segunda-feira, 29 de julho de 2013

Impossível

Face ao vento...despenteia:
é um risco mesmo caminhar
Com os ferimentos expostos
Afundar os pés na água salgada do mar...


  Face ao vento...despenteia:
é um risco mesmo deixar-se bagunçar
o coração passa a acreditar
Que finalmente descansou...

E como saber o ponto da eternidade?
Se a eternidade é prima-irmã do adeus
 Como viver sem descansar nos olhos teus
Se são pedaços meus...? #

domingo, 28 de julho de 2013

Tênue


Linhas que se dissolvem no tempo
Trilhos que descarrilham
Tempo que converge em falta
Há tanta ausência nas presenças nossas...

A delicadeza das tranformações
Outonos e verões desenham rugas
em mesmas faces, outras distorções
Quantos disfarces haverão?

O vento, a vida, o ciclo
vário e diverso é o desafio
A ampulheta derruba grãos
A alma luta por ser coração...#




Que a gente não perca o poder de ser emoção. Boa tarde, querid@s.

sábado, 27 de julho de 2013

Interna ação




De detalhes, composição
Criação de espaços
Sou pedaços
esvoaçando pelo ar...
Densidade abissal,
para o bem ... para o mal
Não perca minha doçura
Mar de água doce
também seca pra encontrar a cura...!


quarta-feira, 24 de julho de 2013

Sorte






No caos das vivências
Na aleatoriedade habitual
Que sorte estar aqui em teu abraço
Como se tivesse viajado o espaço
só pra te abraçar...
No acelerado relógio
Nas coisas sólidas que são tão líquidas
Que sorte encontrar a tua mão
Como se tivesse percorrido o tempo
só pra pousar meu corpo no teu coração...!





sexta-feira, 19 de julho de 2013

Dois






Rio fluído, doce e limpo
 Boca sedenta de teu sabor
Corpo que abriga amor
Para ser mar...teu par!

Afeto que não faz metade
Inteireza que juntou-se para somar
Luz que resolveu amar
Lua enamorada: teu par...
 




Caos que serenou no abraço
Relógio adaptou o compasso
Dois: dispostos e ávidos
A seguir e realizar...teu par.

Natureza viva...pulsante
Vontades prementes, imperiosas
Tempo de poetizar e adaptar
Lenta e feliz...teu par! #


Nos trilhos do trem


Nos trilhos do trem...equilíbrio, menina
Deixa a mulher conduzir a viagem
Tudo é passagem: Vento, flor,
Tua mão...Composição.

Cores,carbono, sangue, poeira
Tudo é etéreo: Sem eira ou beira
Não há porquês escritos no céu...
Tudo transcende entendimento e papel.

Sem ceras, menina: Sinceridade
Deixa que a vida conduz e ensina
A poesia  aceita a sina
E jamais perca a vontade...

De ser e viver muito mais
Olhar a reta estrada e enxergar as curvas
Desenhadas de possibilidades
Não perdendo e fé e a vontade...

Seguir viagem!!! #





Bom dia,querid@s. Sigamos as nossas viagens com fé...



terça-feira, 16 de julho de 2013

Vivência Mínima (mini-conto)


Não queria sair, era quente seu primeiro lugar. Mas, quando abriu os olhos pela primeira vez, deslumbrou-se. Haviam coisas e coisas a se fazer naquela nova morada. Desafios primários: Andar, comunicar-se, tatear o universo. Todos lhe sorriam, parecia bom.

Cresceu vendo rarear sorrisos, pessoas tornaram-lhe invisível, veja que contradição. Foi encaminhado a fazer o que lhe pediam: escola, ofício, obrigações. Sorrisos não espontâneos: Socialização.

Não tinha inquietações, ou melhor: quando as tinha, tratava de se analgesiá-las: Compras, gordura, açúcar, sal. Dominava suas sensações e relações, controlava seu tempo e cumpria religiosamente prazos.



Aprendeu que o amor era algo que lhe acrescia status: filho de ciclano, marido de beltrana...não lhe deram a fórmula, que ensinaram da 'fôrma' do amor. Não prestou atenção na moça de cabelos cacheados e olhos esbugalhados de luz, no período maluco de seus vinte e poucos e a despeito de suas tardes felizes e horas malditas,  casou com a filha de.





Constituiu:
Bens, diplomas, status, pessoas.
Usufruiu:
Sabores e calores mornos, afetos plásticos.

Nunca, jamais ficou uma tarde inteira contemplando um entardecer e desviava o passo para cumprir o aviso de para não pisar na grama. Encolheu sua alma até de instante em instante...não ter arroubo algum. Fez o que lhe era esperado e digno.

Morreu sem lágrimas, encolhido e mínimo . Inerte, como um bom cidadão.

Um filho da pátria pagador de impostos.



segunda-feira, 15 de julho de 2013

Chuva



O mesmo licor  produz  antídoto e veneno
é da duplicidade que se chega ao pleno
No yin e yang não há contradição...

Inverno, outono: tudo é estação
Estar são - em meio à loucura
veja que grande missão!...

Permita-me então outonar e chover...
Que não sou tão seca  e perfeita
A ponto de nunca ser tocada pelas águas...

Em cada gota, escorro algo a aprender
e a alma bebe de sua própria seiva
e nutre a raiz para florescer!... #