segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

O devaneio do amanhecer


Todo dia que amanhece, anoiteceu noutro lugar. A vida precisa dessa alternância para semear, regar, arar. Somos produto e agricultores de nossa vida e desse mundo, coadjuvantes do todo. Veja que negócio louco essa coisa de ser...

Vejo os primeiros raios enfeitar o céu. É processual! Pouco a pouco o sol volta e revolta estações. Não há esforço algum na harmonia do universo: alternância e função.

Alternância,função, harmonia. Sem questionamentos, a vida onisciente segue o ciclo da natureza, esse arcabouço incrível de elementos que cooperam para a existência um do outro.

Exceto...nós. Ansiosos, insones, inquietos e sedentos. Cheios de respostas ou dúvidas,  poesia, pergaminhos e outras formas de fuga ou de encontro. Conceituamos e desvirtuamos, queimamos no fogo de nossas próprias teimosias e lágrimas. 

Mas, sinceramente, não há saída, a consciência e o coração nos abençoou e condenou, concomitantemente. Cada um com suas próprias mãos, cheias de sementes: grão e oração.

Preciso de um "fazedor de amanhecer", Manoel. 

A máquina mais defeituosa da natureza é a humanidade. 



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