quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Ritualísticos



Contagens, prazos
Multidão, abraços
Pessoas, famintas
Caminham, caminham...

Respire fundo
É o último segundo...sempre!
Não há jeito de ser diferente
Corre o grão pelo palma da mão...

E nisso tudo, fórmulas e rituais...
Somos mesmo tão ancestrais!
E a beleza, ainda que efêmera, 
é o peito que aquece a menina ingênua

Por um calendário de gentilezas
De faces  reais e sutilezas
O ritual é apenas miragem...
Mas pode virar paisagem!!! #

* A cada um: Que nesta comemoração do novo calendário, tu estejas: Rodeado dos sorrisos que teu sonho e viver escolheu e alimentou, cheio da paz que só produz os teus e com os sonhos quentes no peito..sempre.

Meu cantor favorito sumiu no mapa

Fonte:http://oferrao.atarde.uol.com.br/?p=1778
Meu cantor favorito sumiu no mapa.
 E não foi coisa de avião na Malásia. Ele cansou do mundo. Eu o entendo. As melhores pessoas que não conheci se entristeceram ou foram feridas com essa dureza toda que a tudo ronda: Lennon, Renato, Cazuza...tanta gente! Isso sem falar na geração dos 27 anos.Enfim... daria um texto a respeito.
É que o mundo não é escola. Tem parecido mais uma penitenciária. A escola é interna. E a minha 'tem gente de verdade'. E falta também. Mas, a 'minha história é talvez igual à tua': Sofro de lonjuras. Lonjuras indescritíveis,como quase tudo. Aliás, descrever? não consigo. Não consigo resenhar a vida. Nem livros! Na essência, ambos só são bons quando sentidos.


Meu cantor favorito sumiu do mapa.

 O mundo não pára de cobra-lo o retorno das obrigações. Eu o entendo. A missão é diferente da razão. Mas, se ele não voltar, se não conhecê-lo,tanto melhor. Que ele seja feliz no exercício de ser pessoa, em um mundo de celebrações e celebridades. Ele não quer mais ser produto, porque prefere  encher os olhos d´água de tanto 'ler o pessoa' e comover-se e indignar-se. Como o entendo!
Meu cantor favorito sumiu do mapa. 
Ele 'ficou desapontado, como é comum no seu tempo'. Chamam-no de pródigo, de louco, de endividado. Eu o entendo! a poesia de verdade não comercializa a emoção. Não vivifica nada que já não tenha do que se alimentar: poesia come poesia. Não come cédulas, não engole células. Não preciso vê-lo. Sua canção já alimenta a minha emoção desnorteada. Quero que siga o seu caminho, ande por onde o sol apontar e mantenha a certeza de que, ainda daqui, mesmo alucinadamente, tem muita gente que também não desiste de ser!

Do fim de ano e as reflexões prévias e póstumas*



E com o ilusório de que algo “finda” , renovam-se as esperanças de que deixemos de ser quem somos e sejamos um outro – aquele da promessa do ano que inicia. 

Ai todo tipo de texto vêm à tona: os 'intelectuais de esquerda', falando dos sonhos que morreram de overdose, os extremistas de direita, falando na economia e organização da sociedade, os de centro e os “ à toa, de boa na lagoa”, achando tudo diferente, ou simplesmente não acreditando em nada, e os poetas, esses inconformados (dos quais acho que esta aqui faz parte...rs.), os saudosistas de plantão, sempre sentindo falta.

Claro, somos humanos, e a esperança, assim como o amor – “esse artigo sempre em falta” – precisa de uma dose (cavalar) de ânimo para girar a roda da vida, esta que nos faz levantar todos os dias e sermos socialmente úteis para a manutenção da inutilidade que nos dá certo senso de controle. Daí as festividades de natal e ano, que já disse Drummond, “Quem inventou, fez um negócio genial”.

