sexta-feira, 31 de março de 2017

Mulher ao Cais (Amor de maresia)





Ah!  Meu bem...
Sei que teu barco partiu deste cais
E que já não há mais
Resquícios do nosso amor
A maresia levou…

Mas, ainda venho aqui
Às madrugadas,
Olho em silêncio o farol
Acendo a lanterna e espero que chegues
Com teu riso de sol…

Mas, nem sempre milagres acontecem,
E por isso, choro.
Então, peço à mãe d´agua, em prece
Que faça deste corpo que me pesa
Alma leve…

Dentro de um sonho ou delírio
Quero sentir a tua tez
Beijar-te,  sentir o teu sabor!
Pois sei que teu corpo ainda se lembra
Do meu calor de amor…


#



*Li, na madrugada de ontem, a história desta canção. Aí, poesia fluiu.
<3

terça-feira, 28 de março de 2017

Des(a)tino


Perdemos a dança do destino,
  Moreno
E a última estrela cadente
Se foi...

Foi só um desatino
Juntar meu coração selvagem
ao teu,  rodamoinho.

Deixa o café esfriar
E o tempo passar 
(Mais e mais)

A música  parar de tocar
Em nossos corações.
(O amor vai secar
Por inanição)

sábado, 25 de março de 2017

As Caridades Odiosas - Clarice Lispector


(...)Foi em uma tarde de sensibilidade ou de suscetibilidade? 

Eu passava pela rua depressa, emaranhada nos meus pensamentos, como às vezes acontece. Foi quando meu vestido me reteve: alguma coisa se encanchara na minha saia. Voltei-me e vi que se tratava de uma mão pequena e escura. Pertencia a um menino a que a sujeira e o sangue interno davam um tom quente de pele. O menino estava de pé no degrau da grande confeitaria. Seus olhos, mais do que suas palavras meio engolidas, informavam-me de sua paciente aflição. Paciente demais. Percebi vagamente um pedido, antes de compreender o seu sentido concreto. Um pouco aturdida eu o olhava, ainda em dúvida se fora a mão da criança o que me ceifara os pensamentos.-Um doce, moça, compre um doce pra mim.Acordei finalmente. O que estivera pensando antes de encontrar o menino? O fato é que o pedido deste pareceu cumular uma lacuna, dar uma resposta que podia servir para qualquer pergunta, assim como uma grande chuva pode matar a sede de quem queria uns goles de água.Sem olhar para os lados, por pudor talvez, sem querer espiar as mesas da confeitaria onde possivelmente algum conhecido tomava sorvete, entrei, fui ao balcão e disse com uma dureza que só Deus sabe explicar: um doce para o menino.De que tinha eu medo? Eu não olhava a criança, queria que a cena, humilhante para mim, terminasse logo. Perguntei-lhe: que doce você...Antes de terminar, o menino disse apontando depressa com o dedo: aquelezinho ali, com chocolate por cima. Por um instante perplexa, eu me recompus logo e ordenei, com aspereza, à caixeira que o servisse.-Que outro doce você quer? Perguntei ao menino escuro.Este, que mexendo as mãos e a boca ainda esperava com ansiedade pelo primeiro, interrompeu-se, olhou-me um instante e disse com delicadeza insuportável, mostrando os dentes: não precisa de outro não. Ele poupava a minha bondade.-Precisa sim, corte eu ofegante, empurrando-o para a frente. O menino hesitou e disse: aquele amarelo de ovo. Recebeu um doec em cada mão, levantando as duas acima da cabeça, com medo talvez de apertá-los. Mesmo os doces estavam tão acima do menino escuro. E foi sem olhar para mim que ele, mais do que foi embora, fugiu. A caixeirinha olhava tudo:-Afinal, uma alma caridosa apareceu. Esse menino estava nesta porta há mais de uma hora, puxando todas as pessoas que passavam, mas ninguém quis dar.Fui embora, com o rosto corado de vergonha. De verogonha mesmo? Era inútil querer voltar aos pensamentos anteriores. Eu estava cheia de um sentimento de amor, gratidão, revolta e vergonha. Mas, como se costuma dizer, o sol parecia brilhar com mais força. Eu tivera a oportunidade de... E para isso fora necessário um menino magro e escuro... E para isso fora necessário que outros não lhe tivessem dado um doce.E as pessoas que tomavam sorvete? Agora, o que eu queria saber com autocrueldade era o seguinte: temera que os outros me vissem ou que os outros não me vissem? O fato é que, quando atravessei a rua, o que teria sido piedade já se estrangulara sob outros sentimentos. E, agora sozinha, meus pensamentos voltaram lentamente a ser os anteriores, só que inúteis.


