terça-feira, 30 de agosto de 2016

Premissa n.01


Quando eu aprender com essa lua
Como serenar esse amazonas louco
Que insiste em balançar suas águas!
- Talvez,  fique enfim, mais calma.

Talvez não mais siga 
Uma abelha em plena avenida
Nem caminhe mais tão distraída
De olhar os contornos do céu...

Ei, você, que está ali atrás!
Quase escondido nas cortinas do poema:
Será que eu perdi a viagem?
Desandei no meio do caminho?

Ou talvez a vida seja mesmo
Esse incrível rodamoinho! #


<3


Regular Ternura



As coisas que me disseste 
Sobre a vida, José,
Com tua regular ternura
Faz com que queira
Subir essas escadas
E compreender o que habita
a justa medida das coisas.

...Mas sou tão falha!

Trago o tempo atrasado no peito
Um relógio vago que não diz direito
A hora e o segundo exato.
O mundo parece fragil, abstrato
Fruto da minha caleidescopia
Algo alem do racional
Coisas que ultrapassam tua ciência exata
(e a filosofia)

Viver é perigoso, não é?
Por isso busco tuas palavras  calmas
Meio ansiosa por não perturbar
Teu silêncio bondoso e olhar cansado!
E, enquanto sigo, com minha habitual loucura
Sei que a  vida é melhor e mais segura
Porque existes...


com  tua regular ternura! #


Para quem tem a sorte de ter pessoas que caminhem e ensinem a viver o melhor da vida...
E principalmente, para o José, por ser, junto com o Bibito, meu melhor amigo! <3

P.s: Este texto não tem acentuação correta em tudo. Dependo do corretor, pois o teclado não ajuda, deu problema em algumas teclas..corrija-o mentalmente, por gentileza poética. 
:)


quinta-feira, 25 de agosto de 2016

O grito.




Não.

Não quero falar de título,
Gente olímpica.
Quero falar do Francisco.
Aquele menino triste
Sentado na incompreensível 
Imensidão de sangue e poeira
Aquele a quem dispensamos um penar
Quase envergonhado
E inerte
E vago.
Quero falar que ele permanece sentado
E atrás deles, outros
Os milhares de Francisco
E as Marias.
Eles gritam,
Filhos de uma guerra sem Santos.
Na guerra intocada pelos nossos corações 
A ignorada guerra que a tudo comanda
Há poucas respostas,
Muito penar.

E tem o Francisco, sentado
Manchado de sangue e da ignorância humana. #


Ao Omar, que chamei de Francisco, porque Omar  representa muitas coisas...
Dor!

Destino!



O destino é uma senhora delicada

Que todas as manhãs
Varre as folhas do outono da calçada
E deixa estradas limpas para caminhar...

O destino senta aos fins de tarde

E contempla a obra do dia
Enquanto tece nos cabelos
 delicados trançados 

e encontros alheios...

E sorri! Com a vaidade 

discreta das moças maduras
De quem transforma em vinhos
o adocicado das uvas...

Gosta de estradas...e do tempo

Espalha motivos ao vento!
Enquanto toca as melodias imprecisas 
da vida humana.



Para o hoje, a melhor parte de existir. 


Luz!

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Macapá!


São telhadinhos desajeitados
E ruas de terra batida
Entrecortada de águas castanhas
E sob elas, meu coração!
Pode parecer estranho
Quase inexplicavel e teimoso
Mas esse acelerado na veia
Esse sabor de rio doce
Esse sentido esquisito
Que prende a alma humana
Sinto aqui!
Debaixo dos telhadinhos desajeitados
E céus não arranhados de edificações
Moram muitos olhos marrons
Os amados olhos marrons! Dos meus.
E os motivos e risos
Deste museu particular
De ternuras
da agridoce tarefa de me ser...

...e as gírias e palavrinhas doces!
Que não cabem nas coisas nascidas grandes:
Como gente, cidades e enciclopédias.


<3

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Ao Ivo Torres, poeta Nortista do Brasil.


O poeta ri
O poeta brinca
tropeça e desenha o sol
Com o sangue das entranhas!

O poeta ama,
Sonha e faz carícias no ar
Como que tecesse fios de vida
ou o náilon do casaco.

Há poetas que desenham suas próprias desventuras
só para sentir mais um pouquinho!
e dizem até que não sabem ser
tão de mansinho...