Vamos falar em perdas, em mortes inenarráveis (Rubem e Manoel e Chaves,pedaços de doçura da vida), mas também em perdas e ganhos pessoais, e com isso, tentarmos parecer mais fortes, mais amplos, enfim, evoluídos dentro da casca do ovo.

O que, quase sem querer, faz recordar que, dia desses, assisti à continuidade do filme “Jogos Vorazes– A esperança (Parte I)” e confirmei que se trata de uma distopia do sistema capitalista, explorador das cinzas e do riso, uniformizador e massificador, capaz de aniquilar qualquer ato de rebeldia e compaixão, alternando a realidade e alterando, até enlouquecer ou embrutecer boas pessoas, criando sub-sistemas de implosão, reação e controle. Sob essa ótica, haveria espaço para os sonhadores na raça humana?

Sem buscar ser otimista ou o inverso, faço mesmo a espantada expressão de Baumam, quando trata das relações líquidas e da modernidade: Estamos cada vez mais ávidos por novidades. Qual a próxima programação, festividade, amor, estação? Qual o próximo, dê-me o próximo gole, o próximo ano!



Ávidos e sedentos, de uma sede que não vai cessar “com novas novidades”. Vamos implodindo em cânceres, doenças degenerativas, depressão, ansiedade. Quem precisa de dilúvio com isso tudo aqui? 

Mas calma, esse não é um texto pessimista, para você que chegou até aqui sem rivotril. Você sabe que a moça do aluanaodorme é uma sonhadora e não escreveria sem seus pingos de luz...porque é de desconstrução que precisamos, e não de recomeços, primeiros de janeiros. É de rehab emocional, de gente mais real, que pensa em ser mesmo e tenta de alguma forma sê-lo. De gente que sangra e olha o dodói sarar, pensa no corte, re-flete, re-condiciona  Que ama e feito Vinicius, não sai por ai, já era, acabou.

Precisamos repactuar alguma coisa que ficou perdida, na era dos vencedores e tecnologicamente exatos. Os tecnologicamente exatos  e os vencedores já encontraram a fórmula do amor no desapego , a fórmula da felicidade na individualidade e hedonismo, e da sobrevivência na completa ausência de compaixão. Mas, para eles, o natal e o ano são símbolos de boas comidas e bebidas com gente “legal”, e não de amor familiar, troca, afetividade. Mas vamos sonhar que eles são raros, ou sumariamente ignorá-los.

Como grande parte dos sonhadores, hoje vou enfeitar a vida com o sorriso dos meus! Vou também fazer poesias e sonhar com um mundo melhor  - para mim e para você- e ser gentil e integra com o meu semelhante, hoje mesmo.

Sem ano-novo ou grandes festividades. Sem arroubos, sem guerras.
Só na contínua busca de vencer o tigre que existe em mim.


* texto publicado há exatamente um mês,adaptado.

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Mr. tempo


Eu não perdi um amor, Mr.tempo!

Ganhei uma amor! Quente,passional e doce
Que trouxe tormentas e ventanias
E uma estranha forma de trazer alegria
Feito um raio de sol a enfeitar a lua...

Eu ganhei o tom de uma respiração para viver
Alimentei meus dias para cuidar de um outro ser
Aqueles milagres que só quem ama
Orar, fazer nascer,ceder...

Fiz da minha vida a parte de uma outra carne
E fui feliz por dar de mim pedaços imensuráveis
perdidos na tua pele, teu coração, teus abraços
...São tantos! Tantos, laços!

Não vou exorcizar a vida em dia de virada
De ano, de dia, das curvas da estrada
Antes, sempre olhar teu olhar castanho
Tuas doçuras, tanto amor e lindos planos
Pois amar assim,é nesta vida, o maior dos ganhos!#







domingo, 28 de dezembro de 2014

Pintar horizontes



Se lesse todos os livros que desejo, não teria estrada literária a percorrer. Se já tivesse chegado ao ponto em que penso alcançar, já teria os pés parados. Se já tivesse aportado no infinito do porto de meus sonhos, então não poderia dormir. Se já tivesse tivesse tudo à palma da mão, então não teria um horizonte para pintar.

