quinta-feira, 31 de março de 2016

Crônica: As palavras vivas!


São 21h23 no relógio de bordo de painel. Olho para o carpete do carro e vejo pontas de um jornal amassado por debaixo do tapete. Algo incomoda na cena: sei, são apenas recortes de jornal.Com palavras aleatórias, esquisitas. Mesmo juntas, não fazem sentido! (o abecedário inteiro ali, desperdiçado). Explico. Não gosto de palavras mortas. Gosto de poemas, pois as palavras voam e se eternizam. De canções, pois elas dançam. Gosto de palavras como: Quintal...

Eu caibo inteirinha em um quintal.
Ou em uma varanda. 
Um varal.
Poesia...
Coração. 
Amor. 
Abraço. 
Saudade.
Oração...
Felicidade!



Palavras nos chamam para dançar. Aliás, gosto de gente que baila com as palavras e forma mundos. Por isso, o amor pela leitura.  Lembro que me apaixonei pelas palavras através do uso do dicionário, algo vivo e divertido, pois me foi apresentado como riqueza: como era bonito ver no  olhar de meu pai a alegria por ensinar o valor e o significado das palavras. Por outro lado, nunca gostei de quem fala difícil para esconder a mensagem. Mensagem tem de ser coisa clara, bem dita, eis outra palavra bonita: Bendita.
Também não gosto de gírias de laboratório, aquelas criadas por agências de publicidade para testar seu  poder das "massas". Aquelas coisas atuais,meio grotescas. Falta à elas a originalidade do impulso criativo. Mas acho bonitas as regionalizadas, as criadas sob contexto e acho que tem que ter atitude para sustentar um bom vocabulário "sujo".
Pensei quantas palavras já usei e quantas me valeram, as muitas palavras repetidas, geralmente as minhas preferidas...e no quanto certas palavras nos levam diretamente à lembrança de algumas pessoas. É como uma playlist linguística!



...Olho novamente o jornal da parte debaixo do banco. Retiro aquela coisa estranha de lá, mais parece um corpo, morto, no porta-malas. Graças a Deus não tenho estes instintos (rs). São só palavras. Só? Não. São palavras...as amadas palavras, letrinha por letrinha de um alfabeto, dispostas aleatoriamente . Isso me dói um pouco, a prostituição da palavra: "Vendo palavrinhas rasas,em textos pequenos,para leitores amenos" - é o título do jornal.
Se você chegou até aqui, neste texto com bem mais do que 140 caracteres, sabe como é chato coisas resumidas. Aquela coisa espremida no espaço.
É que sou de versinhos à vontade, em meio a rua, de praças,nuvens...sou de gente que escreve para se salvar do mundo. Sou da 'tribo' que quer que a mensagem chegue, se aconchegue, faça coisas bonitas no corpo das pessoas. Eu sou da roda que se salva e se enamora, enquanto escreve...aliás, pensa em outra palavra amada: E....s....c....r....e....v...e....r....(Amém. Amém!)


Luz!

:)

Poesia ao vinho! :)


Esta foi uma  homenagem para uma saudade chamada RUBEM ALVES.
Ontem, ao reler o texto abaixo , que remete ao Tao te Ching ( minha mais recente leitura) e a muitas outras coisas sobre poesia,amor, vitrais...sobre coisas as quais vale a pena gastar....vida!
Deu ainda mais saudade de saber que existes, Rubem...que estejas com DEUS a desenhar vitrais! 

=> https://rubemalvesdois.wordpress.com/2013/02/16/os-olhos-de-camila/

quarta-feira, 30 de março de 2016

Muralhas


No próximo século, tocarei o teu coração*
Embrulhado naquele papel de pão
Com aquela poesia que guardei só para ti...

No próximo século, tocarei o teu coração*
Dar-te-ei a mão para caminharmos 
E falarmos como foi a vida, agora...

No próximo século, tocarei o teu coração*
E haverão risadas de saudades mortas
Porque a vívida presença acalentou...