In " A descoberta do mundo".
Super recomendo. Passeei com Clarice, estrangulada pelo sentimento de que a própria caridade é, em um país de miseráveis, instrumento que nos desumaniza. Isso é aterrorizante. Este conto tem continuidade no livro, com um passeio de ônibus, feito por Clarice. Com o mesmo sentimento descrito no primeiro...que trouxe-me lágrimas nos olhos e um sentimento de miserabilidade...indescritível.

quinta-feira, 23 de março de 2017

Diário de bordo





De conversar com as nuvens
e com o vento frio de março
Parti! Com minhas asas e cactos
Tudo o mais deixei para trás …

Debaixo do braço
trouxe ainda meu caderno de versos
E um pequeno dicionário
De onde rabisquei certos significados...

Vou à procura de absurdos,
Aventurar no fantástico do mundo
Criar um diário de bordo
E cada dia, conhecer algo novo...

ah! vou juntar-me às andorinhas
e perder o medo de avião
Navegar pelos mares de maio
E em setembro conhecer o verão! #

*Foto repetida.
É que é uma das minhas favoritas...
:)

quarta-feira, 22 de março de 2017

Mulher Remota* (Pablo Neruda)


* In " Para nascer
Nasci, p.03 "

Adquiri este Neruda  há uns anos atrás, por este lindo contículo, na vaidade doce e tola da mulher romântica que imaginou que foram feitos para mim...
Fofurices. <3

Pequenas Epifanias sobre o FIM





De amores vindos e findos
Criados e consumidos
é das coisas plásticas e irreais
Que hoje se fazem as canções
- E isso ainda me faz chorar...

Chove. 

E a chuva dissipa rastros de meus passos 
(parece que estou sempre indo embora)
Num João e Maria ao contrário
Que apaga o mapa de retorno
Toda vez que o céu chora...

Dia desses
Quase reencontrei o caminho de casa
Mas esqueci de interpretar sinais
Pois tudo parecia tão desconhecido
E não haviam barcos em teu cais...

- Acho que estás aqui -

Com os mesmos laços macios de cetim
O olhar quente de eterno carnaval
(E as flores de plástico permanecem 
pendidas e apáticas na sala de estar,
 alheias ao mundo real)

- Acho que estás aqui -

Perdido em algum lugar dentro de mim
Mas o fio da paixão se dispersou
Separou continentes
... E é o FIM.

terça-feira, 21 de março de 2017

Verão!

Para David,
Meu jovem vizinho, que,  na mais tenra idade
Depositou uma rosa vermelha em minha janela.
:)

domingo, 19 de março de 2017

Reminiscências


São dos fins de tarde
Com cheiro agridoce
Das chuvas de maio
As minhas saudades..

Tardes mornas ouvindo Tim
A filosofia simples de Chico ou Jobim
Formatos das nuvens no céu
Sonhos infinitos...

Teus cabelos desgrenhados
E o cheiro de mato
Teu amor meio louco
Meu doido do olho cinza...

São dos domingos
Com ares de preguiça e tédio
- E das coisas todas sem remédio -
As minhas saudades...
#

LUZ!

Natureza*


Gosto de ver o rio
Mergulhar no doce mistério
E ouvir debaixo d´água
O burburinho da vida...

Fico tempos plantada no jardim
Junto às flores e bem-te-vis
Apenas para sentir
O sol, a chuva, o vento...

Não sei definir ‘poesia’
Desconheço métrica ou rima
Nem crio metáforas complexas
…Perdoa-me, poeta.

