A menina de pés descalços, cata flores do chão. Não gosta de colhê-las, crê no tempo da força criadora. Ela é o instante. O rio que sopra, as doçuras pequenas da vida, a evolução lenta, das águas que bateram na pedra dura até amaciar a alma...
A menina contempla. Tem um força que emana, e a vida chama. Já viu aquele mesmo ipê nu, livre das vermelhas folhagens da primavera. Sabe e sente só de tocá-lo. Estação. Desfolhar, recriar-se da raiz... essa sim, sólida! Está adulta (ela e o ipê), apesar dos lacinhos de fita nos cabelos ou do chapéu branco - seu favorito. Agora, é uma menininha jovem, dona de si. Deu-se inteira e recebeu-se de volta, até com recibo da vida. Contempla os ipês da sua aldeia, apenas "mente e flora"... respira fundo e macio...o Agora!
Nenhum comentário:
Postar um comentário