O poeta é um louco?
Aqueles tipos que amam?
Ivo!  diga ao louco que não chore,
Pois, poetas não se curam! #

Ave,poesia!


Luz!




segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Recadinho




Ei, seu moço!
vou te contar um segredo:
eu não tenho medo
do vento que leva e traz o sentido da vida

Carrego meu próprio dicionário
Um senso meio precário de tempo
E me atraso por excesso de vida:
culpa da paisagem, tão amalucada e colorida!

Rimo ou deixo solto
Falo demais ou silencio a prosa
Vivo no dobrar da esquina
Aquela parte entre a lira e a dor...

Mas nada de óbvio ou copiado:
formulas exatas, repetidas
Não me atraem: gosto do que sangra
 e brota em vida.

E como Gonzaguinha já tratou de dizer:
No beijo e no tapa: revido a cortesia
E trato de viver e aprender...
Entre o espinho e a poesia! #















domingo, 14 de agosto de 2016

Presença! (Para o cara que eu mais amo nesse mundo)





Você está aqui. No sangue da minha alma, que corre para encontrar com o teu. Nas similaridades e nas diferenças.Nas doçuras e nas brigas. Nos finais de tarde e no samba que toca na rádio. Você está aqui. Entre o silêncio e meu último debate. Entre a filosofia e teu riso sarcástico. Entre a arte e a pescaria. Você está entre o humano que me faz compreender as imperfeições e o amor, que recobre tudo.
Você está aqui toda vez que penso ' eu consigo',porque me disseste isso infinitas vezes. Você está aqui, entre o último CD do Chico e o cheiro da chuva ou da tarde ensolarada. Entre a piada de humor duvidoso e a humanidade quente, agridoce, divertida, diferente! Você está aqui, entre a maré cheia do Amazonas e meu último poema. E porque você sempre está aqui, eu me sinto imensamente agradecida! <3



sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Depois daquela janela ensolarada!

Foto:Nathy Favacho

Depois daquela janela ensolarada, há muitas ruas. Mundos inteiros para desvendar, passeios astrais, ancestrais ou além: como cada viajante conceber.
Depois daquela janela, há medos, intrigas, encontro com poesia, sucessivos sorrisos entremeado em decepções,mas há também vida, mais caótica,aleatória e colorida do que os giz de cera espalhados pelo chão.
Talvez tenha o dia inteirinho a ser vivenciado, sabores próprios de quem sai da janela. É, depois daquela janela, não estou tão protegida. Ou estou?
Daqui, grades silenciosas evocam a força do que a violência traz: medo.
Mas isso, claro...depois daquela janela.
Também tem o rio amazonas, o céu estrelado, as senhorinhas das missas das seis, sempre com seus terços em mãos.
Tem aquela molecada que esqueceu dos anos 2000 e está no meio da rua, a jogar um futebolzinho, últimos resquícios de convívio entre vizinhanças. 
Dizem até que tem amor,  a brincar com o poema. Um pouco do meu, dança ali, do outro lado da rua, entre os bem-te-vis. Outro pedaço, aqui comigo, brinca no sofá, menina-esperança que é.
Depois daquele sol todo, a atordoar a face, veio uma chuva gostosa, daquelas de fazer barulho ao tocar o chão, pingos grossos e fartos, para o ouvido matar a sede e os sentidos florescerem.
E tem as direções, as setas e ruas que traçarei, eu, que não traço planos e faço morada em curvas, viradas de caminho.

#


*Republicado.

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Advogada! (Para o dia da profissão que a menina teimosa escolheu)



Conta da tua dor
Alguma coisa que a vida levou
E, antes de tudo,perdoa se eu sentir contigo:
Sentir tua dor é preciso...

Preciso caminhar nos campos
Em que percorreste!
Desculpa se te faço remoer detalhes
e formo quebra-cabeças delicados...

Se eu puder pegar carona na tua condução,
Olhar o mundo sob o teu olhar
Talvez possa, entre as letras abstratas
Ir a batalha contigo lutar!

Sou soldado das causas não minhas,
Eu gosto de saber
O que te agita
E é de mim não desistir de ti...

Eu vou comemorar tua vitória
Sentir o gosto das tuas derrotas
e, antes que a tua vida enfim se vá da minha
Quero sentir que fiz por ti...

