domingo, 30 de outubro de 2016

Recado da louca


Pareço pálida
Um ser calmo e cheio de harmonia
Falo em Deus, flores, amor e poesia
Espalho trocados de alegria nas asas do dia...

Pareço tão doce, reta e profunda
Clara e desvendável, sol morninho
Mas, não se engane, baby
Os piores venenos  têm sabores docinhos...

A vida é bela e gosto da arte flagrante
Que tudo nela convida e exala
Mas debaixo das águas calmas
Mora uma bruxa, uma louca e uma fada!

Fiz meu código de coisas certas
Gosto das coisas sem cera, reais, sinceras
E, enquanto desvendo o manual dos malucos
Vivo o exótico e agridoce do meu próprio mundo.



:)





sábado, 29 de outubro de 2016

Novos e Usados


Perfumei de incenso o corredor
Recolhi as contas por baixo da porta,
E contei as flores do jardim
Que eu voltei...

Com os velhos sonhos
e novas paisagens
Com contos de horror e dias de amor
Na bagagem,

E umas historias trocadas
Na velha feirinha da casa da rosas
Umas taças a mais de vinho,
E algumas novas prosas.

Trouxe comigo o mesmo usado desalinho
e alguma nova inquietação
Alguns muros novos ,
Com mensagens  riscadas no velho coração...#

LUZ!



quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Desejos!


Eu queria encontrar meu sorriso
Aquele mais puro,
Perdido no espelho da infância
No colo da minha mãe, em qualquer abril...

Queria esquecer o dia
E ter de volta aquela velha alegria
Das coisas simples, sem explicação
Como nadar naquele antigo rio...

Abro mão das palavras difíceis,
Da razão, que afasta amores
Dessa gente sóbria que não usa cores
E não sente a delícia em sons e  sabores!

Deixo em paz minha emoção
Para que se dissolva  e torne nova 
Quero acreditar em nuvens de algodão
E ter de volta meu antigo coração...


Porque a gente é o que a quiser ser, eu desejo um coração de criança.
Gosto de ser, na vida,  honesta e comovida.

LUZ! <3

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

(As) Pirações!



Quero cinco minutos de pouso
Nas asas de uma árvore frondosa 
Sentir o canto da cigarra,
Colher as flores que caem na calçada
Enamorar do dia febril de um sol morninho...

Ter com os passarinhos dedos de prosa
Aprender a ser feliz de um jeito simples
Tão doce que não caiba no relógio,
na marcação das agendas corridas!

Quero dizer  " eu te amo"
Sem precisar de dicas ou formulários
Pegar as gírias  do teu  vocabulário
Espalhar nas minhas lentes tua cor,
e na pele, ter o teu sabor.

Ah!  eternizar o rio da minha aldeia
Em uma clara noite de lua cheia
E reverenciar o o milagre desse encontro!
Sentir a paz de encontrar um porto...

Quero ser suave para os meus amores
Uma fuga qualquer do acelerado do dia
Ser fonte de  segurança, 
Um tipo qualquer de repouso
E  nos bolsos, uns trocados de alegria.



Que a gente saiba procurar e encontrar o que  nos faz feliz.
Que as mãos que se procuram se encontrem. 
Que a gente seja o porto dos nossos amores...
<3




LUZ!







quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Crono, por Maria Ester (Para Dylan, pelo merecido Nobel da Literatura )


Crono




Nasci na década de 70
Deram-me um nome Maria
Não fui batizada.

Maria passa pra casa
Maria vai para escola
Maria arruma tuas tranças...

Com o tempo me deram números
Identidade, CPF, emprego aos 14
e daí senhas e mais senhas...

Gostava de Sinatra, Bob Dylan e
Lou Rawls a vizinha achava estranho, dizia:
“leva pra benzer que passa...”
Não passou.

Na década de 80 ostentação era livros
Julio Verne, Ziraldo,
Gaardeer e adorava Marx
nas viagens viram amuletos da sorte
Em 2000 tive medo do bug do milênio.

Daí pra cá tenho medo de tudo...

Ah! menos do teu amor.



*Poema da Ester, compartilhado para Dylan, pois hoje a poesia e a canção ganharam um NOBEL.

LUZ!

Nathy e os Super Poderes Novos!



Felicidade: Sempre assim, quando vejo meu pedacinho amor.  Minha amiga sentimental que torce por todos e por tudo, mas resolveu torcer por si mesma e trouxe consigo notícias que me valeram outubro.

Sobre ela. 

Ela é um misto de esperança desmedida, fé sem fronteiras e sorriso sarcástico. Tem muito caráter, no sentido real da coisa: não ferir, tentar não julgar, a fragilidade de uma flor, a bondade de um Jedi e o sorriso do coringa. Dona do humor agridoce sentimental que encanta qualquer pessoa na face da terra, que divide os lábios entre uma oração e uma piadinha de humor lado B.

Mas ela, eu já contei em outro texto, é o Superman. 