“No próximo século, tocarei o teu coração"*
E não haverão mais muralhas
A linha tênue que separa minha mão... da tua mão! #




"No próximo século, tocarei o teu coração” * é uma frase que não me pertence.
 Trata-se de uma frase poética que se referia à queda do mundo de Berlim e foi escrita neste, como mecanismo de protesto pelo muro, mais uma das grandes demonstrações de intolerância humana.  A frase foi registrada em um livro de Roberto Menna Barreto, e é bastante conhecida na história, pela representatividade do sentimento que evoca.
Esta poesia é uma homenagem ínfima, singela, ao sentimento de todos que lutaram para a que o muro de Berlim fosse derrubado e aos que buscam alcançar a minimização das intolerâncias. Esta poesia estava nos rascunhos de 2012 do blog e é atualíssima, dado o nosso momento: 
É que "o mundo anda tão complicado..."


Amaluquecida


Sopro recados ao vento
Chegarão após a curva do espaço
Escrevo em folhas secas
Pequenos bilhetes pra vida...
ah! estou mais louca ainda.

Gosto de um céu bem colorido
De chuva barulhenta
E ainda paro para ver casais 
Imagino personagens de livro
Que parecem reais...

Aqueço no varal de coisas doces
Que a vida dispõe todo dia
Não acho que não sou daqui. Sou sim!
Quem não é é quem não nota
O cheiro lilás da flor do alecrim...

Supro a vontade de viver
No ar das coisas  gostosas:
Aquelas que valem
 poesia, vivência, canções
Ou bons  dedos de prosa...

#


De reler uns trechos de "A divina comédia humana" e pensar nas coisas que quero levar para chegar ao meu céu. E de pensar que, se "a gente leva da vida, a vida que a gente leva"...quero levar poesia, vivências, dedos de prosa, barulho de chuva, cheiro da flor do alecrim em dia de feira no buritizal, arco-íris em dia de rio amazonas bem cheião, personagens de livro, personas reais...essas coisas legais que marcam a nossa passagem pelo mundo. 

LUZ! 

terça-feira, 29 de março de 2016

Sobre ser INOCENTE.

Tenho lido bastante a seguinte crítica acerca do momento político do país... "Se você acha que isso é sobre corrupção, é inocente". Então, quero reforçar que gosto da expressão: INOCENTE.

Gente inocente não gosta de conduções políticas e econômicas que prejudicam O PAÍS, INDEPENDENTE DE PARTIDO.Partido é modelo de ideologia e condução política, não hino a ser entoado de qualquer forma. Gente inocente não sustenta nomes, sustenta modo de proceder.
Gente inocente posta "Renuncia Temer", sem por isso ser Dilma, e defende também que o Lula seja devidamente investigado, que Moro seja responsabilizado se,por acaso, se excedeu...
E que Dilma se defenda no Impeachment e Cunha na comissão de Ética.
Gente inocente não é ignorante, são coisas diferentes.
E, entre tantos carnavais fora de época, esse é o meu: O amor e a vontade de ver um país mais justo...

Ah! Sim, pode me chamar de inocente. 

;)

Penduricalhos




Penduro poesias no céu
Rimo sonhos com a paisagem
E enquanto desaprendo de ser adulta
Desenho cartinhas pra Deus...

Coloridas!
Cheias de laços de fita
Que amarro em balões de gás
E envio ao céu, com minha paz...

Eu te beijo, Deus!
Com meus olhos...
Minhas mãos são tão pouco
Pra tudo que queria alcançar
Mas sei rimar...

E remar minha fé
Toda em tua direção
Brincar de ser quietude
E acalantar a mansidão...#



Eu te amo, meu amigo Deus. <3

A adoção (Pra uma saudade que partiu para o infinito)


Olharam-se com a simplicidade rara dos seres que são.
Urgência de afeto, calor de amor a duelar com o inverno.
Foram mãos calorosas a afagar aquele rosto peludo e molhado.
ah! não há letras que transpassem a doçura do encontro. Dois bichos, dois animais simplesmente vivenciando o prazer da companhia um do outro.
Ele tinha medo de afagos, a vida o ensinara a temer seres humanos. Mas, não tinha perdido sua doce essência, composta primordialmente de perdão e inocência, e assim, permitiu-se ficar perto.
Eles se alimentaram da urgente vontade de afeto, que roubou da solidão o sentido. Ela se sentiu meio esquisita ao correr na rua de terra batida (deserta!) com ele, gargalhando a valer da sua evidente preguiça e desconforto.Dois desajeitados com a vida. Ela ofereceu um banho, ele ficou indignado. Perguntou seu nome, ele piscou sonolento. Ela se apaixonou e ele retribuiu comendo sua comida queimada, com olhos alegres de quem tem diante de si uma fina iguaria.
De lá para cá, estão ligados pelo laço mais perene até então existente.
Adotaram-se.
Ela é sua humana - e vira-lata! favorita.
Ele...seu lindo "Soneca".