 Justiça! 

<3


Porque advogar é ser soldado em lutas alheias,
Perdidas ou ganhas...
E para ser advogado é preciso antes de tudo, ser muito humano.
Porque os códigos são poesia, mas a vida! ah!...ela desafia
A encontrar o elo perdido entre a fria palavra, abstrata...
E o olhar real de quem procura.


Luz!

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Sol dos Sonhos de Icaro

Icarus and the Sun, de Picolo -Kun.

As asas do sonho
Não queimam
Pavio de vela ao sol
Antes, passeiam, folhas ao vento

(soltas pelo quintal...)

Ícaro! desce, menino.

Não deixa a vela derreter a ilusão
Não tentes alcançar o sol da alegria
Que a luz de um ardente dia
Brilha, derrete...bolha de sabão!

Mas, o amor e as coisas findas
Aquelas tão mais lindas...
Disse Drummond:
 Sempre ficarão.



'Icarus and the Sun'  é uma historia em quadrinhos, embasada na lenda de ícaro, mas que ( a meu ver) personifica o sol  na forma de uma mulher...é de um quadrinista/artista  chamado Picolo -  e ganho meu tempo  traduzindo os diálogos maravilhosos que ele cria...

Inspiração do poema.

Apaixonada! <3

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

O grande plano!



Mais que plantar uma árvore
Quero espalhar flores pelo mundo,
 meu senhor! 
abrigar na terra uma semente
ver o mundo parir uma flor.....

Mais que ter um filho
Quero fazer um símbolo de amor!
Semear sorrisos e espalhar ao vento
E no ventre, germinar calor...

Mais que escrever um livro
Quero gerar umas tantas poesias!
E nutrir o verbo de minha emoção
Dar seu retrato falado 
e do instante, fazer canção.

Quero a doçura incontestável 
Que o mundo oferece ao beija-flor
Poemar o universo e no mover desconexo,
...  iluminar de amor!#

Para o dia Estadual da Poesia! <3
Muito amor e poesia, querid@s.
:)



domingo, 7 de agosto de 2016

Saudade Poemada.



Porque é domingo
E aos domingos
Você dourava um peixe na brasa
Com a velha camisa quadriculada aberta
Ouvindo um bom sambinha.

Porque é domingo
E aos domingos eu te contava minha semana
As coisas loucas que descobria no mundo
As pessoas que havia conhecido
 Neste imenso carrossel...

E você assoviava 
paciente e silencioso
Como que entre a bênção e o incômodo
De ouvir minha voz...

Porque é domingo
E você ligava para a Verinha
E nos chamava para almoçarmos juntos
E depois expulsava todo mundo
Só para uma sonequinha.

Depois acordava e fumava um cigarro
Sob as nossas críticas e reclamações
Com um olhar quase cínico e orgulhoso
Por não fazermos igual a ti...

Porque é domingo
E às vezes, no final da tarde
Íamos tomar sorvete
Passear, ver o rio e a fortaleza
Ver a paisagem bonita do dia cair...

Porque é domingo
E ainda sinto o teu cheiro
E reconheço o som da tua risada
E ela canta no silêncio da memória
Para mim... !#






Muito obrigada! Eu te encontro naquela curva da estrada
Ou na outra margem do rio... Quando a minha canoa encostar na tua. 
"E até que nos encontremos de novo, que Deus te guarde na palma de suas mãos..."

Eu super,mas super,mas super...te amo. <3

Cal Lightman: Minha paixão das telinhas!



