quinta-feira, 28 de março de 2019

Stand By Me


Fique,
a luz do luar já vai nascer
e amor é mesmo fim de tarde
calor que não arde

Aquece e faz feliz...

Mas, só fique

Enquanto a chama bondosa for
Pois só se chamará de amor
Aquilo que se faz ...presente!
Luz bondosa, peito quente.

Deixe que amanhã o dia diga, enfim, como será
Não seja mais do que o agora
Pois nada se pode dizer
 do que virá

- A vida é mesmo assim...-

Por isso, tudo é flagrante, 
fragrante perfume!
Existir é escrever mansa (ou alucinada) poesia
 que desenhamos com nossas próprias mãos

Verbos subscritos,
 dor, cor e magia: 
tempo cultivado,


 entrelaçadas alegrias!




#




*Dos arquivos de uma lua que não dorme, posto que é 'chama'. 

:)

Náufragos



Encontro com o caos:
Amar é desvencilhar-se do cais
Sair, quase que à deriva,
A navegar as águas de outro alguém...

é, amar é convite ao precipício:

antes que a gente se dê conta,
está à procura de sinais
Um riso, uma boa correnteza
a emoção é alimentada de sutilezas...

Coisas feitas de cheiro e de sabor
E das cores do existir
De tudo que é tão nosso: verso!
e do avesso, do avesso...!

Por isso, às vezes, 

Mais que navegar: naufragar é preciso.

E a gente fica, indefeso
Pela falta de um roteiro,
Mas no entremeio,
Pequenos faróis indicam a direção...

(Um cheiro, uma canção...)

e a gente naufraga
Porque precisa abandonar
o barco, a vela, e o medo
e se entregar ao mar...

Da paixão, e das tantas possibilidades!
Por isso, para amar - de verdade -
Naufragar é preciso.

#




quarta-feira, 27 de março de 2019

A valsa da vida

"Viver é afinar o instrumento
de dentro pra fora, de fora pra dentro..."



Début!

nascer é mesmo fantástico
A vida é um milagre abstrato
Canção perfeita de um Universo a estender
- Mas, a poesia do tempo, é difícil de compreender... - 

Doidamente, a valsa da vida pulsa
Sinfonias novas dizem outras verdades
A gente vai junto, acresce
Sem esquecer que o peito, às vezes, padece...



Crescer dói
Cada vez de um jeito diferente
Ainda assim, o coração acresce e sente
Bate mil vezes, mil belezas diferentes...

Mas eis, que uma flor
Um dia de equinócio, um verso e um riso
Ficam guardados da forma mais louca
A alma sussurra, rouca...



(Adiéu...)

É, é estranho e dolorido
Perceber que, mesmo a tudo isso,
O vento levou e hoje faz parte de um outro pedaço ou lado
Que adormece, sob o manto do passado...

É, coração é bicho bruto.



Mercantiliza emoção, precisa de pele, cheiro, tato
Cada pequeno gesto é um riso, um afeto! - 
E, porque amores não são contratos,
A vida vem 

e apaga as promessas de eternidade...




Assim como as ondas do mar 
apagam as iniciais dos amantes
Tudo é instante
é preciso aprender...

Somos cada pequena onda de afeto que nos goteja
e cada Universo que tocamos compõe sua própria sinfonia
Eu, sigo canção...cada vez mais inexata
Mas só topo dançar o amor,

Se for p´ra  rimar com alegria.



#

"Tudo é uma questão de manter
a mente quieta, a espinha ereta...e o coração tranquilo"




* Bom, como fazia tempo que eu realmente não brincava por aqui, confesso que BRINQUEI MUITO com esses versos. Então,eis qual foi a proposta do poema: Falar de vida - desde que a gente nasce, até nossos sonhos mais louquinhos...e rimar com músicas que amo, que sempre inspiraram meu coração, com poetas/músicos favoritos, dentro das respectivas divisões da Música Brasileira.



Ainda faltam alguns (muitos), mas isso fica para outras rimas...


:)




LUZ!!!


segunda-feira, 25 de março de 2019

Será



Ontem não nasceu o pequeno botão de amor
Que foi molhado
Talvez, o tempo nublado...
Talvez, não fosse de ser...

A vida não é tão exata
Não traz tudo explicado, com manual de instrução
entre um poema e uma oração
Só nos resta deixar acontecer...

 - Quem poderá dizer?

E hoje acordei regada
Distraída que sou, não vi o temporal
As coisas pareciam bagunçadas,
Mas, no curso da estrada

vai ver está tudo bem, só mirar o horizonte
sonhar é bom, também.

Com o melhor de mim, construo o instante
E, não questiono mais o que virá
Faço do agora meu melhor momento
e o que f(l)or de ser,

- Há de florescer... - E será.

#


LUZ!


segunda-feira, 18 de março de 2019

After Life*



As coisas que acabam dizem adeus
suavemente, dentro de nós...
Como as folhas de Outono
Varrem o chão

depois de colorir o céu...

Felicidade é mesmo bicho efêmero.

Somos sutilmente abraçados 
pela trágica certeza de que tudo passa!
Inclusive nós e o que  nos habita ou habitou:
células, cicatrizes, emoções....carbono que interagiu, sentiu

e oxidou.

Somos basicamente resquícios de tudo que nos aconteceu
Desde que nascemos e passamos a continuar a existir,
Por isso, é bom estar  presente, bem aqui
Ser luz para meu pequeno Universo de amores...


