Escrever algo inédito sobre a
data do qual mais de milhares de escritores, cronistas, poetas e toda sorte de
ser respirante, seria uma enorme
pretensão, não é mesmo? Então, abrindo mão do título de texto gênio, e partindo às coisas piegas adoráveis que a data
evoca, inicio com o mais do mesmo para quem sabe acrescentar.
Lembro-me do natal como momento
de celebração da minha enorme família, sempre espalhada em algum canto do
globo, sempre feliz em se rever e celebrar. Natal evoca comidas específicas,
feitas por minha mãe e tia, e pessoas, as minhas pessoas, aquelas que meu olhar
encontrou desde cedo neste caminhar. Ou lembra a saudade do meu pai, homem que
me amou com a simbologia que lhe foi ensinado, e que lutou para honrar o título
de pai.
Natal faz-me lembrar que, em
algum momento, independente de data específica( pois há registros que Ele
nasceu em Maio, alguns anos a.C – que ironia fina) , nasceu um homem que, na
perfeição de sua existência, falou em amor e por ele viveu, com sua pureza extrema.
Esse homem, cujo meu dialeto chama de JESUS, às vezes é substituído pela imagem
de Noel, ou São Nicolau, ser que bondosamente distribuía sacos de ouro aos
necessitados na simbólica data que viveremos, o que acabou por ser desvirtuado
pela sociedade do consumo em presentes, que simbolizam este amor-renascimento.
Mas, presentes?!
Bem, não nego que gosto de
presentear, e nesse sentido, falo da tradição de comprar “mimos” às nossas
pessoas próximas, mas não como simbolismo de “amor”, o que sinceramente, nem de
longe pode adentrar no significado de amar, mas sim porque me é culturalmente
aprazível fazê-lo.
Mas também gosto de pensar no
amor que Jesus ensinou, transmutado em caridade, olhar que não pode ser
refletido sobre o outro somente em épocas específicas, porque a sede e a fome
do mundo não tem calendário. A identificação da humanidade entre si anda cada
vez mais escassa, e não estamos falando apenas na faixa de gaza ou nas linhas
vermelhas da vida, mas, no mínimo existencial, como o próximo, ainda que o mais
próximo de nós.
É tempo onde a cidade se ilumina
com as luzes coloridas que representam o brilho da estrela de Davi, que
prenunciou o nascimento do grande espírito de bondade, confundidos com a
tradição da árvore de Natal e neve, já relacionada aos pinheiros de São
Nicolau, o papai-noel.
Também é um tempo onde,
inevitavelmente, realizamos a chamada “autorreflexão”, tão em moda nesses
períodos e não menos digna por isso, afinal, tudo que de alguma maneira faz luz
em nossa evolução é válido.
Essa nostalgia do ontem, permeado
pela tradição, as luzes, a troca afetuosa, a implícita mudança de comportamento
na humanidade, o amor ao exercitar a palavra de Cristo, a vontade de fazer o
bem, o brilho das luzes, da lua, da chuva...nossa! Como é bonito o Natal.
E dirão os pessimistas: Logo
passa, é apenas uma data comercial. Bem, a minha resposta para eles é: todo dia
é comercial, toda data é comercializada, mas a magia só é vista e sentida por
quem possui o dom supremo e compreende que a lógica verdadeira do mundo é amar.
Esse será então sempre o meu amor e o meu carnaval! E sim, um Feliz Natal!
* "Todo dia a insônia me convence"...a escrever! =)
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