sábado, 27 de outubro de 2018

Sobre Ted, HYMIM, sincronicidade e coincidências significativas (Spoiller à vista)



Eu acredito mil vezes no amor. Um milhão. Acredito tanto na força bendita da palavra. Do poema. Das pessoas...de uma forma, que nem sei dizer. Não poderia ser injusta com a força mais magnífica do Universo só porque o verbo às vezes dói. No avesso do acaso, não acredito em desencontros. Só em laços. Laços que se montam e amontoam em nós, e que, às vezes, se apertarem demais, precisam ser afrouxados. Acredito em sincronismo e diacronismo. No movimento do Universo...

O Universo me remete ao Ted Mosby, de How I Met Your Mother - HIMYM, amigo particular do personagem, com quem mais me pareço, segundo as pessoas que me conhecem. Ted , romântico inveterado, aparece pela primeira vez, já no primeiro dia de longas 09 temporadas, com o pensamento: "Está bom. Já posso conhecer o amor da minha vida".

Foi no dia em que conheceu a Robin. Mas eram mundos avessos, agitados de formas e com perspectivas diferentes. Um dia, encantado, Ted disse..." Ficar com Robin era simples. Eu só precisava...fazer chover". Que impacto essa frase fez em meu mim! depois, longas temporadas na expectativa de que Ted "fizesse chover mais",para caber no coração da jornalista.

Muitas vezes, em uma realidade paralela, imaginei como seria ligar para o Ted e conversar com o cara sobre algumas coisas....como sobre disponibilidade, e o que é ser e estar com alguém disponível. Isso não envolve se colocar em uma bandeja, para alguém te provar quando quiser.Não. A disponibilidade, envolve a capacidade de entremear seu mundo ao da outra pessoa.  A disponibilidade, dentro de um parâmetro saudável de dedicação, é um gesto de amor.

 A mesma disponibilidade que fez a Robin casar com Barney, o melhor amigo do Ted, mesmo sem ser afeita a relacionamentos (Surprise!).Foi, eles quebraram o coração do mocinho sonhador. Mas aquele não foi bem o final da história. Na verdade, foi um pedaço necessário para Ted. Para, pela primeira vez, entender a realidade:  a Robin não era indisponível para todos, mas para ele. Ela gostou,amou e foi inteira com o Barney.

Admito que Robin foi sincera com Ted. Ela sempre respondeu 'não' a todas as perguntas do mocinho. Por isso, fiquei bastante aborrecida com a série e não com a Robin. Afinal, ela tinha o direito de gostar de quem fosse e de errar,acertar, tentar...fiquei aborrecida com a falta de lógica dos autores, ao mostrar, no mesmo episódio em que  o Universo que queria conhecer o amor de sua vida e conhecer a Robin, no mesmo dia...para depois ela quebrar seu coração. 

É, lá - como em todo lugar - o amor machucou  e foi belo, de infinitas formas,também...tudo bem. O amor já fez silêncio onde palavras eram preciosas e, no avesso, o amor já provou, com atitudes, coisas diferentes de que proclamava. Mas afinal, o amor é mesmo maluco.  Lá na série e em todo lugar do planeta. E o amor é sempre bom...Quem poderá entendê-lo? 

Mas deve ser um pouco da charme da série. Tudo bem, afinal...sem essa dor, não haveria enredo, não é? Isso é uma série, não é a vida. Mas a vida também precisa de capítulos - e uns nos doem mais do que outros. A diferença é que a gente nunca sabe o final. Que bom, aliás. Aqui, dá para fazer muita coisa. Cada dia que nasce, roteiros, emoções...a gente prova a vida, sente o sabor, e deixa que ela nos prove também. É bonito e menos conclusivo...é real, muito real.

O certo é que, na série, um dia, sem precisar fazer chover...dentro do único lugar em que ele não gostaria de estar (o casamento de Barney e Robin), Ted conheceu a menina de olhos meigos, que disse sim para tudo que ele perguntou. Confesso, foi triste não ter tempo de conhecer as imperfeições da Tracy. Eu teria amado. Duvido de qualquer perfeição, sempre. Mas ficou só o perfume da menina doce, meio nerd e excêntrica, como o Ted, e que o conheceu na estação de trem, aquela que o levaria para longe de toda sua vida...(Surprise! - e último spoiller).

Recordei agora de um determinado momento, em que Ted conversa com Robin sobre pessoas e encontros. É quando Robin fala em Sincronismo, sem mencionar que é conceito de Jung, que desenvolveu uma teoria sobre o sincronismo e as coincidências significativas . Vale a leitura. Tem um pouco do que penso sobre encontros...mas não vou delongar ainda mais a conclusão. É uma leitura aprofundada e vale outro texto.

Bom, ao todo, já vi HIMYM 09 vezes. Acabei agora, novamente, a nona temporada. Por quê? 

Porque gosto de palavras de bondade, que foi a resposta do Ted, para quase tudo. Sempre fez e agiu dentro de um contexto humano. Não porque sou como ele ipisis litteris, na verdade, ferida, sou um bicho 'ruim como o diabo'. Mas só se muito ferida. Mas fora dessa defesa - que é pessoal e direta -  é sempre assim: as minhas são palavras e gestos de bondade. Para o meu contexto e para com os demais...por isso, digo sempre: BÊNÇÃO! 

Sobre o final da série, durante muito tempo, odiei. Hoje, é mais moderado. Mas prefiro milhões de vezes a versão paralela, em que T.M são uma dupla até o fim. Acho que o amor deve ser uma coisa entregue, vivida entre dois, em um Universo...generoso, que une corações, almas - ainda que diferentes - para encontrar e fazer ainda mais BELEZA, porque essa é a regra mais natural...do Existir.

Pela lei natural dos encontros - frase da música dos novos Baianos que trouxe e emprestei para criar uma teoria maluca, confabulada em uma tarde qualquer com a Alcinéa e Ester, minhas fadas madrinhas, ao falar sobre nossos encontros pessoais de mundos poéticos ,coisa que também vale um texto próprio -  a gente se afina com quem parece conosco...é,  a lei dos encontros. Do sincronismo. Foi isso que aconteceu em HIMYM. É assim na vida.

Quanto mais bonitas as rimas, melhor a canção.  Por enquanto, ouço a canção do tempo tocar, com sua beleza, virtudes e vertigens. 


LUZ!

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