O amor nos (a)tinge como um raio, uma luz
ou uma onda forte que vem do Amazonas
 num dia qualquer de equinócio
Como os ventos de maio, as flores de abril...

é, o amor nos (a)tinge.

E muda nossa geografia
Até pequenas palavras do vocabulário
e nos redime, pois, apesar de toda poesia,
é muito maior que todas os erros ou palavras do dicionário...

é mais amplo que o instante,
e até mesmo que nós,
e toda nossa vã filosofia!
Naturalmente inexplicável

ele nos resgata das coisas que dizem adeus...
 - E isso é sua própria e particular magia -



#




*Para a efemeridade de existir, que bom que existe o amor!
*Depois de assistir o 1° e 2°  Capítulo de "After Life", na Netflix, e pensar no quantoooo o amor é poderoso e, na velha premissa de que é a força mais poderosa que podemos construir, reconstruir e ressignificar. 
E no quanto isso tudo é lindo. 

Obs: As cenas do 2° Capítulo só podem ser vistas por quem não está triste. A canção 'rocket man', nesta postagem, é trilha final da última cena. A trama é envolvente e pede nossa atenção...mas é forte, então, só assista se estiver bem, pois viver é efêmero e lindo.

LUZ!




terça-feira, 12 de março de 2019

O belo e o bom



A beleza está
Nos olhos que se encontram
No jardim florido, regado
No peito do ser amado


Nos cuidados cotidianos
Na vida, que leva o tempo
e vence o espaço

Une abraços
Solidifica, maciamente
As muitas formas de ser pessoa, gesto e trato
Coisas ínfimas, sagradas

Nem cabem no retrato...

A beleza está
No que se manifesta sem palavras
Pois já é elo, gosto, sabor
Já virou conto e poema 



e até silêncio bonito
Daquilo que não é verbo
Mas elo
Profundo, bondoso, bendito.

#


*Fiz este poema de 'sentir' a beleza na de um casal de amigos no facebook. Acho que as coisas bonitas fazem isso dentro de nós: poesia.


LUZ!

sexta-feira, 8 de março de 2019

A flor e o tempo



Nasce, todos os dias
Um pedaço novo de mim 
Passo horas a descobrir
A métrica de abraços

Tomo vinho, peço espaço
Preciso tanto de solitude
e, amiúde, é difícil explicar...

Nunca sei o que o dia que vem diz
Mas, o coração reconhece  e é feliz
com todas as contradições de existir...

é, depois de um tempo a gente aprende
ou acha que aprendeu
Que só é livre quem venceu e acolheu
sua própria sombra e luz...

e, agora, vivo de criar
O plano ou rota
Mas bem no aqui e agora
- afinal, é a única certeza -

Por isso, prefiro sutilezas
a longas e longas explanações...
Guardo sermões e apenas contemplo
A vida desenhar os dias...

Depois de um tempo a gente aprende
Ou acha que aprendeu
Que o que vale o poema 
é feito de abraços!

e que nem tudo que reluz
é mesmo amor
Mas tudo que for
Ao ser cortado, vira broto, se transforma

Cresce e acha jeito de dar flor.

#

quinta-feira, 7 de março de 2019

3.5 (Pequenas reflexões poéticas e existenciais)


Com tantas esquinas viradas
Tanto carnaval, tango argentino, blues, 
rock, bossa nova, confete
A alma nunca perde:

Sempre se acha de encontrar...

As coisas quebradas, tornam-se perfeição:
  wabi-sabi!
Pois a estética imperfeita do destino
é o arbítrio quem  faz e sabe...

Levou tempo, amor, levou um pouco da paz na alma
Para saber o quanto a alma é ilimitada
e optar por um caminho bom
Sangrei em tantos tons...

Por isso, muito prazer: dona de mim!
Universo sem fim, 
Vive de expandir.


Descoberta de dor e prazer

Não saberia explicar: 
Fui e fiz acontecer!

#

De pensar na vida que chega, sempre.
E no que ainda vem, que depende de mim e das escolhas que faço, no segundo, no verbo...e dentro da razão muito louca que mora no coração.


LUZ!









Póstumas de Cinzas



Faz madrugada
Em mim
A chuva cai
Sem fim


Lá fora
borboletas dormem
sob o temporal...

Águas de açúcar e sal
em meio à serpentina
Ainda ontem, era colombina
Agora: eis, vida real.

Aqui, nada é ideal
Ainda se espera um novo cometa
Que venha construir novo lugar
sob o caos aleatório do planeta

7 bilhões de maus, bons
lívidos de suor e de ternura
cheios de dor, prazer, êxtase e amargura:
ainda bem que existe o carnaval!

depois, de ilusão
só shoppings, abarrotados em liquidação
nossas pequenas ilusórias morfinas
ah! que saudade dos igarapés do paraíso

(onde feliz era, na cidade de Sant'Ana, 
ainda menina.)

Minh'alma parnasiana 
Insiste em buscar na lembrança
a doce sensação de mergulhar num igarapé
um mundo onde a fantasia

escorria, feito a chuva
natural e lívida
sob o pé.

E agora, finda o carnaval 
Eis que o colorido
dá lugar ao quarto dia de cinza
A chuva lava a serpentina

agora: eis, vida real.



LUZ!