Poucos personagens me deixam tão inquieta e conectada quanto o Doutor Cal Lightman, da série Lie to Me. Sobre a série, tudo que posso dizer, é: se você gosta de analisar pessoas, comportamentos, trejeitos e palavras, embarque na linha 1. A primeira temporada vai dar um banho disso.
Mas, o que leva o expectador para a segunda temporada é a profundidade dos personagens principais, pois, Lie to me tem uma formula de bolo exata: uma investigação desvendada pela análise do comportamento humano: microexpressões, linguagem corporal.
Tudo bem legal para quem gosta de palavras, mas interpreta silêncios.
Mas, quero falar do Dr. Lightman, porque é o personagem principal e meu favorito, junto com a Dra.Foster, sua melhor amiga. O Dr. Lightman é um apaixonado pela verdade e especialista em expressões faciais. Homem que se fez do zero, de passado malandro e dificuldade extrema de confiar nas pessoas, desenvolve relacionamentos pessoais conturbados.
Separado, tem uma filha adolescente e uma vida obscura, mas faz da filha o símbolo do amor e da confiança que não tem no mundo. Ele é anticonvencional, metido, tem uma rara compaixão pelas pessoas, mas sabe ser cruel sem muita culpa.
Ele é apaixonado platonicamente pela sua sócia, sua melhor amiga, mas tão verdadeiramente apaixonado, que não ousa tocar nela, porque sabe que seu mundo é denso demais para a delicada dra. Foster, sua leal companheira de vida. Dorme eventualmente com sua ex- mulher, em uma relação não exatamente casual ou mecânica, mas afetuosa e cretina.
Ele é irônico e um grande ''filho de uma puta'' ( com o perdão da linguagem suja). Não é ideal e nem sempre é o mocinho da historia. Aliás, frequentemente ele é ambíguo, com um bom senso de justiça, embora uma justiça própria.

Enfim, não perca seu tempo se você não gosta de séries incompletas.
A serie foi cancelada pela FOX e não teve um final, o que, para mim, representa mais um plus em Lie to Me: é exatamente como a vida, termina antes do roteiro 'fechar' completamente.

Com Lie to Me,  aprendi que as pessoas mentem, mas as melhores, mostram-se como são para os seus e recebem a bênção do amor, apesar disso. Que nem sempre a gente se olha no espelho o suficiente para reconhecer uma verdade, por isso é bom se cercar de quem nos recorde isso. Traz a reflexão de que as pessoas mentem e frequentemente chamam de razão algo chamado egoísmo e que o mundo é realmente um lugar muito maluco e obscuro, mas que se você der uma de doido, doido mesmo e tiver uma dose de sorte,um coração corajoso e vontade de fazer valer, muitas coisas podem dar mesmo...CERTO!



Ah! Sobre o Dr. Lightman? ele ama a Dra Gillian tão profundamente que não consegue nem falar. Não toca no mundo dela e deixa que ela conduza o barco da sociedade, pois sabe que é seu porto de chegada. Ama a filha tão desmedida e tresloucadamente que não consegue saber quando ela mente, porque ela o confunde todo, e ele vira apenas o que todos somos, quando amamos: AMADORES.



Ele, então...um pai! <3


P.s: Estou no final da segunda temporada e na torcida para que Lightman tome jeito e se acerte com a Foster. 
P.s2: (Ele me dá tanta saudade do meu pai que quase posso chorar, com sua expressão de ironia, de tão parecido. Sinto vontade de arrancar ele da telinha, porque hoje é domingo, e era nosso melhor dia juntos...)

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Livre!



Quem disse que o poema tem formato?
O poema dorme e vive
Onde desejar!

As margens que lhe norteiam
Não oprimem
E nada que rime
Precisa ser poesia...

Vejo um poema
Sentado na varanda
Ele ri e dança
E tem amigos.

Nele, sinto a caricia essencial
Pássaro que voa livre
e repousa sob o meu quintal!

Nessas horas em que sou tocada
Tudo é mais tênue...viro canção
Para escorrer o verso, beijo as palavras
saem doces da palma da mão!

E assim, quase feita de um milagre
Estendo palavras no varal...
 E,  filha da vida, a poesia brinca
entre palavras e rimas

Soltas...no que é real.


terça-feira, 2 de agosto de 2016

Pipa!


Meu céu é próprio!
Sigo, sabor e perfume
E até o vento tem ciúme
Dessa liberdade mansa...

Vou até onde 
a linha do equador alcança
E a vida puxa o fio pela mão
Sem rota, linhas tortas: 
aorta do meu coração!

Que é tão bobo e enternecido
Com as coisas mais simples!
Um fim de tarde, uma flor que nasce
Um sorriso, um olhar, um consolo...

Já não preciso entender
Nem o poema, nem a mim
Que sou feita de cetim
Para voar!
 nos céus de meus afagos...

Sou minhas emoções
E o amor é o que deixo e que levo
Sinto com a alma quente, amiúde.
Repouso o peito
onde o sol se esconde...#