Sou natureza falante
Bicho que abraça e aquece
Borboleta que tem asas nas mãos
E voa em palavras flutuantes…

Oh! Não sei de coisas avessas
Ao natural existencial
(Essa coisa tão perfeita)
tenho horror a reuniões
audiências e convenções,

Detesto relógio e horários!
E a única norma que me encanta
confesso,

é

O dicionário.

#

*Apelido que meu pai me deu, ainda na infância.
E que diz muito de mim. Porque,fora da atividade profissional, a minha poesia e vida, (Como Manoel das invencionices),  respira o incrível encanto das coisas que simplesmente são...

sábado, 18 de março de 2017

Martha Medeiros e sua humana natureza...




"Sou capaz dos gestos mais nobres
nem eu consigo me aceitar assim tão justa
chego a parecer burra,
loira, pálida e profunda
nada me detém,sou a dignidade em pessoa
ninguém diria que uma criatura como eu pudesse ser tão boa,
uma santa,uma alma do outro mundo...


Mas se acordo atordoada,

sou capaz de armar um circo
solto fogo pelas ventas,
não resmungo, grito mesmo
ninguém me aguenta,
sou herege, estúpida, ruim como o diabo
me escondo em qualquer beco, rabugenta, bem no fundo do buraco,
a cara cheia de olheiras...


...argh!!Que sou de lascar quando quero

haja paciência e sabedoria ou pouco ou ego imenso
ou isso tudo para enfrentar o céu e o inferno a cada vinte minutos."

(Do livro "Poesia Reunida", 2008)

Gosto muito deste poema.

Primeiro, porque penso que, a depender do seu olhar, todos encontram-se com , à luz de um honesto espelho.

Sobre isso, digo: sim, eu me encontro nele, com ele, pois é preciso sabedoria para saber reconhecer-se, com sua sombra e luz particular. Ainda assim, é bom saber, sentir e refletir, no quanto há de luz em mim.
E em todos. E no quanto de bondade a gente tem para defender e cultivar em nós.

LUZ!  :)

sexta-feira, 17 de março de 2017

Despertar


Acorda um sonolento sol...
Beijado pela chuva fina da manhã
E pelo canto dos bem-te-vis,
nasce o dia.

A natureza está preguiçosa e cinza
e, por todo canto
há uma beleza pálida pelo ar...

A luz chega tão fina e reticente
Que , na penumbra, 
ouço nas batidas fracas 
de meu coração

E,  num afã infantil e doce
Sinto saudades
 de segurar em tua mão...
#


Imagino a saudade do Ney enquanto canta, e isso sempre me dá a sensação de estar acompanhada
Não apenas da canção, mas da emoção da canção.

Um dia lindo! 

LUZ!

quarta-feira, 15 de março de 2017

Pela noite enluarada


Vem,amor, vadiar por aí
Que a lua está cheia - prenha de versos
Plena de parir a luz...

Vamos sentar à beira da calçada
Tomar um vinho quase morno
E contemplar aquela casa que chora
Pela noite enluarada...

Cheios do sabor do mundo,
Vamos provar aos escafandristas
Que o amor, Chico, não ficará submerso 
O amor vibra!

Mora dentro de mim,
Escorre em ti,
vira verso. 

#

Quem eu sou? (Por Josué Reis)


* Este é um fotopoemajardinagem, com a poesia linda do Josué Reis.
Resolvi brincar com meu Jardim e pendurar nele poemas e fotografar. Drummond, em seu conto  "Rondó na praça da Liberdade", menciona poetas que poetojardinavam. E que mistura linda!

Este, é do poeta Josué Reis, que passeia pelas ruas da cidade com o projeto "O vendedor de poesia", que é onde compartilha seus sonhos e arte com o mundo. 
Mais um pouquinho da poesia do Josué:  http://aluanaodorme.blogspot.com.br/2016/06/poema-n-11-o-poema-mais-bonito.html

Eu quero!



Eu quero!

Um imperativo
Sem imperador
a liberdade em um poema
E teu beijo de amor...

Uma modinha
Sem repetição
Um clichê antigo
Açucarado de emoção...

Eu quero!

Ficar rouca, louca
de tanto recitar universos
E formar laços frouxos
Ser verso.

