quarta-feira, 27 de março de 2024

Akai Ito



Mentes desalinhadas
Desajustam corações afins
- É uma pena...

Ainda bem que o poema
Tal como o fio invisível do 'está escrito'
Sabe mais que nós...

E assim, Akai Ito ou..."Maktub": 
'Está escrito, ou, tinha que acontecer'
Dos encontros e desencontros:
Aprender...desaprender...

Descobrir! Deixar sentir. 
Leve, borboletas no estômago:
Dançar. Viver
Fluir...

Mas, afinal, existe paixão sem isso?
Sem a fina pele, a fragilidade, o risco?
O medo e a audácia de sentir? 

Não adormecer, arrepiar, entusiasmar de verdade:
Afinal, existe poema sem coragem? 
- E  tu sabes,Poeta, coragem
É sempre o coração em ação...

Por isso e por tudo o mais:
Quebre os grilhões dos medos, 
Dê adeus à dor
Diga olá ao desconhecido!

Ou, ao re-conhecido
Elos de afeto:  
É sempre amor.

segunda-feira, 11 de março de 2024

Ensaios sobre coisas felizes que faço enquanto cresço



De quando choro na poltrona marrom
De quanto cresço olhando aquele horrível quadro abstrato
Minhas sombras e luz...
De quanto aprendo e reaprendo de mim

Eu, que quando rio,
Desaguo.
E quando choro,
Tempestade

Eu, essa calma busca pela loucura
De me ser em paz...

De quanta tinta e água se forma um ser?
Batom, lágrima, lápis...contorno existencial!
A gente desenha nossos horizontes todo dia
Nesse ensaio sobre a vida real...

Mas, não existe ensaios
É tudo cru: carne, sangue de verdade
Vida que desenha e redesenha
De acordo com quem somos e acolhemos ser...

Entre os risos de existir, um sabor
Saber e ser: é coisa muito louca, Senhor
Reconhecer meu espaço, meu valor, meu traço
Sem desmerecer ninguém...

Enxergar a vida como ela é
Entregar à Deus o que tem de ser
Realizar com calma, avançar espaços
Dar adeus, não guardar nada, não adoecer na piração alheia

Lembrar que cada um, ao fim
Come de sua própria ceia.


E nesse 'por enquanto'

Fazer poemas, tecer boas amizades!
Reconhecer, na fina tez do dia,
Com quem e com o que queremos viver
Fazer valer. Acontecer.

Sorrir, amar, viver o dia!
Partilhar afeto...leveza, bondade e poesia.

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Breves Digressões Inconclusivas sobre ser gente

 Goste ou não goste de mim: Tudo bem.
Eu sinceramente não ligo.
Nem todo sabor é mesmo sobre o gosto
O paladar percebe o que reconhece

Por mim, literalmente:  Tanto faz...!

O que me importa não necessariamente te atrai
Também eu, hoje te percebo diferente
A gente germina diferente em cada ar
Ou, talvez,  só seja questão de lugar...

De lar.

Meus amores, meus afetos, meus dilúvios internos
Quem me faz chorar de tanto rir
Ou rir, por não valer chorar:
Tudo isso também foi um aprendizado, para mim...

Sei que é seco - e que de seco-a-seco
Constroem-se desertos
Tudo certo: Eu passo, 
Chuva que caiu em tempo (in) certo

 - Literalmente, tanto faz...

E finalmente, isso em mim
 É verdade...

Coração inteiro, parto, pois sei re-partir 
E faço florescer por onde for, semente
E eu sei, cê mente tão constantemente
Que talvez não saiba discernir...

Coloco, sempre à minha frente: o Supremo-amor
Sei que por onde for a luz de Cristo é uma graça
Não um adorno ou um consolo
Que legitime a má conduta

E isso não é também disputa
É um um compromisso interno de amor...

Construo-me no agora:
Meu valor não é mais moeda na mão de ninguém
A critério do melhor discurso
Eu me uso do salvo conduto

Do tempo, que a tudo leciona...


Celebro pessoas mais do que títulos
- Eu gosto disso, de ser gente
O eu-ao-espelho segue mesmo tão sentimental!
Tão verdadeiramente leal...

Isso me conforta e me dá forças:
A Lei dos iguais clama espaço, meu bem
-É quântico e astrofísico: A  lei do retorno
Faz a curva e volta -  na regra do 'Também'.

Porém, nem a isso me apego e assim, 
literalmente:  tanto faz...

Pois sempre digo, e finalmente aprendi:
Estar sempre certo é coisa assaz:
Não ri por último quem ri melhor
Bom mesmo é quem ri em paz!




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