terça-feira, 31 de maio de 2016

As pipas de maio

Meninos soltando Pipa - Portinari

Pipas ao céu ...crianças correm!
 costuram passos descalços no asfalto
douram, encardem...mudam de cor
ao sabor dos ventos de maio
gargalhadas sob o sol do equador!

é, a felicidade não sente calor!
Escorre em gotas e sorrisos
Gestos imprecisos, beleza tênue
 desenha linhas no rosto  e na vida
tecidos no dia a dia de quem  sente...

 ... é coisa louca! 
é coisa quente! #


 :)

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Poesia Indignada






Poesia  indignada
também foi violentada!
e sangrou fora do ciclo...

Carne Mutilada!
Facas amoladas
em seu corpo.

E a poesia chora
Deita junto e quase implora:
não é coisa...é um corpo!

Foi sentido, foi beijado
Foi feliz e foi cuidado:
não é coisa...é um corpo!

A morada de  uma alma
Uma história e a vontade:
 ser amada!

...e seus sonhos e caprichos
seus temores e delírios
Sangram hoje na calçada...#

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Maio


Os ventos de maio
levam dias quentes
E flores bonitas
Trazem o verão...

Sol alaranjado no horizonte!
E o coração, nuvem de algodão
Que se desfaz no céu da boca...
Doce ilusão!

Tempo bom de navegar
Procurar estrelas do mar
trazidas pela maré...

A bênção, mãe Amazonas!
banho de águas quentes  do meu cais
do onde o mês se desancora e vai...#


Ah! tardezinha morna, ventos quentes de maio que se vão.
Até ano que vem! :)

terça-feira, 24 de maio de 2016

Do gasto






 ... eu só existo depois do café.
:) :) :)

O Castelo



É tudo ilusório:
senhores, cargos, funções
O precário do precário
tingindo suas percepções

Continências e decadências
Apodrecendo a olho nu
Reconhecendo as evidências:
Ninguém é mais que um corpo cru

Ora direis, desnorteado:
Respeitai Meritíssimos, Excelentíssimos
Digníssimos, Ilustríssimos!
Notai o sutil diferencial!

Suas indumentárias e fino trato
Diferenciam e reverenciam
Ao que direi ao teu ser, estupefato:
'Ah! - Tanto teatro!' #


Porque gente-sobrenome.
A exemplo de "Cunhas, Temers, Roussefs..." 
ah! Argh!  Como sempre digo, não sou gente fofa.  ;) 

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Ela



Bicho de jardim!
Roseira em flor no mato
Ares de cetim: mas tem espinhos
- feito cacto.
Meio onça, meio menina
Língua ferina: escorre alma
tempestade calma - e ventania.
é voraz : come poesia, come palavras
engole o próprio coração:
tem sede de verdade
viaja entre o cinza e as cores do cais
Pinta o dia e firma pactos de paz...#

Luz!  :)

Grão!




 As areias do tempo caem
As areias da vida escorrem
Formam desertos
Tempestades e oásis...

Nós, esculturas frágeis
Entre labirintos, a correr perigos
Assustados, em busca de abrigo...

E os ventos do instante passam:
atravessam a respiração 
o agora leva o segundo: mistério
o minuto finda, sem explicação!

...e a vida  corta a carne
remodela ao gosto do artesão
nos comprime em ampulhetas
para aprendermos a ser... grão! #

Dos rascunhos de 2014, esse poema ao som de "Dust in the wind", canção linda, que por um tempo foi mais ouvida pelas bandas do aluanaodorme., porque por aqui, a  no instante e no eterno se entrelaçam! :)

LUZ! 

domingo, 22 de maio de 2016

Versos bandidos


Eita, coisa bandida!
Mal me sai da cabeça
Já me escorre na boca

Eita, coisa sentida!
Mal bateu no meu peito
E  já nem sei direito ...

Ah! que mistério que é
o sentido e a palavra: o verbo
 o transcrever do verso: 

ah! afeto! #


De conversar com as amigas sobre o prazer, o instante e o sentimento da poesia, eis então meus versos bandidos.