Sentir as gotas de chuva
Molharem dentro do coração
Descobrir um mundo novo
e segurar em tua mão... #

segunda-feira, 13 de março de 2017

Máxima mínima



De ontem
A antes de tudo
Antes mesmo de Deus parir
O mundo...

- Meu bem!
Receba esse recado meu: 

Qualquer rima de amor
Que não falar em ti
É mera coincidência.

#

:)

Vestígios


Deixas vestígios por onde passas:
Perfume, cabelos negros
Olhos de luar desassossegado,
Ares mestiços,
E cheiro amadeirado...

Deixas paisagens escritas
Em meus cabelos
Que já receberam teus beijos 
- Até ficarem foguentos
Ardentes, vermelhos…

Deixas marcas por onde tocas
De amor ou de dor,  som ou zumbido
E até fizeste morada em  minh´alma
Dentro da flor
 Desenhada em meu umbigo.

#


Que a gente seja tão  apaixonado
Pela vida, pela poesia...pelo próprio amor!
Que brincar com o lúdico da vida seja reflexo (in)condicionado.
Que amar seja um gesto e um verbo...em qualquer lugar.

sábado, 11 de março de 2017

Reminiscências


Vi teu rosto
Formar e deformar 
Feito a espuma de sal
Que se desfaz nas ondas do mar...

Risos e dor 
Nosso pequeno teatro
De alta platéia
E o colidir de forte impacto
 Particular tragicomédia.

E a solidão
- o prêmio dos egoístas
sempre à espreita,
à espera.

Vi teu rosto
Se desfazer na memória
Como um quebra-cabeça  às avessas
Peças dispersas na história...

Vi nosso amor 
- Obra inacabada
Como um Da Vinci
Que desconstrói Monalisa
Por uma pintura - abstrata. #


Dos rascunhos de 2011 e os sentimentos da poeta de agora, que acha que constrói poemas - e pontes - melhores...

LUZ!


sexta-feira, 10 de março de 2017

Ânsia


Quero uma rima 
piegas! 
Simples e docinha
Natural como as flores do jardim
Para enfeitar de poemas teus cabelos...

E o beija-flor 
que mora dentro de mim
Sairá para beijar-te a fronte, amado
Com o cuidado das coisas
Que conhecem o céu...

E depois, ir contigo
Descobrir um riacho escondido
Cantar umas canções do Chico
Em uma manhã de domingo
ser feliz ...

Deslumbrar-me! Com o anjo
Que nasce junto à fruta no pé
andar descalça, sentir o coração da terra
e entrar nas profundezas frias 
De um igarapé...

Ser vida, sentir o sol, feito bicho
Simplesmente um ser...
Estou farta de interpretações
Metáforas e dissonâncias
Criações sonoras!

Quero dois dedos de prosa
Com os seres  da floresta
E na vida fazer festa
Com coisas simples
Como o riso teu...#

Um ode às coisas naturais, felizes por si. :)

LUZ!


quinta-feira, 9 de março de 2017

Pela cidade


Não faltam palavras
Vestidas nas ruas
Da cidade
Para o poema

Nem faltam poetas
Nem tinta, nem tela.
Nos muros-aquarelas
Não faltam dicionários.

Nem falta matéria.

...o que resta é uma ausência
Que não é sentida
No tecido fino da rotina
Do pálido dia a dia

Resta uma falta inominada
Recados que talvez não nasçam!
Pela cidade, nos muros, nos bares
Moram brancas mensagens de amor...


*Troquei os termos finais, pois me deparei hoje(15.03) ,  com um poema parecido com minha última estrofe do verso  e, por resistência poética (No pulso, giram mil ilusões )...troquei. 

:)
LUZ!
<3

Cinza!