Achei nos rascunhos do blog, de março de 2012.
Meu Deus, que saudade de ti, Soneca. Mas nos encontramos pela vida..."quando formos gatos".
Soneca foi o primeiro cachorrinho que me adotou na vida.
Foi uma emoção legal, a de não sermos donos um do outro...só dois chapas, nessa vida, bons amigos.

domingo, 27 de março de 2016

Feliz vida, Jesus!

Feliz vida, Jesus! Como vai você, meu amigo? não faz muito tempo (graças a Deus,rs).

É páscoa, então. Senta aqui, ao meu lado. Conta-me como tu andas.  Não quero falar de mim, minhas urgências (ou a falta delas) e coração que já conheces...
 Sabe, sei que tens andado cansado. O mundo está cada vez mais agitado!  tire um dia para vir a terra tomar umas cervejas e ouvir boa música com a boemia do Amapá, para ver como é bonita a noite e a gente do equador. 
Depois, amanhece o dia e vai tomar um banho no Araguari e toma lá outro tipo de batismo. Deixa eu te contar: ele é um rio encantado, mas padece nas mãos de quem esqueceu que vai falar contigo também...

Ei, teu amor pela  ruiva existiu? Dizem que ela ajudou a limpar o teu sangue do chão com os próprios cabelos...desculpa, não queria falar disso,amigo. Sei que é triste. Sei que perdoaste. Mas é que esse tipo de amor é o amor pelo qual vale à pena viver...e é bom saber que o vivenciaste. É bom saber que teu coração já bateu tão forte a ponto de ir parar dentro do peito e da alma de outra pessoa.  E como isso é um milagre.

É, tomara que ela tenha existido...

Pega uns troncos na orla e vai com José, ter uns tempos de amor de pai, que é mesmo tão bom...e você tem dois, filho adotivo na terra. Olha que lindo!
Sei que, por ofício da profissão,  realizaste muitas missas e outras formas de reunião contigo, cumpriste muitas missões diplomáticas de amor, nesta que é a semana do teu renascimento. Tudo bem. A mim, se puderes vir  dar um abraço , vou ficar tão feliz. É que amigos sentem saudades!
Comemora a vida, meu bom amigo, com as coisas boas que a humanidade tem e são herança tua, sem o peso de salvar a mais ninguém, deixa que somos adultos o suficiente. E muito obrigada pelo incrível exemplo de amor e misericórdia. Por me ensinar que o amor é bom, que não quer nunca o mal, que sempre é bênção, missão,partilha. E milagre!



" Sorria e saiba do que eu sei: Eu te amo"


(* Publicação antiga, adaptada)

sábado, 26 de março de 2016

Aquarelável!


Imagine um mundo cinza.
Pessoas em tons não exatos de branco e preto.
Céu sem azul, paisagem sem verde.
Uma chuva escura escorrendo do céu.
Por mais que  AME o cinza do dia, aquelas coisas bonitas meio letárgicas, não consigo imaginar o mundo fora das lentes de um bom batom vermelho. De flores vermelhas. De colorido ao redor.

Espelho interno colorido!

Acho fantástico não saber quantas cores existem de verdade.
O olho humano completamente saudável enxerga 250 Megapixels de detalhes, cor, movimento. Cientistas já descobriram uma mulher que discerne 99 milhões de cores a mais! Penso duas coisas  a respeito. A primeira: Só poderia mesmo ser mulher (rs). A segunda: Quem garante que ela vê mesmo, já que não vemos?
Às vezes, imagino as cores que Deus guardou só para ele, nesse universo em expansão. Aquilo que meu olhar não suportaria, pois ainda não tem a capacidade física (nem a interna,talvez) de compreender e enxergar...

Como deve ser lindo!  Como é linda essa manhã,a paisagem que está agora mesmo à minha frente,  as flores na janela, o brilho das pedrinhas, ainda úmidas da chuva que a madrugada trouxe. A vida é muita detalhada e aquarelada!
Mesmo sentimentos o são. As pessoas falam muito em "cinza das horas", "Vermelho" de amor, "Verde" de ciúmes...quem nunca ouviu um "roxo" de vergonha? 
Cores que visitam emoções...
Aliás, pensei na visita das cores, porque há uns dias atrás,  o youtube sugeriu que visse clipes no estilo do que está aqui embaixo, em "What a Wonderful World". Depois de passar um bom tempo enamorada deste estilo , cheguei à conclusão que a culpa é das cores. De como a paisagem desenhada fica absolutamente incrível. De como a arte é capaz de nos enternecer, comover para o que às vezes, nos passa despercebido, embora naturalmente lindo.