É porque tudo está em movimento que a vida se torna tão especial e efêmera.

O acampamento



Assim, lúdicos e barulhentos: Somos nós.
Juntos, eternos laços que reconheço
E que agora, oro e agradeço

Banho de mangueira, filmes, suave alegria
Que sopra em meu rosto a certeza
De que o amor pleno é o encontro com a certeza...

E todo dia, resgates de história
De quem fomos, quem somos
E toda a nossa vontade de fazer melhor
Porque a essência da vida é fortalecer o "nós"...

E porque nesses laços há tanta força e vontade
Sigo remando para a mesma paisagem
Pedindo à vida que proteja nossos sonhos
E a vontade de fazer até das perdas, nossos ganhos.


sábado, 27 de dezembro de 2014

Notre Dame de Paris*


Nascera! de vínculo furtado
Pequeno fruto de um amor acabado
Ceifado da existência por ser imperfeito...

O homem, o bicho, a maldiç;ão
Abandonado em dias santos, sem acalanto, 
Cresceu entre os sinos
Pobre menino, Quasímodo...

A surdez absurda em uma pura alma
Que nada sabia da vida e sua ternura
Nem da maldade implícita na estrutura...

Quem foi a mão que te abandonou, menino?
À própria sorte, em um triste destino
De não sentir, não viver, não ser
Qual o monstro que exilou de viver?#

* Título de um livro de Victor Hugo, que inspirou à várias versões em cinema e teatro, e que tristemente recorda-me uma causa judicial vista recentemente. O mundo é bão, mas a humanidade, às vezes, é vergonhosa.

O Feliz Ano Novo!*

Então, faz-se a luz, através dos fogos, como se fossem o big bang


De um lado, a humanidade vibra um novo amanhecer, onde gente "fina,elegante e sincera" se insurgirá, feito milagre,ou a recriação da existência para um novo e admirável mundo. A imediata era da gentileza, da bondade e perfeição - nosso objeto tão ilusório de encontro. A invenção do bom mocismo e da nossa capacidade única de sermos apenas um lado das multifaces que nos compõem.

Do outro lado, uma pequena parte, no afã de não esquecer o que nos pesa, encontra no tempo, mera contagem numérica, as dificuldades que temos enquanto sociedade e enquanto pessoas. Aí,claro, dizem: foi um ano bom ou ruim.

Bem, penso que as duas perspectivas de ver um mesmo fato tem suas vantagens. Mas a questão é maior do que o ano que está por findar e a novo ano que virá. A questão é percebermos que seja para sermos "melhores no futuro" ou mesmo AGORA, é essencial não perdermos a contagem do tempo! Nossa formação enquanto seres humanos, a falha nos serviços públicos essenciais, a necessidade de combatermos a corrupção e os as notícias que dele advém são na verdade cíclicos, e não um problema desta simbólica mudança pelo qual temos percepção falha de que controlamos
Seus impostos não foram mais altos em 2014 (tá, foram), a corrupção não foi a nova invenção da roda em 2014 e a nossa dificuldade de organização social latente não aconteceu em 2014. E, sinceramente?
Bem, é isso que os imbecilizadores querem de você: Que você corte o tempo, e com ele sua memória e capacidade de discernimento: Quanto mais imediatista, mais fácil aos instrumentos de controle social e ideológicos "renovar" suas injeções de ânimo e a velha história do pão e circo que retroalimenta essa forma de sociedade, que já sabe ir às ruas, mas frequentemente, não às urnas.Tampouco conviver, de fato, empaticamente.
Quiçá pudesse o ano vindouro restaurar este mundo e fazê-lo inteiramente belo. Quem dera fosse !
Ou mesmo que pudéssemos encerrar nossas mazelas sociais em uma caixinha com o nome de 2014. Mas o fato escancaradamente visível é nossa necessidade de não esquecermos este, nem os demais anos que a ele antecedem. Para podermos planejar anos mais plenos.

