quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Então, é Natal.



Escrever algo inédito sobre a data do qual mais de milhares de escritores, cronistas, poetas e toda sorte de ser respirante, seria uma enorme pretensão, não é mesmo? Então, abrindo mão do título de texto gênio, e partindo às coisas piegas adoráveis que a data evoca, inicio com o mais do mesmo para quem sabe acrescentar.
Lembro-me do natal como momento de celebração da minha enorme família, sempre espalhada em algum canto do globo, sempre feliz em se rever e celebrar. Natal evoca comidas específicas, feitas por minha mãe e tia, e pessoas, as minhas pessoas, aquelas que meu olhar encontrou desde cedo neste caminhar. Ou lembra a saudade do meu pai, homem que me amou com a simbologia que lhe foi ensinado, e que lutou para honrar o título de pai.
Natal faz-me lembrar que, em algum momento, independente de data específica( pois há registros que Ele nasceu em Maio, alguns anos a.C – que ironia fina) , nasceu um homem que, na perfeição de sua existência, falou em amor e por ele viveu, com sua pureza extrema. Esse homem, cujo meu dialeto chama de JESUS, às vezes é substituído pela imagem de Noel, ou São Nicolau, ser que bondosamente distribuía sacos de ouro aos necessitados na simbólica data que viveremos, o que acabou por ser desvirtuado pela sociedade do consumo em presentes, que simbolizam este amor-renascimento. Mas, presentes?!
Bem, não nego que gosto de presentear, e nesse sentido, falo da tradição de comprar “mimos” às nossas pessoas próximas, mas não como simbolismo de “amor”, o que sinceramente, nem de longe pode adentrar no significado de amar, mas sim porque me é culturalmente aprazível fazê-lo.

Mas também gosto de pensar no amor que Jesus ensinou, transmutado em caridade, olhar que não pode ser refletido sobre o outro somente em épocas específicas, porque a sede e a fome do mundo não tem calendário. A identificação da humanidade entre si anda cada vez mais escassa, e não estamos falando apenas na faixa de gaza ou nas linhas vermelhas da vida, mas, no mínimo existencial, como o próximo, ainda que o mais próximo de nós.
É tempo onde a cidade se ilumina com as luzes coloridas que representam o brilho da estrela de Davi, que prenunciou o nascimento do grande espírito de bondade, confundidos com a tradição da árvore de Natal e neve, já relacionada aos pinheiros de São Nicolau, o papai-noel.
Também é um tempo onde, inevitavelmente, realizamos a chamada “autorreflexão”, tão em moda nesses períodos e não menos digna por isso, afinal, tudo que de alguma maneira faz luz em nossa evolução é válido.
Essa nostalgia do ontem, permeado pela tradição, as luzes, a troca afetuosa, a implícita mudança de comportamento na humanidade, o amor ao exercitar a palavra de Cristo, a vontade de fazer o bem, o brilho das luzes, da lua, da chuva...nossa! Como é bonito o Natal.
E dirão os pessimistas: Logo passa, é apenas uma data comercial. Bem, a minha resposta para eles é: todo dia é comercial, toda data é comercializada, mas a magia só é vista e sentida por quem possui o dom supremo e compreende que a lógica verdadeira do mundo é amar.

Esse será então sempre o meu amor e o meu carnaval! E sim, um Feliz Natal!

* "Todo dia a insônia me convence"...a escrever! =)

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