É, vida...tu és muito aquarelável! :)






Um dia cheio de cor para nós.


A minha pele





A minha pele já descola do rosto
Arrasta em pequenas ruguinhas...
- é,estou ficando velha.
Mas,  aprendi a namorar com o tempo
Suas nuances e delicadezas
Como essas linhas finas...

Que escrevem na face
Uns sorrisos que soltei por aí
Umas bênçãos que pedi,
beijos que doei...
Promessas que acreditei,
Batalhas que perdi. Ou ganhei...

Deve ser isso, então:
Ser museu em obras
é aceitar alargar espaços:
Rugas,coração, pedaços!
E tudo ao redor me diz 
Que há muito tempo sou feliz
E assim, a idade nem entra...

Debaixo da minha pele
Há um ser que pulsa
Que incomoda com injustiças
Brinca com a vida de equilibrista
E brinda cada pequena alegria....

Há uma menina que esquece mágoas
e guarda laços...pra enfeitar os cabelos
E forma elos enquanto descobre e desvenda
Esse mundo doce e terrível
Que a cada dia ensina algo
Imprevisível!

#

Ouvi a expressão: "Você não queria estar na minha pele",em uma comédia, aí pensei na MINHA pele. rs. Bem, uma vez que a vida é mesmo assim:  Thanks, pele! rsrs


sexta-feira, 25 de março de 2016

O louco



Caminha o louco
O céu do louco tem cor
Permanente

A alma do louco acoita
Canções que muitos cantam
Sem conhecer

O louco não gosta de flôres
Aliás, nunca viu flôes
Genuínas
Nem mulheres
Nem meninos

Nem nunca foi menino
Não tem casa, não tem leito
Só a rua branca e sincera do seu mundo

No momento, o louco chora
Porque que disseram que há
loucos que se curam.

(Ivo Pontes Torres, in Antologia Da Cultura Amazônica)


quinta-feira, 24 de março de 2016

Resistência Poética (Ou, para o cansaço do agora...)


Vamos brincar de poesia? 
Curtir o gosto da chuva
Ir a algum lugar que o vento sopre
forte, sem curvas ou direções...

Vamos procurar  umas flores
No meio daquele limoeiro
Dizem que lá se esconde o mundo inteiro
Do beija-flor aqui do bairro.

Não tenho quintal, nem muros
Apenas uns cobertores e versinhos surdos
Não tocados pela incredulidade dos adultos...

Não tenho certezas, nem rimas cultas
(nem 25 advogados para explicar minha intenção!)
Não tenho sigilo, mas guardo segredos...
E sangro sem medo de operação...

Vamos escrever em folhas secas
Nossos sonhos...e soprar ao vento
deixar o movimento nos lembrar
o que é dançar! O que é sonhar!

#

Desculpa se ofender sua leitura do momento. Foi só  tristeza pelo  presidente da minha adolescência e tudo o mais que isso representa, pela fragilidade do meu país, entremeado em  resistência poética,deslumbramento pela vida e,  apesar dos pesares, vontade de dizer: O pulso ainda pulsa.


quarta-feira, 23 de março de 2016

Depois daquela janela ensolarada!

Foto:Nathy Favacho

Depois daquela janela ensolarada, há muitas ruas. Mundos inteiros para desvendar, passeios astrais, ancestrais ou além: como cada viajante conceber.
Depois daquela janela, há medos, intrigas, encontro com poesia, sucessivos sorrisos entremeado em decepções,mas há também vida, mais caótica,aleatória e colorida do que os giz de cera espalhados pelo chão.
Talvez tenha o dia inteirinho a ser vivenciado, sabores próprios de quem sai da janela. É, depois daquela janela, não estou tão protegida. Ou estou?
Daqui, grades silenciosas evocam a força do que a violência traz: medo.
Mas isso, claro...depois daquela janela.
Também tem o rio amazonas, o céu estrelado, as senhorinhas das missas das seis, sempre com seus terços em mãos.
Tem aquela molecada que esqueceu dos anos 2000 e está no meio da rua, a jogar um futebolzinho, últimos resquícios de convívio entre vizinhanças. 
Dizem até que tem amor,  a brincar com o poema. Um pouco do meu, dança ali, do outro lado da rua, entre os bem-te-vis. Outro pedaço, aqui comigo, brinca no sofá, menina-esperança que é.
Depois daquele sol todo, a atordoar a face, veio uma chuva gostosa, daquelas de fazer barulho ao tocar o chão, pingos grossos e fartos, para o ouvido matar a sede e os sentidos florescerem.
E tem as direções, as setas e ruas que traçarei, eu, que não traço planos e faço morada em curvas, viradas de caminho.