Abra


Ah! O abraço...
repouso de uma alma noutra
Um pulsar da vida
Em dois corações...
Compassos disrítmicos
Ainda que unos no sentir
descanso do cansaço
doce fuga da solidão
...o porto de chegada da emoção! #



Porque já disse Martha Medeiros (posteriormente cantado pela Banda J. Quest),  o melhor lugar para se estar no mundo, é dentro de um abraço. 

 "Protejo-me em um abraço" -  Cecília Meireles.

sábado, 21 de maio de 2016

Roda,roda




Roda,roda, cirandinha
Que eu danço, desajeitada
 Pés descalços na calçada
Riso frouxo do destino...

Eu, desatino.

Moinhos sob o sol do equador
leio poemas e falo em amor 
e não esqueço a cor
Que tem o céu...

tranquila como a borboleta
Cuja a vida é curta, mas colorida
Não trago dores nos bolsos
Eu danço...e danço...com a vida!

Se me dói os joelhos ou os  pés
Então, aquieto um pouquinho
Respiro o tempo, revejo o espaço
pinto estrelas no caminho... #


Dia lindo,para nós, os inconclusos. :)

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Pousa



Dou ao destino o nome de Borboleta
Deixo que dance em torno de mim
...e ela pousa! 

Nas flores, na corrente de ar 
que leva e traz folhas secas de maio
deixa tudo meio disperso
 na poeira e no precário...

...ah! dança no meu coração!

Diz que nada é vão 
e mesmo no equador
tudo é estação...

Deixo estar,
não incomodo o seu movimento
e no bater de suas asas
sinto o vento...#

Para a Borboleta, que chamei de Destino.  Volte sempre, linda.

Das saudades que sinto


Das saudades que sinto, queria te dizer, que ainda nascem flores que eu plantei, só pra ouvir no meu coração você me chamar de Natureza.
E nas flores, pousam repentinamente borboletas amarelas, justamente quando faço uma oração para ti.
Das saudades que sinto, queria te dizer que sinto falta de sair para almoçar contigo, depois tomar sorvete, sentir o vento da orla, com tuas mãos de menino para fora e uma única mão no volante, porque a outra estava no universo.
Vontade de perguntar tua opinião e ver aquela pessoa tão socialmente cordial virar um sonhador, transgressor, que me ensinou que a vida, o amor e a arte precisam ter verdade, originalidade, clareza. E que a mim só competia ser assim, pois você me plantou no mundo para ser planta de boa raiz.
Das saudades que eu sinto, queria te dizer que, às vezes, não sei a condução e tenho medos, e queria ouvir de ti a opinião de quem me conhece e sabe da minha veia de gente quente...

Das saudades que eu sinto, queria te dizer que eu sou mesmo é imensuravelmente grata por senti-las. 
Que você me constituiu em uma pessoa forte, pelo exemplo. E que tua presença é constante, tão forte em mim, como se tivesse te visto minutos atrás e ouvido teu sorriso pois conheço com clareza teu abraço e tua voz!
Sou imensamente grata por você, por ter vivido você, por você estar na minha certidão, no meu coração, na minha história. Eu te amo e sorrio quando penso nessas pequenas coisas, de ser tua filha, menina que você chamou até partir de NaturezaMuito Obrigada e até a próxima, quando formos gatos! <3



(Vi esta borboleta na hora que conversava, por acaso, com a filha da melhor amiga do meu pai...a incrível sensação de estar interligada. Obrigada, Deus! O amor é mesmo um grande laço.)

terça-feira, 17 de maio de 2016

Saudade,pescador.


Saudade fina
Como a garoa matinal que brilha a flor
Que eternizou teu amor
jardineiro, amigo, professor...

Saudade viva
Como peixes nadando no oceano
água e sal vertendo pelos poros
Enquanto, agradecida de ti, sorrio e choro...

Da tua integridade límpida
Tua loucura intrínseca
A intensidade em se dar
Mesmo na partida, bem querias ficar...

E como havia amor 
naqueles olhos castanhos acinzentados!
mergulho gentil em prata derretida
Suave, sutil...protegida. #


Bênção, pai.
Te amo pra sempre <3

*Republicado

domingo, 15 de maio de 2016

A melhor versão



Uma lua com muita rotação:
Moleca faceira que corre e brinca com poças de chuva
E canta músicas que rimam sol e viúva...
Sonhadora incorrigível e nata
Menina cheia de versos e respostas abstratas...
Fera que arranha e guerreira que não fere para matar
Ávida, curiosa, amor por leitura e solidão...
Supersticiosa, mística, que brinda o céu e a imensidão
Ah!...mas, com vocês,
Sou minha melhor versão. <3 :)



Ohana! (Sobre o dia da família e o 'um dia desses,quando caí')



Hoje é o Dia Internacional da Família e este é um texto longo e açucarado de amor.