Por fim, finalizo com o texto atribuído a Drummond, muito provocativo e reflexivo:

"Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. 


Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para adiante vai ser diferente" 


* Texto sob a perspectiva social, plural de nossa sociedade.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

O amor!



O amor conjuga verbos imperfeitos!



Mas, não existam palavras que descrevam como é bom acomodar a imperfeição para caminhar...amores de outras e muitas outras vidas.  Garrada, mas muito garrada neles, que é para curtir a saudade. Pois tantas vezes "sofro de lonjuras".

Por isso, querid@s, a  minha principal palavra no dia de hoje é: Se você tem a alegria de partilhar a vida com os seus diariamente... ha! faça o melhor que pode.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

CelebrAção!

Não é porque finda e reinicia,
E nem porque é 'Natal'
Tudo vibra e  celebra a vida,
mesmo longe do Carnaval.

Não é porque nubla
Nem porque a brisa chama ao toque
Ou porque borboletas ainda rodopiam
pelo quintal...

Não é porque é Natal,
Nem mesmo porque roda o anuário
Falando de outras estações 
E novos números surgem no calendário...

É porque algum dia, um ser de rara beleza
 Cintilou no céu da existência...
E porque, de alguma forma, em todo ser que vive
brilha uma  forma de crença ! #



VOTOS:


E que a índole de amor do aniversariante mais ilustre da humanidade permaneça. E que, quanto mais a gente acresça, mais seja capaz de transbordar.
Que as luzes de natal façam faça a celebrAção do amor real! =)

O Natal vem vindo, vem vindo o Natal! :)

Feliz passagem de Natal!


A data que celebramos a partir da meia noite é,para mim, a mais simbólica que existe, porque nos fala do ser puro que modificou toda a história da humanidade...e  que toca cada  à sua maneira.
Até porque, cada um é ser humano à sua maneira. E ser humano, muito humano, requer imperfeições. E o amor o elo que nos liga a outros seres:é da tolerância recíproca de sermos e exercitarmos quem podemos ser, dentro de nossas próprias possibilidades. E fazer o nosso melhor, 
E o maior amor que recebemos desde o princípio, e nosso maior desafio de bem viver...são aqueles que caminham conosco, a nossa família e aqueles que a ela agregam.
O este foi a grande missão e o maior exemplo que Ele nos deu com a sua vida: tolerante e paciente a ponto de dar o outro lado da face, cheio de perdão para com todos, sem julgamentos e cheio de bondade e amor e nas mãos e no gesto, ao ensinar que a vida pode  ser vivida com simplicidade e bondade.
Que sejamos então cada vez mais bem sucedidos nessa tarefa: A de "amar as  pessoas como se não houvesse amanhã", e a de exercitar o sentimento e a linda luz do exemplo de Cristo nesta data  que celebraremos  ...e sempre! 

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Hoje



Hoje o dia vai ter:
O olhar de mel que me enfeita
A oração da vó que a mãe alimenta
O ciclo de amor que busca o caminho da virtude
E que, tanto, profundo e amiúde
Tem aprendido que amar requer perdão e atitude...

Hoje o dia vai ter:
Um dia inteiro trocando novidades
Uma brincadeira sobre a chuva e vontade
De sair correndo nela, molhadas como crianças
Porque as meninas fizeram isso 
desde os tenros tempos da infância..

Hoje, o dia vai ter:
Compras no centro e visita aos parentes
Sorrisos de três flores: Janeiro, Abril e Setembro
...e queria pedir ao senhor do tempo
Que as horas passem bem, bem devagar
Que hoje a menina quer sentir cada minuto do dia que acontecerá...#


Foi uma brincadeirinha de poesia, querid@s. Porque felicidade, "é uma arma quente"...que dispara só amor e sorrisos. =)

(E)feito



Existe alguma coisa no (e)feito
Que levou ao ponto de agora
E entre os livros que abro todo instante
Não ecoam nenhuma resposta...

