Quando estou ansiosa, eu escrevo. Aliás, assim começou o aluanaodorme: uma moça em verborragia, precisando de espaço para soltar as palavras. É o acelerado da vida, as mudanças, uma certa expectativa com um projeto ao qual me dediquei "para teste" (mas eu não sei brincar de teste,rs). E, sobre isso, acabei por devanear SOBRE O PLANO.
Dia desses, fui convidada a fazer meu "mapa dos sonhos", que é um local para onde olho toda vez que estou cansada de estudar, uma espécie de meta de onde quero estar daqui a algum tempo. Ainda não montei o meu, porque meu mapa de sonhos está um pouco bagunçado. Culpa do plano.
Apesar da minha crença particular me conduzir à certeza de que temos diversas oportunidades de fazer da vida o que quisermos dentro das possibilidades de quem somos e "podemos ser", nós somos primordialmente estes seres que aqui estão, nesta existência.
Umas figuras meio desorientadas, cada um "estragado à sua maneira", tentando acertar, entre tropeços. Mas tropeçamos. E como! machucamos o outro, quase sem querer. Exercitamos o perdão, para não nos tornarmos pesados em mágoas e, partes do divino que sonos, para honrar o dom.
O dom.ha! sobre o dom mais precioso do mundo, há sempre todos os desafios do mundo. Essa semana percebi isso olhando os cabelos brancos do meu irmão...o tempo está passando e eu preciso tanto aproveitá-lo! Do jeito que ele é, sua teimosia e "brabice", sua ternura e cuidado, seus conceitos e formas de perceber a vida. Eu não tenho direito de interferir na forma como ele pensa, e já nem quero. É apenas um dos grandes amores da minha vida, sendo exatamente quem é. E quanto orgulho eu tenho dele, nos pequenos detalhes! E quão parecida sou com ele, como é bonito perceber...
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O amor pratica aceitar o outro. Acho que sempre fui assim,mas 2014, em específico esses últimos meses, me trouxe esse presente a mais: Rir da agitação da irmã, amar a paciência da mãe, sentir saudade do cheiro de mato do meu pai e agradecer à minha família, cada um com sua singularidade forma de existir... e perceber agradecida, o quanto eles me entendem também. E o quanto ser grata e aceitar me deu presentes preciosos.
Acabei de saber que alguém que eu amo muito está hospitalizada. Na verdade, uma das almas amigas que Deus me presentou desde a infância. Isso me recordou do quanto nós brigávamos naquela época, e disputávamos a "liderança" do nosso pequeno infinito de amor, que no final, nos amadureceu e aprimorou. Das disputas, há dois seres humanos que se amam e não abrem mão uma da outra, apesar das delicadezas da convivência. Porque a vida é muito mais feliz quando estamos juntas,parafraseando-a.
Dia desses foi aniversário dela e eu cheguei duas horas atrasada. Desesperada, fui dar uma abraço e pedir desculpas, ao que ela me disse: Sabe o que é? tu vieste (ela sabe como tenho andado cansada por conta desse outro plano.rs.).
Aceitar e sentir-se aceita. Acho que é a coisa mais gostosa que o amor pode dar de presente: fluir, perdoar, entender. Não apertar o laço, e assim, seguir. Sem apertar o laço, podemos ser o passado, o presente e o futuro, sem cortes na estrada. Nas ausências e presenças, de acordo com as nossas possibilidades.
Toda vez que olho pra trás, admiro a vida que "soubemos fazer". Nosso filme ainda tem muito roteiro para rodar. E a felicidade é que acabei de falar com ela, e ela está bem. Já já estarei lá.
E o plano? Ha! Essa moça adora um plano,mesmo quando ele não é infalível. Montar o mapa dos sonhos para olhar. Continuar a planejar e ser, aqui, o melhor possível.
Fazer ainda melhor. =)
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