Dia desses, eu caí.  Minha muito metafórica vida resolveu que, desta vez, não seria apenas metafórica.  Explico. Em uma fase de mudanças, procurei do dia para a noite acabar com minha vida sedentária. Então, entrei na aula de Muay thay, um tipo de modinha, exercício horrendo que mobiliza mais músculos do que sabia que poderia ter (rs). Assim, em uma bela manhã, depois da segunda aula, ouvi um estalinho no joelho e caí. Fui ao médico porque estava 'mancando' e queria um anestésico e, para minha surpresa, havia rompido um dos ligamentos principais do joelho, o cruzado anterior. Talvez o processo fosse cirúrgico, mas certamente fisioterápico e demorado! 
Foi um susto danado e um período de intranquilidade. Sim, a idade pesa. Pesam também os medos: Perder um movimento, perder algo para a vida, limitar o corpo, limitar sonhos, diminuir perspectivas, planos de estudo modificados, abrir uma fenda no tempo para cuidar da saúde e do emocional. Mas nada pesa mais do que carregar seu próprio corpo, sem auxílio dos joelhos.
Entremeado a isso, havia passado um tempo distante de pessoas que amo e que me amam da minha amada, imperfeita e humana família. Não quis pedir ajuda, porque pensei que gente adulta aguenta a barra. Fiquei em silêncio, em um cantinho só meu, sem saber o que fazer, meio analgesiada – Orgulhosa e quieta.
Então, uns dois dias depois do susto, recebi a ligação de uma tia – cuja relação de amor sempre foi tênue- e  ela me recordou de que eu nunca poderia esquecer que tinha uma família. E que uma família cuida dos seus. E ela foi linda, mobilizou meus primos para cuidar, sorrir,brincar, naqueles que foram dias bem difíceis, de medos,decepções, mágoas,dúvidas,tristezas...medos,medos,medos. Maiores que o do bicho-papão.

Outubro, novembro e dezembro de 2015 foram meses de redescoberta. A poeta, a menina sonhadora precisaram dormir um pouco e dar lugar a uma moça muito frágil e dependente, mas também mais paciente e racional. Aprendi a exercitar a paciência para chegar ao banheiro, tomar banho, beber água. Mais humildade para retirar a vaidade do foco e caminhar em busca de saúde, saltos rasteiros, tal criança que aprende a andar, amparado pelos seus. Ainda mais empatia com a dor das pessoas, pois na romaria de médicos ortopedistas, conheci gente que perdeu os movimentos, que deixou de caminhar, que abandonou sonhos...que perdeu muito mais do que eu. Gente jovem que precisou cedo aprender a dizer adeus a certos sonhos...

Tratei de confiar em Deus, desacelerei o ritmo e virei a menina da  fisioterapia - casa. Pedi o silêncio dos meus, segui em silêncio com o problema (detesto pena e tenho dificuldade em lidar com empatia), silenciei este espaço poético e tratei de cuidar de mim.   Aos poucos, a vida mostrou que o sol renasce e os resultados apareceram. O corpo ficou mais forte, pôde caminhar sem tropeçar. A alma abrandou, a vaidade voltou ao normal, o natal teve saltos baixos e o ano-novo saia longa, que escondeu algumas "amarras'' no joelho,rs. Em meio a risos, no Natal houve uma queda e foi meio assustador. Mas, os joelhos ralados e a dor foram pequenas perto do amor de ser carregada pelo primo, que quase chorava de tão preocupado  (aquele momento eu nunca, nunca esquecerei, meu Bibito! Você me carregar, levar ao sofá e perguntar,com os olhos tão preocupados, se eu ainda podia andar...eu te amo para sempre. Muito obrigada por não me deixar esquecer, meu irmão!).