De todas as questões
Nenhuma deixa a marca essencial
De compreender a matemática toda
Da essência do que é ser sentimental...

Dos multiversos existentes
Algo soprou a mudança da corrente
E mesmo o Natal ressecou, não choveu
Porque algo mudou no casal que nasceu...

De uma estrela chamada destino
Que agora não sabe dos filhos
E anda a procurar entre os cantos escuros
Da ausência de cores no mundo...# 



"Amar e mudar as coisas"




Não sabemos nos manifestar. Somos uma sociedade silenciadora que discursa sobre tudo: Corrupção, má prestação do serviço público (com as taxas de impostos entre as mais caras do planeta), necessidade de que sejamos caridosos, empáticos, com respeito às diversidades.

A verdadeira droga que está por aí "coisando por aí" É A NOSSA INÉRCIA HIPÓCRITA. 

Sinceramente, ir às ruas protestar é válido,mas muitos outros instrumentos podem ser utilizados. Cito um exemplo: Essa madrugada, curtindo meu "raro" recesso de poucos dias, fui surpreendida pela ausência de luz, algo frequente na companhia de eletricidade de minha cidade, que faz uma espécie de "rodízio" entre bairros, e essa noite "sorteou" a Zona Sul para o apagão.

A despeito da frequência absurda com que isso tem acontecido, Ministério Público, Procon, entre outros órgãos de defesa, e nós, SOCIEDADE, pagamos o preço do silêncio. É constrangedor,  principalmente para a parcela mínima (infelizmente), que é esclarecida nesse país, e que deveria estar em busca de "amar e mudar as coisas", os fatos do ano passado e deste: Uma sociedade que reelege a presidenTA (ai,dó), aquela mesma que foi vaiada em um estádio de futebol, platéia de todas as nações; um protesto de milhares de pessoas que não terminou em mudanças radicalmente positivas nas eleições, pois somos eleitores do "capital" e não de ideologias e projetos políticos.

Tudo que acontece nesta sociedade é efeito dominó: Não nos esclarecemos o suficiente (e disso o Estado tem papel fundamental, pois tenta idiotizar ao máximo seu elemento humano), não protestamos de maneira funcional e, por conseguinte, não exercemos a cidadania de maneira plena. 

O resultado? Bem, o resultado é o que eu, você e todas as pessoas que tentam viver dignamente nesse país pagam o bruto preço de quem não conhece o que reivindica.

Então, a conclusão triste deste texto sonolento, é: Em que ponto de amadurecimento estamos? Onde se encontram nossas frágeis estruturas? 

Se "é preciso estrutura para romper com a conjuntura"...Que estamos fazendo com nossa ausência de conhecimento e toda nossa vontade de mudança?



segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Oração




Do ponto de luz que irradia:
Vida que incendeia
Uma prece, uma oração
Um pedido de proteção
A cada forma de amor... 
A tudo que faz feliz e é cuidado
Aos amores muito amados
E ao que não pode ser perdido
Porque é presente e alegria
Uma espécie de guia...#



Porque é Natal.


