sexta-feira, 18 de agosto de 2017

As palavras vivas!


São 21h23 no relógio de bordo de painel. Olho para o carpete do carro e vejo pontas de um jornal amassado por debaixo do tapete. Algo incomoda na cena: sei, são apenas recortes de jornal.Com palavras aleatórias, esquisitas. Aliás, mesmo juntas, não fazem sentido! sim, o abecedário inteiro está ali, desperdiçado.
Explico.
Não gosto de palavras mortas. Gosto de poemas, pois as palavras voam e se eternizam. De canções, pois elas dançam. Gosto de palavras como: Quintal...


Eu caibo inteirinha em um quintal.
Ou em uma varanda. 
Um varal.
Poesia...
Coração. 
Amor. 
Abraço. 
Saudade.
Oração...
Felicidade!



Palavras nos chamam para dançar. Aliás, gosto de gente que baila com as palavras e forma mundos. Por isso, o amor pela literatura.  Paixão antiga: Lembro que me apaixonei pelas palavras através do uso do dicionário, algo vivo e divertido, pois me foi apresentado como riqueza, e como era bonito ver no  olhar de meu pai a alegria por ensinar o valor e o significado das palavras. Por outro lado, nunca gostei de quem fala difícil para esconder a mensagem. Mensagem tem de ser coisa clara, bem dita, eis outra palavra bonita: Bendita.
Também não gosto de gírias de laboratório, aquelas criadas por agências de publicidade para testar seu  poder das "massas". Aquelas coisas atuais,meio grotescas. Falta à elas a originalidade do impulso criativo. Mas acho bonitas as regionalizadas, as criadas sob contexto e acho que tem que ter atitude para sustentar um bom vocabulário "sujo".
Pensei quantas palavras já usei e quantas me valeram, as muitas palavras repetidas, geralmente as minhas preferidas...e no quanto certas palavras nos levam diretamente à lembrança de algumas pessoas. É como uma playlist linguística!



...Olho novamente o jornal, na parte debaixo do banco. 

Retiro aquela coisa estranha de lá, mais parece um corpo, morto, no porta-malas. Graças a Deus não tenho estes instintos (rs). São só palavras. Só? Não. São palavras! as amadas palavras, letrinha por letrinha de um alfabeto, dispostas aleatoriamente. Confesso que isso me dói um pouco, a prostituição da palavra: "Vendo palavrinhas rasas,em textos pequenos,para leitores amenos" - é o título do jornal.
Se você chegou até aqui, neste texto com bem mais do que 140 caracteres, sabe como é chato coisas resumidas. Aquela coisa espremida no espaço.
É que bom mesmo são versinhos à vontade, em meio a rua, praças,nuvens... é, sou daquela gente que escreve para se salvar do mundo. Sou da 'tribo' que quer que a mensagem chegue, se aconchegue, faça coisas bonitas no corpo das pessoas.A roda que se salva e se enamora, por isso escreve...aliás, pensa em outra palavra amada: E....s....c....r....e....v...e....r....

#

Luz!

:)

(Republicada, de Março/2016, porque adorei brincar de escrever isto) <3

Eclipse



É quando a lua se encontra com o  mar
Que o verdadeiro eclipse acontece!
(Dizem os antigos profetas
- Mas isso só sabem os loucos
e os poetas)

Onde escafandristas descobrem segredos
Submersos em cidades de Buarque
E vagueiam em jardins da fantasia
Cheios de uma quente  alegria...

É quando a lua beija o amazonas
Que nascem os apaixonados
e as estrelas que caem do céu
são lágrimas de felicidade!

Por isso, eis a verdade
É quando a lua se encontra com o mar
Que as flores de abril florescem
e dizem até, que além de um Eclipse

Outros milagres acontecem...!




Para o agora, pois minha cidade (Macapá) poderá apreciar um Eclipse solar.
Sabedoria de profetas, loucos e poetas. :)

Eu, que não aprendi a rezar (Reza pagã)




Eu, que não aprendi a rezar...

Pesco palavras no cotidiano
Só para explicar ao tolo coração
Por onde a  vida,  imperiosa e bonita
arrasta sonhos no correr dos anos...

Busco no azul a linha dos enganos!
Delinquente sentimental,
Ficha corrida de pequenos delitos emocionais
Por sustentar amor demais...

Mas, M.M Juiz, 

Anjo decaído de um tribunal de exceção!
Não queiras mesmo explicação
Para o doce do Amazonas ou o sal do mar
Condena-me ao verbo: (perpetuamente) amar!

eu, que não aprendi a rezar.


*Dias claros.
:)

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Pequenas considerações sobre a Vida.







Trago um vago tremor nas mãos, 
O acelerado coração anda disperso,
Quer entender a solidão dos verbos
Marcou encontro, às seis, com a ilusão!

ah! Estrangeirismo que não sai de mim...

Vivo de duvidar de onde estou
Se perco o passo
 busco o azul de um céu sem-fim!
e encontro rascunhos de um mundo que passou...

Cartas, bilhetes e poemas
Pequeno dicionário sentimental e mágico!
Mas a vida, exaure com a respiração,
(O tempo é mesmo um senhor mui trágico)

Apesar disso, sonho. 
E enfeito tudo com o melhor de mim...
De respirar, sinto sopros do Univero
A vida é mesmo perfume, ternura, luz

e verso.

#


LUZ!

domingo, 13 de agosto de 2017

"Paissarinho"





sou tua rima
 flor de abril
natureza viva
criação da tua carne...

pedaços do cotidiano
casinha na árvore
 violão tocando
cadernetas,
 máquina de datilografia
dia de pescaria

- é mais que verso ou avesso
- é saudade
 visceral #




(Voa,paissarinho,voa...)