Por fim, encontramos um especialista responsável, que trata de acompanhar meus passos e restabelecer os movimentos sem cirurgia. A alma-como o corpo- reencontrou a rotação do equilíbrio, marcada pelos laços de amor: as longas conversas sobre livros com o primo (Sim, pois a literatura foi farta), os fins de tarde ao som de rock and roll, as caminhadas lentas, muito lentas com as amigas, a tia e a prima-fisioterapeuta, as ligações aflitas da irmã...uma vida e rotina redesenhada em afeto.   O tempo passou. A vida deu os sinais certos e a respostas.  A lua voltou a girar, a sonhar, a fazer poesia e se encantar com laços de fita...cheia de gratidão. 
Então. Esse texto não deveria ser tão grande...nem cabe nele todas as emoções que estão entremeadas nessas linhas e nesses dias de redescoberta, paciência, generosidade e amor. Mas não consigo retirar nada, porque quero recordar sempre, já que o tempo insiste em nos levar lembranças preciosas...
...mas, sabe, querido amigo do aluanaodorme? 
Sou o Stitch
Quando a sua pele mais fina está toda exposta?  Quando seus medos resolvem te passar uma rasteira e você precisa desacelerar? Quando seus sonhos deixam suas mãos vazias e você cai, precisa reaprender a caminhar?Quando as perguntas deixam de fazer sentido e você não sabe onde procurar respostas?  Então. Eu sei, a vida às vezes faz dessas coisas. Bem, eu desejo que, se em algum momento, isso acontecer a você,  seja-lhe concedido a graça do sentimento que eu tive, um dia desses, quando caí: O de não estar só. O de ter uma família. O de ser absolutamente amada, apesar dos joelhos ralados, da pele machucada, dos medos e decepções. O de saber que suas batalhas não são só suas . O de ter um ninho, independente das estruturas com que foi firmado. O de levantar amparado, o de ter para onde olhar quando sentir medo, o de saber-se parte de um projeto de amor.  Por fim, deixo a lembrança de Ohana, palavrinha que aprendi em um filme infantil, Lilo e Stitch. Sabes o que é Ohana? 

 "Ohana, quer dizer: Família. E família quer dizer nunca abandonar ou esquecer"

Eu me derreto de amores por vocês.
 :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :

sábado, 14 de maio de 2016

Minguante!




Brilha, lua minguante...
Na calma de uma noite morna
E o calor úmido da cidade
Parece impregnar o espaço do equador...

Nem sempre é de lua cheia o céu
as estrelas, pequenos vaga-lumes 
Sob o  manto da escuridão
Trilham caminhos dispersos na imensidão...

Brincarei de beber estrelas: Uma a uma
Farei o parto do amazonas
no nascer do sol da manhã
E, no afã de sentir a brisa de maio soprar

Deixarei os cabelos soltos
Brindarei os elementos
E até contarei segredos
...pequenas preces ao vento!  #


Porque, para este calor de maio, mesmo a prece é válida. 

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Lua menina



Trago o amanhecer dentro do peito
E uma bússola quebrada
Que não diz ao certo
Por onde  ir...

Lua rebelde, acendo ao meio-dia
Gosto de estar aqui, ter alegria
Paisagem decaída do paraíso
Com horizontes e tempo imprecisos...

Em meio ao caminho, borboletas
e a luz das estrelas vêm brindar minha emoção!
E, enquanto respiro, resgato o coração
de ser grande...

Salvo a emoção de ser adulta!
E digo que acredito em cada conto 
Refresco sobre os ventos do deserto...
...sei que viver é um grande mistério! #

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Uma pequena nota triste...




Esse  é mais um dia de registro vergonhoso da fragilidade da nossa democracia.
Triste ver uma presidente de esquerda ser afastada em processo de impedimento por crime de responsabilidade. Lamentável como usou a máquina em proveito próprio para se reeleger e tentou, utilizando mecanismos escusos, nomear um par com finalidade “inexplicada’’ a ministro.

Mais triste ainda é ter Temer como presidente!
Outra conta do Partido dos Trabalhadores. Sua gestão irresponsável gerou essa consequência: Um STF quase todo nomeado pelo PT que se volta contra ele. Uns 55 milhões de votos que hoje não vão protestar por sua permanência, não porque são alienados, mas porque estão com a dor dos desmandos econômicos na pele.
Na contramão, um sistema acostumado a ser disfuncional e uma enorme crise econômica, que está aqui, nas contas de energia, gasolina, na saúde... no dia a dia.
Não é um dia feliz. Julga, TSE...tira o Temer. Novas eleições.

