quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Carnaval!


Serpentinas,máscaras ,bailes
Colombinas, Pierrots
Olhos sem nome, disfaces
máscaras postas à face...

De real, só  a alegria desse povo
Que sofre e batalha o ano inteiro
Pra sorrir em fevereiro...

Sob as marchinhas, soldados da alegria
Refazem o percurso da ilusória poesia
Que brinda e canta a avenida...

Festa da carne...encanta!
Dizem que até males espanta
Sob os foliões,  pura abstração
tudo é sorrisos,brilho...e emoção! #
:)




quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Essência


Regar-se do que é belo
Florir-se no que dói
Doçura e águas salgadas
Num mesmo ser...

Parece frágil a estrutura
Em que a coabita a mistura
Mas, não sejas tolo:
Vai florescer...

Em gente, flor, canção, poesia
Pois tudo que nos habita
É o caos e a força da semente...
E a gente colhe e é o que a gente sente.


terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Consumível




O meu tempo o vento consome
Nota, escorre a canção pela mão!
Passo e alinho o verbo ao infinito
Tento ser meu calor mais bonito...
E mesmo que, às vezes, erre o quinhão
É de afetos que mato minha fome!

  O resto é espaço....

                                        sede....

                                                                                        ilusão...! 
              

            
                           

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Perto do meu coração mora um rio

Perto do meu coração mora um rio
Um jardim florido e uma borboleta
E um sol que insiste em se pôr
E nascer! Sucessivamente...

O sol que não pára de deslumbrar
Fala mansamente em outonar e renascer
E eu, garoando sobre a semente
Beijo o rio lentamente...

Perto do meu coração mora um rio
E nele me desfaço do trivial
E sigo um caminho
regado à mão... por borboletas!

Nada sei de margens,caminhos trançados
Tudo em um rio é tão simplificado!
Tudo que é jamais será
E o que passou não voltará...

Perto do meu coração,
Do meu maluco e tresloucado coração,
Do absurdo de se ter um coração...
mora um rio. 


:)

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Inconcluída

Vezes me falta
Noutras me excede
A justa medida das coisas:
A palavra, o gesto
Se antecede
Ao que me chega à prece...

Vezes me cubro
Noutras, desnudo
o véu dos medos e ilusões
O passo, o tempo
- Percepções?

Vezes sóbria
Noutras nublada
Tempestade e açúcar
No mesmo frasco
O vencedor e o fracasso
No mesmo brusco suporte...

Vezes sou norte
noutras...roda-moinho
E se desalinho
O tecido fino do coração
Rezo meu próprio sermão
E absorvo! - Mas não absolvo a emoção...



sábado, 15 de fevereiro de 2014

Ritual

A pele
é sutilmente leve.
Impele.
A eclosão e caos dos labirintos
O tato
desvenda o abstrato
Formato
Das nossas explosões...
Paixão!
O suprimento sutil
Arrepio
Que a alma desvenda
Nesse rito
O corpo é a oferenda. #


quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Sitiados


A paz dos voos rasos.
Asas cortadas, socialização.
Discursos ininterruptos
grades e opressão

Cada vez mais violentos
Falamos em paz
Morreram de tiros
os nossos ideais

E o arbitrário e potente
Admirável surreal
Encobre de ilusões 
a violência institucional

Morrem meninos
cresce a pobreza
Morrem soldados
E a nossa vil natureza

Acoberta o que é dor
Em pão e futebol
A cidade dos sonhos!
- Embebida de formol.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Benigno

O macio do amor escorre
Na liquidez do tempo, no cheiro
No beijo jogado ao vento
No café da manhã
Sabor de boca e hortelã...

Feito garoa em manhãs em fevereiro
Beijando sutil o amazonas
O amor é natural e acalanta
O espírito aporta em levezas...

Existe tal milagre no amor bondoso
Que encontra-lo é ter uma experiência astral
Um toque de midas no mundo real...
Sem porquês, senão, como ou porém...
 O amor é a própria face do bem...#




"Porque o dom supremo é paciente, é benigno..."

Bom dia, queridos.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Da função

Toca e quebra o pacto
As águas mansas distorcem no impacto
O avesso do espelho é o outro
E só é capaz de conhecer o próprio umbigo
Quem já se fez abrigo...

De toda forma de emoção
Desde o princípio da luz à escuridão
E deflorou a margem de seus medos
Dúvidas e segredos...

Toca e quebra o pacto
Estende a mão sob a fina pele
Nota que tudo é deformidade
A utópica perfeição te afasta da felicidade...


E a função do tato é sair da imagem do retrato! #




Saia do pacto da perfeição.



quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

A consulta

Senhor doutor, se ele sangra...
Não lhe pare a pulsação!
Apenas abra e lhe devolva a fé
Pra que ele viva o que lhe aprouver...

A cirurgia é de delicada estirpe
não lhe deixe maiores cicatrizes
apenas retire o que se perdeu
A circunde o que sobreviveu...

Deixe que eu lhe molho de poesia
e sirvo-lhe chás de alegria
Apenas o deixe aberto
Para não fenecer a flor de afeto...

E se acaso estiver perdido
Por favor, feche meus olhos e visão
E devagarinho tire do peito
Todo ar que existir no pulmão! ... #



Porque se a gente desistir de sentir...melhor não mais existir. :)



Desencontro

Parece um mar...sem cais
Parece estrada longa...sem curva
Parece um desencontro da mão
Mas é só solidão...

Nua e crua!

Esvai...esvai...feito pluma. 
Vazia de mim, apenas eu e o destempero
Quem nunca tateou
a própria face no espelho?...

E não se pôs a procurar sinais
E pra se reencontrar na imensidão
Viajou por seus vazios abissais!

Quem nunca se perdeu na escuridão? #




segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Des(a)tino

Todo passo...um desafio à frente
E os olhos quase não creem na visão
E a missão da moça...é enfrentar seus medos...

Viver!...um flerte com o des(a)tino
Tudo pode arranhar: é questão de arriscar
Não se perder para encontrar
E a moça sabe que o que tem por dentro
é raro...e particular...

Viver é raro, meu caro!
É pulsar por dentro... dor e o amor
Aceitar se perder um pouco
Pra encontrar com seu lado obscuro
Ir velejando por seus infinitos....

Curar-se...do que limita a caminhada
Olhar pro céu e perceber-se
humana, profunda... e ilimitada!



Desconexa

Não caibo em mim!             
Por não caber-me               
Não encontro o espaço          
Sou a métrica tocando a linha    
Entre o horizonte e o sem-fim...



Brinquei com o tempo
Até tocar com as mãos
A canção da efemeridade
E agora digo ao relógio
Que tudo é ilusória vaidade...


Menos o encanto
Que acaricia o manto
Do amor...e do poema
E que a gente não trema
Face ao desafio de transcender...



Ser gente, canção, poesia
Fora das órbitas do trivial
Brincar com o infinito interior
Porque triste e resumido
é não ter um flerte com o imortal! #

:)