E é meu Super Herói favorito. Nos conhecemos em uma fase em que a vida, sua kriptonita, tinha deixado sua alma extremamente ferida. De lá pra cá, nesses bons anos,  já nos socorremos e amamos um bocado.
A gente já riu de bobagens, já acompanhou histórias de amor de amor (uma da outra), torcemos uma pela outra mais do que em um livro da Jane Austen, vivemos aventuras épicas como “O Hobbit” e a gente se ama com a pureza das crianças.
Mas, o que eu queria mesmo dividir neste texto, é que agora, ela é advogada! Parece tão simples perto das grandes aventuras que nos já vivemos e dos monstros que já vi ela superar, nas fases da lida. Mas, o que é a vida, senão as pequenas alegrias e o coração cheio de ternura pelas vitórias de quem amamos¿
Então, se você quiser encontrar o Superman por aí, não se engane: ele pode estar qualquer dia desses, com imensos óculos castanhos e olhos doces, cabelos longos e aspecto frágil, duelando o mal dentro do Tribunal de Justiça do Amapá, com seu novo super poder!


Escorreu deste texto:
Agora sim, na liga da Justiça.
Eu te amo, minha Nathy.  Parabéns pela carteira!
<3


terça-feira, 11 de outubro de 2016

Na tarde Cinza de Outubro



Gosto das horas cinzas
Do frio macio do ar que repousa
Após  o cair de um sol que arde
E da garoa doce desse fim de tarde...

Gosto desta tarde cinza de outubro 
De transição entre o inverno que nunca chegou
A primavera doce dos ipês de Setembro
E os dias que levam o ano embora
Pelas mãos gentis de Dezembro...

Gosto do cheiro de café!
Misturado ao cheiro de terra molhada
De contemplar o sino dos ventos
bater seu macio lamento na solidão da calçada...

Gosto das dezoito horas,
Pois a vida se despede da luz do sol
Para deixar dançar no céu a lua!
E do tempo que falta para minha mão
Finalmente encontrar com a tua.



Escorreu do poema:

Que as mãos que se procuram,
Nas transições da vida,
se encontrem.
Em viva poesia.
E que o amor

Seja sempre amor
Em todas as paralelas ou esquinas.




Coração!



Se pudesse abrir a caixa
E consertar esse pino que falta
Nesta máquina quebrada 
Que machuca enquanto bate
Num eterno morde e assopra...

Ah! eu não queria, não.

O desajuste que lhe sobra
O vento que lhe sopra
E estimula a pulsação
Fazem o giro  diferente
E mantém o peito ardente!

E o que seria do mundo
Sem os desajustados? 
Sem o charme da contradição?
O que seria o universo?
Sem o doce sabor da ilusão!

Quem sabe essa disritmia 
E esse emoção toda tatuada
Sejam parte da grande desarmonia!
Que, no entremear do verso
Alinham o universo...

Com sua luz tardia.



Abissais!




Feito a bruma de fumaça que se dissolve
no horizonte da manhã
Seguimos assim:quase tênues,
Mas reais! versos e alegrias
ainda que intocáveis pela mão do dia...

Dançamos a canção do silêncio
Entoado pela fina melodia do tempo
Seguramos um no outro e aos poucos
Aprendemos a ser porto...

é tão humano sentir medo! 
sair de si e procurar sinais
no balançar das marés da vida
Enfrentar os temporais, 
e descobrir o próprio cais...


Cheios de contradições, moinhos de vento!
Corações que sangram sem pudor
Palavras que beijam 
 entrelaçam e fazem amor...

Descobrir o inferno e céu que nos habita!
Sabores e mergulhos abissais
Quixotes alucinados, doces fantasias
Que, no tropeçar do universo, por sorte 
Encontram com sua própria  poesia.






quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Notas sobre existir!



Notas sobre existir: 
 nunca é a mesma canção
o vento que sopra agora
Não traz o mesmo verão.

Na caleidoscópica estação da vida
O rosto ao espelho tem outros formatos
E o tempo a tudo modela:
Pois, mesmo o mais recente retrato,

é passado.

Respira suave,  a vida faz sua parte
E o que for de viver cumpre o ciclo macio
De  ser amor, luz, calor... 
ou arte!

No fundo, é  simples: 
a filosofia explica, a metafísica reforça:
 é impossível puxar de volta os fios do segundo
 a vida acontece sempre agora! #



 (Para a Jaci do Futuro, com as bênçãos do agora)

Obs: Experimentei/ ousei declamar. Como não sei muito de tecnologia, espero que fique audível.

Luz!





domingo, 2 de outubro de 2016

Pintura


Eu queria um sol morninho
De dez da manhã
Para brilhar no teu olhar castanho,
minha imensidão.

Queria uns versos simples
Que falem de afeto
Dentro do teu universo...
Nesse sentir, tudo é tão sagrado!

(Meu bem,  me abraça agora
Apenas fica ao meu lado...)

Eu queria mesmo
Uma chuva mansinha
Daquelas mornas,
Doce mansidão!

E entre as coisas tão singelas
Aquelas mais que belas,
Pintar-te em uma aquarela
E falar de coisas do coração...


Para o casal do meu coração, a quem dedico a minha melhor torcida: Uma tarde com isso: amor e bênção. <3

Luz!