"Amar e mudar as coisas me interessa mais"

Ruído





Entre o som e a palavra: ruídos!
Na solidão do espaço
O verbo perde o sentido...

Entre as ruas, rotas
Cortadas de barulho
Pessoas tentam chegar às outras
Cobertas de entulho...

A poesia urbana é assim:
Muito som e pouca mensagem
Nós,  viajantes despreparados: ilhados!
 náufragos a deixar recados...

Que chegam...ou não
Feito o telefone sem fio dos tempos de menina
Onde o que se diz não é o que se queria dizer
E a gente não entende a rima...#



Por menos barulho e pessoas cinzas,normais, na solidão das pessoas dessas capitais. Por mais palavras que façam sentido. Por mais batom vermelho nos lábios cinzas da vida. 
o/  :)

Aquela gente amena




Tenho empatia e pena dessa gente amena, sempre gentil e plácida, que nunca tem um arroubo de sentimento, seja ele raiva ou paixão. A raiva, a dor - o amor - e  a paixão movem a arte. 
A arte vê outros horizontes, cria suas próprias paisagens para sobreviver. Encontra um ou outro jeito de transbordar ou transgredir, porque não "SE" cabe.
Dia desses, passei de carro com uma amiga e vi um gato caído no chão, morto. Ela viu um ''atrapalho de trânsito'', eu vi um gatinho, branquinho e lindo, morto no asfalto. E na margem, outro semelhante, a olhar o amigo inerte...senti que éramos tão parecidos na dor! A reação é de bicho, então porque eu teria direito a ser retirada e enterrada e aquele gatinho não? E seu amigo, ou seu 'parente', ali, imóvel...a testemunhar nosso desdém.  Pedi perdão ao Sr. Gato por minha inércia. Não soube o que fazer. Mas senti suas dores o dia inteiro. 


Ah! as dores de sentir...
Elas assaltam minhas madrugadas, minhas caminhadas, meu tempo de ócio. Movem minha consciência, que não me dá sossego. 
Acabo de parir essa dor. Agora, neste texto, em que peço perdão ao Sr.Gato, pela covardia de não descer e lhe dar um funeral.
Ainda assim, as dores do sentir caminham comigo, mesmo essas.
Ah! os amenos...são sempre gentis, são generosos, bondosos e ajustados. Sim, o mundo precisa deles. E são muito racionais, sabem os pesos de suas emoções. Sentem  e amam com gentileza. São aquelas pessoas bonitas, que admiramos pela frequência cardíaca regular.
Mas, não posso deixar de sentir um certo pesar de imaginar alguém sem paixões. Alguém que não se deslumbra com um personagem de livro, com uma gota d'água em pétala de flor e não fica completamente emocionado por um bom filme. Aquelas pessoas que sentem mansinho, que desmancha no ar e que racionalizam o peso da emoção, o quilograma da alma.
Tudo bem, elas estão certas, eu devo ser louca. Porque trago o coração na mão, na garganta, na vida, na boca!  

...e vai ser assim sempre!





quarta-feira, 11 de maio de 2016

De olhar a chuva



De olhar a chuva, fiquei mansa
lume feliz, feito  criança
 chamei o vento
e fui correr, dançar...

 molhei  os pés  em suas águas frias
toquei as pétalas de flor do jardim
Brindei os horizontes cinzas
encontrei com o sem-fim...

Senti seu movimento líquido
Que escorre e não prevê direção
E enamorei do infinito
Que  levou-me com a maré...pois sou grão...

Vi as cores nítidas do brilho
orvalhado que a água traz
Em um instante sublime
... fui beijada pela paz! #


Porque a chuva é como batom vermelho nos lábios cinzas da vida: deixa tudo mais leve, mais doce, mais bonito! Bom mesmo é se enamorar das pequenas coisas...a vida é isso, cheia de singelezas e generosidade, para sustentar nossos corações frente ao mundo.
Muito obrigada, chuva do meio-dia!
:)

Luz!