Nascido de um lar humilde, trinta anos de história desconhecida, ele cresceu em meio à natureza e dela tirou seu oficio. Três reis souberam que havia nascido quem há muito preconizado, e sabiam da inteireza daquele menino, que ainda falaria ao mundo de amor e todos os milagres que produz ser manso e amado.
Ele teve a oportunidade de viver sem olhares sobre sua pureza, pelo tempo de ter matura idade. Muito amado! Filho, irmão...ele cresceu. Torço para que aquela parte contada por Saramago tenha existido, e ele tenha vivido o amor em vida,naquela plenitude,porque a sua pureza merecia ter deste mundo todo exercício de amor, essa palavra tão plural, que ele simboliza e exalou. 
Puro de alma, de vida, de coração, aceitou do pai a missão de caminhar pelo mundo e falar em amor, concórdia,perdão, humildade,caridade, fé e todas aquelas coisas que precisamos aprender no caminhar da evolução. Mas era preciso muitas parábolas ecoarem em nossos ouvidos para aprendermos: A não atirar pedras, a dividir o pão, a crer na multiplicação, a manter a calma em meio à tempestade,mesmo que o barco esteja em mares agitados, a perdoar, na essência, que é libertar o outro do ranço da mágoa, a estar em meio ao deserto e perceber que é lá que se precisava estar para aprender consigo e com o Pai aquilo que se precisa....ha! são tantas as vivências e parábolas que ele utilizou, que foi chamado de "O primeiro psicólogo que já existiu".
Ha! Penso nele todos os dias, mas como aquele menino que Caeiro conta, que ligeiramente brinca e dorme, e é feliz. Penso também que esse menino cresce e segura nas mãos desejadas, enquanto auxilia-nos na evolução, com ajuda de bondosas almas, filho do Deus de Baruch de Espinoza ou Spinoza. . 
Desvirtuaram sua pureza, sua história recontada, preconizada, pesquisada, questionada, há muito que não sabemos neste plano, nem poderíamos, pois é mistério a ser revelado, porque Paulo já dizia "Quando eu era menino,falava como menino, sentia como menino".

Ainda temos olhos,fala e sentidos de menino frente à evolução.

Mas, não é preciso muito para saber de Jesus. É preciso exercitar aquela bondade daquele ser, que nasceu espiritualidade fecunda, perfeita...viveu em simplicidade, e morreu perdoando a humanidade....para nela renascer.


"(...)Ele é o humano que é natural.
Ele é o divino que sorri e que brinca.
E por isso é que eu sei com toda a certeza.
Que ele é o Menino Jesus verdadeiro (...)"
(Caeiro, "VIII", in "Poesia", p.37 a 43)

Do dia



O silêncio é a primeira companhia
A vida, a highway  
Requer,impulsiona a força n´alma
É preciso ser  paz para aprender a calma...
E essa moça? tem sangue de menina e alma de suporte
Sabe suportar o umbilical corte...
Sorrir, sorrir, guardar em algum lugar o nó
Feito criança, aprender a andar só...#


"Mas não sou mais tão criança a ponto de saber tudo..."

Amor Perfeito (Cecília Meireles)


Naquela nuvem, naquela
Mando-te meu pensamento:
Que Deus se ocupe do vento

Os sonhos foram sonhados
E o padecimento aceito
E onde estás, Amor-Perfeito?

Imensos jardins da insônia
De um olhar de despedida
Deram flor por toda a vida
Ai de mim que sobrevivo
Sem o coração no peito.


(Trechos iniciais do poema "Amor Perfeito"
da genial  poetisa Cecília Meireles, in "Coletânia", minha releitura da madruga)


Ao portador



Eu disse lúdica, não lúcida
Não confunda as terminações
Eu disse amor, pelo infinito
Mas não falei como conjugar as equações 

Bebi doses de ti em cada nascente e poente
Até ficar bêbada- estou tonta da emoção
Ressaca de amor é dolorida semente
Demora a florescer a paz dentro da gente...

Meus olhos, minha voz, meu dia
São coisas que planto em cada amanhecer
Há tanta delicadeza e retalhos de nostalgia
E alegria para (sobre)Viver....

E sobretudo a certeza
De que te quero bem e ilumino tua estrada
Com o olhar de quem sabe que amor
Tem sua estrela,seu instante, sua própria jornada....#

O Grande Romance



Dos finais possíveis
Esse era o mais triste e improvável
Como adivinhar? acreditei no lado oposto
Sinto na face soprar o teu gosto...

A areia da ampulheta parou
Para vivermos aquela vida
E toda aquela ligação que nos retinha
Ainda escoa pelo vale, escuro vale da emoção...

Tuas promessas de cumprir a missão
Lágrimas agora caem nas finas linhas da mão
Limpam a estrada do meu olhar
Não era a previsão do caminhar...

