quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Do antes e do agora


- Do antes -

Nada quero
Do antes...daqui.
Meus dedos são o que são
Meus calos, minhas mãos
O louco coração

Ah! Revoar da emoção...

Do antes - Guardo só o que é belo
Pois, em essência, somos efêmeros
- o tempo, o verbo, o corpo -
Precário no precário: 

Simbólico e singelo relicário.

- Do Agora - 

Quero da vida mergulhar no agora
embebedar os sentidos 
As flores dessa aurora!
Teu cheiro, essa manhã...

Também, o que virá
Mas sem pressa,
Pois a vida acontecerá
E esta é a beleza do tempo

- Somos verbos inter espaciais, que entrecruzam e movimentam...-

Por isso, vivo.
Não quero nada além do que este dia,
Borboletas amarelas, céu azul
Singelas alegrias...

Teu gosto, moço,
meu doce preferido
E o tempo, verbo no presente
Perfeitamente colhido.

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Porque tudo que somos é: relicário de tempo passado e certeza de vida - bem viva - no tempo presente. E isso é mágico e transcendental.


Viajante


Percorro espaços de um mesmo lugar
Aprendo a ganhar novas voltas do tempo
Respeito dentro de cada verso
Seu próprio espaço, métrica e movimento...

eu me descubro, com o passar dos anos
e me refaço a cada verbo colhido
nem tão madura quanto gostaria,
ainda fico, às madrugadas, de papo com a poesia...

Preciso disso, confesso.

Aqui, eu me escrevo e reescrevo
Torno mais bonito o aparar de arestas
feito o ar da madrugada, 
Que escorre entre portas e frestas...

Quisera ter mais tempo - o tic tac do relógio 
arrasta-me em seus dedos!
Fazia tempo que não sabia que fazia tempo
Hoje, percebi o movimento

Já não somos nós e nem estamos sós
(Para a alegria das boas canções que nascem a cada dia)
Porque, para cada onda que bate à beira do Amazonas
Uma estrela cai, e nasce um amor, uma nova história

e uma poesia.

#

LUZ! - de bons poemas. :)