessoas, sempre encontrei o  melhor lado. Complementar a isso, certa vez me disseram que eu tinha a retidão de caráter de um Jedi e, curiosamente, recentemente uma outra pessoa me disse a mesma coisa, motivo pelo qual este texto nasceu, em um dia de muita reflexão.
 É que o caminho da bondade tem sempre muitas curvas, às vezes a gente derrapa. É preciso seguir firme pois a bondade não é um super-poder inerente: é preciso exercitar a coisa de ser pessoa, do bem, de bem… para longe das meras palavras, porque se você tiver atitudes feias e boas palavras, não passa de um idiota com bom jogo de marketing.
A verdade é que no meio de um monte de escolhas, estradas viradas, atitudes pensadas e impensadas, reside quem nós somos. Não isoladamente. Nossas estradas nos constroem, isso é um fato e um fardo. Mas também uma bênção. 
Depende do peso da alma de cada um.
Certa vez, em uma conversa com uma amiga que ama gibis, falamos sobre o Coringa e o que fez com o “Harvey Dent”: pegou algo absolutamente puro e corrompeu. Só para provar que mesmo o melhor, pode se tornar o pior.
Achei extremamente metafórico. Nós, por exemplo. Eu, você. Nosso pequeno universo que se multiplica e expande pelas vidas que tocamos. A pureza e o cru da vida entremeados nas palmas das nossas mãos e que dizem quem somos muito mais do que  palavras.
Somos todos agentes do caos. Nossos sentimentos, nossos corações tolos, ego, orgulho, tudo encoberto pela fria poeira das nossas capas socialmente apresentadas. Nesse sentido, o justo, o justíssimo, representado pelo Harvey Dent, é nossa auto-imagem. Nós nos achamos mesmo tão íntegros!


Mas somos, frequentemente, donos do caos que nos rodeia e o resultado, o “duas caras”, o que nos tornamos, quando nos perdemos.  Aliás, veja quanta coisa dúbia há no “duas caras”: um monstro dentro de um invólucro que, visto sob um único ângulo, é bonito, perfeito. Mas é mau, cruel e deformado pelas circunstâncias.
Mas, vejam: nem todos precisam ou caminham para ser o ‘’duas caras’’. A gente nem sempre precisa da capa de vilão. Ter compromisso com o erro é só uma forma de ter desistir do seu direito de ter bondade, integridade e senso de correição. Afinal, o certo permanece o  certo, e o errado, permanece errado, mesmo nas madrugadas  que ninguém vê, em conversas impensadas, não é?


O outro lado da moeda, aquele deformado e mau, que todos podemos ter, mantenho bem seguro, em um invólucro que não me transforme e deforme, porque super-vilões somos nós, mas mesmo vilões tem ética própria e é preciso escolher até onde você vai para machucar os outros e o que é o seu limite ético e pessoal. Mesmo para a maldade.
Sei que, no final das contas, todos nós teremos dias assim. E eu só posso desejar a você que me lê que a sua dor não seja maior que a sua bondade, a ponto de te transformar. Desejo dias bonitos e amor saudável, um horizonte de gente que se proteja, para que você escolha permanecer. Felizmente, nesses dias em que sou tocada pela força do inacreditável, tenho a melhor família, as melhores amigas e amor bondoso.
E assim, opto por acolher o caos, perceber que não é meu, e devolver para a vida…com generosidade, integridade, paz…e meu melhor sorriso.


*Republicado, de 21.12.2016, porque foi recentemente acessado e eu não recordava, mas ainda ajo  e faço, com minhas atitudes, o melhor...ou tento. Sempre. :)


LUZ!

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Templo Sagrado




Retire os sapatos
Os calos,
Os nós
Ao entrar em minha vida,

Pois em cada pessoa há um templo sagrado
Um algo que não pode ser quebrado:
Cuidado

Com o leite derramado 

Pois a dor do outro também é dor
Ainda que não guarde em nós o 'ai' da pele
Cada um responde pelo que machucou
As perdas e danos que causou...

Mas, apesar do que já pesou,
 sou feita de sorrisos e amanhecer
Então, suavemente, ao entrar
 sorria ao me ver.

Pois vi amanhecer muitos invernos
E plantei a cada passo uma nova primavera
Eu me despedi cedo de quem mais amei,
E, em meio à luta, encontrei um espaço para chamar de meu...

E eu ensino todo dia quem quer caminhar comigo
E aprendo todo dia um pouco mais sobre o amor
E quanto mais ensino e mais sou ensinada
Mais entendo que não entendo nada

E aprendo a viver com a mística de quem apenas sente o mistério
E ainda assim, o reverencia.

Nem melhor, nem pior
Sigo meu caminho
Quando bate o cansaço de existir
Curo com chá, Café ou Vinho

Ou com abraços...pois sou feita de bonitos laços
Amores (im)perfeitos carrego comigo
Pessoas inteiras, aptas a dar e acolher
No peito, um abrigo

E eu também sou um abrigo
Abraço certo e poesia ...
para quem tocou minha emoção
E tirou os sapatos e calos

Pra quem colheu meus abraços
E também veio, comigo
Em meio à maré em vento,
 remar.

(Procurar o segredo entre  'ser' e 'estar')
#

Para quem sabe que cada vida é um templo e toca com delicadeza o universo sagrado que é cada pessoa.
Para quem não quebra vitrais, mas, tal como o texto de Rubens, ajuda Deus a colocar tudo no lugar....
<3