Dos finais possíveis
Esse é o mais tolo, duro e ridículo:
Duas almas se encontraram no milagre da vida
E fizeram do amor uma forma de despedida... #

domingo, 21 de dezembro de 2014

(A)temporal


O tempo me pede passagem
Não lhe dou trela:
Tenho minha própria máquina
Calculadora interna do que me cabe
Pois a espaçonave
Que à tudo guia, comanda
é um puto que bate e me apanha
E não cabe no poema...
O tempo me pede passagem:
Que sabe o tempo, cobrador da viagem?
Da minha loucura e imprecisão
De quantas vezes já parei o seu sermão...#

Porque o tempo é próprio,particular,vário.
Só que só sabe desta magia loucos e outras formatos de ser alegria. 
=)

Amalucada



Do mundo dos sensatos,expulsa
Exilada dessa mistificação de ritos que cultua
Pois fui à sacada...
E vi a beleza da noite enluarada!

Mando no tempo
Não uso relógio
Reformo o pensamento
Sigo ritmo próprio...

Não sei amar comedida
Perco a réplica, a rima
Levo tempo, amor e poesia em prosa
Fico passional, profunda, real...

Vislumbro milagres
Da flor que nasce ao sol nascente
Tome goles de poentes
Pra manter o peito quente! #

sábado, 20 de dezembro de 2014

À cor dar



Sem teus abraços
Essas imagens tão minhas
Já amontanham-se na escuridão
Folhas secas da emoção...

Folhas secas de um jardim de ternura
Disseram-me que amar cura
Que nunca será moinho
Fica em paz,  guardado passarinho...

Colorir! Em mansidão o dia
Buscar beber goles da alegria
Na vida, inteiramente colorida
Que lá fora, adiante de mim, brilha...

Solitariamente canto
Uma antiga fonte de queimar o pranto
E fazer do instante o movimento
O farfalhar das folhas, o vento, o tempo...#






O natural*



Pulsos, (a)braços, coração
Quebrados
São partes do existir...

E ninguém será
Deste destino furtado
Porque por todos os lados
O natural da vida pode tornar-se dor

A flor pode fenecer 
Sem a água limpa
Que lhe lava - pétala e raiz
E para toda quebra, fica a cicatriz...

Dor! - o que isso será?
A vida roda, roda e fico tonta
Morna de vê-la à minha raiz regar...#

* E o sobrenatural do mundo? Amar!

Por Jaci Rocha...(Relembrando a beleza do laço)

E Deus me disse:
filha, vá
já tem duas partes tuas
para contigo caminhar...

Tem um abraço que é abrigo
um sorriso que ilumina o dia...
e, depois
pra completar a alegria
eu vou mandar um raio de sol...

 
Os meus sinais?
vão ser todos os momentos
infinitamente cultivados
filha,
eu estou em cada olhar compartilhado...

em cada natal abraçado
em cada dia comum sorrindo
eu estou passeando pelos vossos corações
mesmos nos dias dos longos sermões...

filha,
não tenha medo da solidão!
quando eu te criei
dividi em pedaços
e os inesquecíveis laços
são os seus irmãos...# 


E a frase desse Natal com eles,nós todos juntos, é: "Obrigada, Senhor. Que seria de mim sem a fé que eu tenho em Você?"

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

O Sol não perde a hora



O sol não perde a hora
Não atrasa o tempo
E vai brilhando a contento
Cada forma de sombra em luz...

E as andorinhas e outras aves
Passeiam no céu o alvorecer
Espaçonaves naturais do amanhecer...

A lua não perde a maré
E tudo sopra ao sabor do vento...
E pouco a pouco traz e leva as águas e encandeia
Sopra vida sobre a minha aldeia...#


Caminhada matinal na orla da minha cidade.
Hoje a maré acordou vazante, e estava linda! 
é a habilidade da fotógrafa que não ajudou. =)