sábado, 28 de janeiro de 2012

"Poema do Desassossego"

 Tira a venda,menina
desvenda as profundezas deste mar
redescobre sentidos ocultos
liberta teus rodamoinhos
deixa a vida te acariciar...
Perca o medo,menina
permita ao vento te despentear
Há um infinito para além do espelho
Um mundo por sobre os pêlos de um coelho
Só descobre quem é capaz de acreditar!#

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

"Não existe"

O tempo não existe
Respiro e sinto o peito soprar  vida
(um...dois - dois...um)
Não é a mesma batida...
Quem riscou  a linha de chegada
Este adeus? Este amor sem medida?...

Ouve a canção de agora
rádio - vitrola
tudo é instrumental!
O som permanece
A lira sempre floresce
O tempo não existe...

Então seremos nós
em algum lugar do passado
um presente diferente -multiversos
lados dispersos
de um mesmo passo?
Passo...

Volto a música
Repito a dança?
Mas, o tempo não existe!
Aonde estás,meu bem?
Nunca te vi, temo o desencontro
Temo este adeus que nem sei se vem...#

(= A máxima que de tão desmedida transbordou as linhas do poema:
NÃO SE PERDE UM AMOR PELO TEMPO.
Não se perca amor, pelo tempo.
Tempo, tu não existes. =)

E,como já disse o  poeta: "Se perder um amor, não se perca".

Bom dia, queridos meus...

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

"Ecos"

Ouço ecos
mas não capto o som da tua voz
seremos nós  reflexos do que já passou?
Quero te indagar do que sobrou
mas tenho medo...

Faz frio sem tua mão
porém já sinto a leveza
de não mais sofrer em conta-gotas
mesmo que sem teu radar
confusamente esteja rota...

É parte do teu show
toda esta dor?
A sinfonia que cessou
reverberou
E qual será então este final?

Faz parte deste som
esse silêncio torto?
Toda ausência de encontro
é uma forma de partida
e destas linhas traço a triste despedida...#



(Feita há tanto tempo, q mais parece em outra vida...Agora,compartilho =)

P.s: Bom fim de semana, queridos meus.

sábado, 14 de janeiro de 2012

"O Visitante"

"Era uma bonita manhã chuvosa de sábado, quando bateu à porta da frente, belo e sóbrio,com aquela elegância sempre peculiar.
Convidei-lhe a sentar. Servi-lhe chá.
A mim,aquela bela taça de vinho.
Olhou-me de frente, com seus fundos olhos de verdade. E dentro deles vi as muitas de mim que poderiam estar aqui, em meu lugar...
Aquela mocinha que casou com o primeiro amor agora era uma jovem senhora.
Aquela aventureira que fugiu de casa e nunca mais voltou, uma andarilha.
Aquela mulher cosmopolita achou-me tão provinciana!
Eu e meus livros ficamos envergonhados face a simplicidade daquela linda pescadora, ao lado do pai...

Sorvi meu vinho.

Argumentei que também fui e sou feliz, que tive um encontro com a pureza, e que o amor hoje me faz companhia, e que esta jovem é uma mulher madura e muito mais bem resolvida.
Ele, silencioso, apenas sorriu com ironia.
Não suportei sustentar seu olhar, fui até a janela e deixei o vento despentear minhas certezas...
O visitante perguntou-me como iam as coisas, mas, senti em sua voz o desinteresse de quem sabe exatamente como estão. Sabe aquelas perguntas que fazemos a alguém por mera cordialidade? Pois é.

Claro que não respondi, não sou afeita a cordialidades vazias.

Mas senti vontade de jogar-lhe o vinho no rosto, quebrar os quadros pendurados milimetricamente na parede,enfim, fazer algo que o fizesse parar um pouco, deixar-me respirar mais leve. Foi então que recordei dos olhos quentes daquele amor que quase me roubou a alma. Ele percebeu, e disse-me apenas que somos iguais,e por isso gosta tanto de visitar-me.Como se fosse eu seu bicho de laboratório favorito, rodando naquela roda-viva, sempre voltando a um mesmo lugar...
Sorri de sua ousadia. Mandei-lhe embora sem dó.Enquanto ele passa, vazio e só...
Eu me preencho de mim! "

(Texto escrito (ao som e) baseado na Música " Resposta ao tempo" de Nana Caymmi. Vai dizer que ele também não lhe foi visitar dia destes? ;D)

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

"O Segredo"



Tão puramente emocional
tão tolamente passional
passeia coração, clareia
clareira frente ao fogo que incendeia...

Buscando suas próprias verdades
acalmando íntimas tempestades
guardando retalhos de nostalgia
fazendo do instante alegria...

Nem tão tolo, nem tão sábio
navegante em pleno aquário
mas no fundo, quem não é?
O segredo é ter bondade e fé...#




Bom dia, queridos meus. Este segredinho é nosso...vamos navegar? =)

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

"Caminho"

Em minhas mãos
Sinto as frenéticas linhas
Se desenharem
Cresço sem saber se meu destino
É este traço
Enquanto isso, alheia,
O destino é o que faço...

É, trabalho.

Vezes desvario.
E devagar encontro o passo...
Escolho os livros
Depois as prateleiras
Adequo os espaços
Reúno pessoas
Depois mesas e cadeiras...

É, divago...

Tem sido assim
Essa coisa de existir...
Freqüentemente seguindo
Sem saber por quê
Exercitando o divino e o pagão
A comédia humana
E sua doce contradição...! #