#



O tempo e o sentido da vida (Maria Ester)



O que é o tempo na vida da gente?
Será o caminhar das dobras pelo chão?
Será o encher e o vazar das marés?
Será o brotar e o apodrecer dos frutos?
Ou o bailar da terra ao redor do céu?
Conta-se o tempo por horas
Pelos amanheceres e pores do sol
Primavera,Verão,Outono,Inverno
Ou manhãs,tarde,noites e madrugadas
São apenas criadas pelo homem
Não existem de verdade!
Os tais segundos,os minutos ou essas malditas.
Mas não quero meu tempo em horas
Nem em dias, nem em anos
Não! Quero ser atemporal
Quero contar minha estadia no mundo
Em momentos de felicidade e desatinos
Ave! Felicidades!
                                                                             (Maria Ester)


Obs: Por curiosidade, vontade de brincar com poemas, etc...passei a fazer alguns pergaminhos de poetas da minha cidade. Essa poesia, linda, conversou comigo. Espero que ela converse com você também, no seu "tempo". 
E é assim que quero contar minha estadia por aqui, no Exótico Hotel Marigold: " Ave! Felicidades! "

=)



terça-feira, 22 de março de 2016

Varal de Poesia!




Uma das coisas que mais amei realizar com a poesia, foi estendê-la com em um varal.
Acho que é  pelo sentimento de ver pequenas alegrias , de tantas pessoas,histórias,vidas , a se embalar ao sabor do vento...
<3

Depois do Café...



Depois do café faço aquele trabalho difícil. 
Por enquanto, paro na janela e contemplo, sob a  paisagem externa, minhas coisinhas refletidas nas águas da chuva.

Depois do café, vou arrumar a agenda e hoje tentarei estar no mundo dos normais como um igual. Um ser que levanta e cumpre suas funções.
Mas,só depois...

Beberico em golinhos os instantes de liberdade. Leio um pouco do livro ao qual minha mente cansada fez que cometesse a deselegância de dormir enquanto o saboreava.
A janela me conta do movimento. Penso nas pessoas correndo, cada um para seu próprio campo de batalha, em como o barulho dos carros ao enfrentar a chuva parece mesmo uma guerra: água,metal, borracha, carne...
Imagino o serviço danado de Deus, nestas horas...

Depois do café decido se vou ao centro, mais tarde, para assistir à palestra... ou à beira do rio em silêncio tomar um vento. É tudo bênção. Que diferença faz?

Só depois, bem depois, bem depois do café...

Não sei quantas vezes essa expressão já me veio à cabeça, desde que tomei posse do milagre de ser gente. (Que susto! Eu escrevi isso? ainda não tomei posse, rs). Mas, sinceramente não sei. Acho que depois do café, resolvo minha vida, realizo o sonho americano, planto uma árvore, escrevo um livro...mas,olha, sinceramente? Depois do café eu decido.

Aliás, vou te segredar uma coisa: Mesmo Deus criou o mundo só depois do café.


;)

segunda-feira, 21 de março de 2016

Brilha!

"Brilha,brilha
Estrelinha..."


Lembro de ti
Sorriso matinal
Azul do céu  atemporal
Da preocupação que só o amor
Sabe que não dói...

É, nada é mais ambivalente:
A alegria de amar e o medo de ser gente
Tão frágil ao sabor dos ventos do tempo...

Foi, tu nasceste em setembro
Meu coração entregou para ti
Toda poesia...ternura e alegria...
é que antes de nascer
ah! sabia que tu virias.

Lembro de ti
Tua face, Sob meu olhar...
A personalidade e a vontade
De te proteger e cuidar...
é que sou meio bicho com quem amo...