O dia está cinza lá fora e, só por isso, meu coração sorri.
Meu coração é dado às pequenas afeições: a manteiga derretida no bolo, a fumaça do café ou do incenso, cheirinho de livro, o manto cinza que recai sobre as cores, em dias nublados.
Pode dar de chover, pode não.
Meu coração não pergunta da chuva que horas ela vem. Nem se vem. Basta-lhe o cinza do céu. Depois desse céu cinza, que uma coruja negra acabou que riscar, eu sei que tem o universo. E multiversos. E vida, colorida, explodindo, para que eu,você e tudo que nos rodeia exista, reexista, e se reinvente, pelas mãos do artista.
É, ele é o primeiro artista que já existiu: Deus ama a poesia, explode estrelas e depois modela tudo. Faz novamente, depois. É mesmo um artesão incrível.
Há um beija-flor  que sentou para beber água com açúcar aqui na minha janela: é gordo e manso, porque o cativei e tratei com religiosidade sua fome e sede, senta-se porque sua estrutura mudou e já confia em minha natureza de bicho inofensivo.
Faz um silêncio enorme na rua, tudo está cinza e ouço o barulho do teclado, enquanto arrisco essa quase-crônica, que é só um arremedo do dia que inicia.
Já deveria ter cansado de escrever sobre o cinza. 
Mas eles nunca são iguais, só para agraciar o meu coração de poeta. 

#

Publicado em 18.01.2016 e revisitado agora, neste bonito dia cinza, temperado de um amarelo-tímido.

quarta-feira, 8 de março de 2017

Rosa Sangrando (Por Alcy Araújo)




Essa lindeza de poema é do Poeta Alcy Araújo, publicado no livro "Jardim Clonal", de 1997.

Transeuntes



Existem algumas naturezas que simplesmente são.  Pessoas como aquelas que Belchior descreveu como 
"aquela gente honesta,boa e comovida, que caminha para a morte pensando em vencer na vida".
Existem algumas que vieram trabalhar o que são. Essas têm o desafio de construir-se e construir ao seu ideal de felicidade. E aquelas que outras dizem "não tem jeito,sempre foi e sempre será". Sabe, nunca vou acreditar nisso, porque vejo milagres todos os dias, graças às lentes que ganhei quando nasci. E à certeza ensinada por Heráclito, de que um rio nunca é igual.
Existem aquelas que eu tenho a mesma fé irrestrita da menininha que esperava o papai noel. E algumas por quem eu tenho uma torcida toda minha,lúdica, louca, forte e especial.
Existem aquelas que ainda não têm o ponto de partida de quem são. Não são más, apenas ainda estão em processo de construção dos labirintos. Outras, parecem felizes dentro de suas próprias certezas. 
Existem também as infelizes em suas certezas e que precisam fazer do universo alheio um problema para justificar sua auto-insatisfação. Na verdade, delas o mundo tem um monte, por que será?...
Existem algumas que não cumprimentam às outras, vivem em eterna competição, como se sobreviver nesta selva as tivesse devorado por dentro.Aliás, existem também muitas pessoas devoradas por dentro, por tantos motivos!
Existem pessoas que são doces, mas não são para o paladar da nossa alma. Outras que são agridoces,apimentadas, e apesar de ser alérgica a pimenta, deixam tudo ao redor meio eletrizadas (Minha Mary), como se a magia do mundo fosse um pedaço delas.
O bom mesmo é saber que, no meio de tantas formas de ser, existem também aquelas almas de poesia, de música, de bêbados e equilibristas, de sorrisos! aquelas que acordam otimistas, que plantam sorrisos na alma das outras, que levantam o astral e os sonhos alheios.
Existem pessoas que não desistem de nós, e por isso, somos para elas indispensáveis no mundo, como elas o são para nós. Pessoas que te enxergam e querem mesmo você, com a natureza  que puder ter. Geralmente, são nossa família,mas às vezes Deus promove outros encontros de almas, almas amigas, ou mesmo amores. São encontros de águas que seguem por mesmas marés.
Existem pessoas que ainda irão nascer, como minha Cecília, que nem sei...
Existem também as que acabaram de nascer, outras que já se foram e que,ainda assim, possuem tanto significado! <3<3<3
E existem aquelas (ah,aquelas!) ...que longe ou perto,  sempre vou levar comigo. #



(Produto da insônia de 08.12.2014.  Reencontrei por coincidência, enquanto procurava um poema sobre pimenta...e o reconheci tão pouco, que foi como se eu, fora de mim, tivesse escrito isso. E foi emocionante reencontrar com esse pedaço de mim)