quinta-feira, 18 de setembro de 2014

"Dust in the wind" e a insustentável leveza de ser



Hoje, por uma incrível coincidência 
(coincidência?), revi este clipe antigo e maravilhoso, que tantas verdades sobre quem somos e o que somos traz. ...

Andava meio que fazendo essas questões à minha própria cabeça, sobre convicções, vontades, coisas que dizemos ao senhor do pincel que queremos, como se ele fosse um "realizador de nossas vontades". Essa coisa que alguns chamam de "destino" ou "sina". 

Temos o hábito de querermos ser "deuses" ou "quase deuses", delineando nossos destinos, no amor, no trabalho, na vida familiar e afetiva, como se pudéssemos ter o "controle". Queremos que ele eternize o riso, a alegria, o gozo pela vida e aquela coisa mágica que não sabemos definir, e nos aparece no meio de deserto de sermos nós mesmos. Aquela águia forte e bela, aquele lindo e livre pássaro, ou a tépida água que sacia nossa sede de brisa fria.

Até percebermos que dançamos só neste deserto, e tudo o mais que vem é encanto, magia, dádiva. E dádiva não é obrigação,não! é presente concedido,mesmo quando imerecido. O amor, por exemplo, nas suas várias formas de manifestar-se. Neste estágio de evolução, caminhar nosso próprio deserto ao lado de outrem é uma dádiva. Cultivável, claro,mas ainda assim, uma dádiva. Nossas miragens e viagens são todas internas e doloridas, e é com elas a nossa real responsabilidade! SER, voando feito poeira, ao sabor dos ventos, exercitando  a nossa corrida pelo encontro conosco, navegando pelos incertos mares, descobrindo lindas paisagens!
 Enfrentando nossos medos, passeando pelo sangue com venenos que podem ser mortais, e aprender a deixar tudo que é belo, muito mais que belo...voar! livremente, porque nós e tudo o mais que temos em essência, é insustentavelmente leve.

E,depois do deserto, do voo e do salto para o desconhecido...o mergulho! Aquele para o encontro profundo conosco. Emergir para sentir-se, sem nada mais ao redor. Submergir para encontrar na face das águas a essência de ser livre e de coabitar, para amar, a si primeiro, para encontrar consigo mundo e fundo, porque somos insustentavelmente leves! E breves, neste existir. 

(E depois de refletir sobre isso, a graça e dádiva ao pai  foi ser grata,muito grata, por ter uma pequena ampulheta de grãos, aves e seres indomáveis a voar, a crescer , sentir e aprender comigo,nesta jornada.  Hoje durmo mais gente que ontem).










" Poeira no vento

Eu fecho meus olhos
Apenas por um momento
E o momento se foi
Todos os meus sonhos
Curiosamente passam diante dos meus olhos


Poeira ao vento
Tudo o que somos é poeira no vento


A mesma velha música
Apenas uma gota d'água em um mar infinito
Tudo o que fazemos
Cai em pedaços embora nós nos recusemos a enxergar


Poeira ao vento
Tudo o que somos é poeira no vento..."


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