Sim, tudo faz parte
Coleciono as emoções do teu amor 
Estrela-cadente!
Sentido que nasceu em semente
E só sabe florescer...#


Hoje é Dia Nacional da poesia. E o meu desejo é: Que teus amores sejam assim...algo qualquer que renasça, vida bem-vinda no teu coração. Como uma estrelinha que chegou em minha vida e é amor de flor, só sabe florescer...


domingo, 20 de março de 2016

Desculpe se não comemoro Ramos, meu amigo.


Desculpe se não comemoro ramos, meu bom amigo.
Sei que mamãe o faz por nós, aquela Senhora bonita de quem te falo sempre.
Ela, ela sim, faz por nós os rituais.
Nós somos filhos de Maria,não é?
Mas é que sou neta de Cecília, aquela dama que tinha comunhão com plantas,rezas esquisitas e sangue de amazonas nas veias.
Mas, desculpe se não comemoro Ramos, meu amigo. É  que fico triste de te imaginar recepcionado com tanta coisa bonita,para depois, o vergonhoso desfecho.
Sei que você não liga, só bondade que é.
Mas te trago flores do  jardim que cultivo, para que entrem no teu céu.
E hoje, poesia no varal foi para ti, com pensamentos de amor.
Finda o dia...e tua presença quase senta para conversar, de tão forte.
Ouves essa canção que toca? gosto tanto dela.
Já fiz poemas ao som dela. Ha!Vez em quando te agradeço as canções da rádio, sabes como é, sou meio tola nessa coisa de pequenos milagres: sinto todos os teus toques raros sobre o meu dia.
Como estar em tua presença, agora...
Como conversar contigo, pedir conselhos, saber se estás feliz comigo...
Todos os dias, tento te enviar alguns sorrisos.
Tomara que mesmo hoje, tenha gerado alguns dentro de ti. Porque eu, eu te enviei muitos sorrisos com mensagens de 'obrigada'.  
ha! Desculpe se não comemoro Ramos, meu bom amigo.
Mas te envio beijos todos os dias.

Espero que goste das rosas e poemas...


Céu de Poeta



O  mundo vazio vai ficando besta
A bela rima respira,pede espaço: Sobreviver!
Não morre a poesia e nem 
Quem a escrever
Mas, partindo o poeta, o que fazer?
Subverter a ordem?
Cecília,Clarice,Vinicius, Rubem,Manoel?
Todos em um café de outros instantes
Cheios de amor e estranhezas elegantes...
Vejo outros, além!
Poetas da minha aldeia estão lá também
Reunidos na beleza de ternura e alegoria
Pois, céu de poeta
É sarau de poesia!

                  Jaci Rocha




sábado, 19 de março de 2016

Conto (Por N.F. Bolseiro)

O mundo exterior não existe mais.
Só os ruídos de ira tomavam conta. No longínquo deserto Coração do Homem dois exércitos partiam em disparada para confronto. Com avidez e ânsia pelo tão esperado duelo, partiram... Ao todo 100mil homens com a única sede.. guerra. 100mil homens, dois exércitos.. De Homens de papel.
Descritos, poetizados ou rabiscados... Corriam ferozes em busca de um objetivo, impor sua verdade. 



Então.. Antes que as espadas se cruzassem. Do ponto mais tranquilo do espaço, o céu, a resposta caiu.. Em forma de chuva. 

Já não eram mais dois exércitos em confronto, mas um só povo gritando e agonizando, com tintas de suas histórias manchando o chão e desfazendo-se na terra. Dar as mãos no fim faria a diferença?!


O tempo se passou... Até que um corajoso viajante, do alto de uma montanha contemplasse o que agora só era história apagada... 

O viajante, cansado por tantas desventuras, explorações fracassadas, com o brilho da patente em seu peito de desbravador do povo Traças, observava e finalmente sorria..


Surgiria assim um novo reino.






( Este é o primeiro conto que sou autorizada a publicar, de uma das pessoas com mais vida interior e mundos que tive o prazer de  ter o precioso laço da amizade. Já interpretei de tantas formas, espero que a sua leitura seja assim também.

 Muito obrigada! Muito Obrigada! ) <3 

Estação




São só as flores amarelas
Ou é a primavera se despedindo?
A estação que se refaz no verão...
Espero até amanhã para saber.
A estação é um vagão de trem
Que traz e leva as flores do jardim
Incertezas firmam o horizonte
ah! a vida é assim...





Jaci Rocha





Para o casal da estação do metrô
Com o carinho da madrinha. <3