Sempre usei batom vermelho, sempre escrevi e poetizei sobre o mundo, debati em todos os cantos cinema,filosofia e arte em geral e usei vestido rodado e roupas floridas desde antes de saber escrever 'vestido' e 'flor'. Vaidosa, nunca gostei de cabelo despenteado, lugar bagunçado, coisas sem perfume. E eu amo CORES.
Minha irmã, companheira de vida, bem que tentou diminuir o batom, colocar mais roupas brancas, menos cor, menor cor! Aos dez anos, decidi que ia ser ruiva. A minha cor favorita já era vermelho, então...era a lógica mais que natural. Foram anos de tentativas infrutíferas de fazer uma mudança de opinião - que nunca veio. No mesmo dia em que fiz 18 anos, eu me tornei a garotinha ruiva que nasci para ser. Foi só um erro de cálculo.
Essas coisas ninguém ensinou. Foi um movimento autêntico, todo meu, de vida. Sempre fui autêntica. Aliás, até demais, para minha pequena família.Dizem que os desajustados é quem criam as coisas do planeta, não é? não sei,mas isso me conforta de um jeito (rs). Aliás, o aluanaodorme foi minha forma de começar a colocar esse mundo de ideias, de ludicidade e de encontrar na plataforma outras poesias, porque esse lugar reúne gente muito talentosa!
Foi uma delícia escolher suas cores, seu formato...que lembrança bonita. No que se chama mundo 'real' - aliás, que ambiguidade! é justamente no mundo real que mais encontramos irrealidades - sempre fui dedicada com minhas pessoas e meus sonhos e acredito na força poderosa do Universo, embora bastante crítica para saber das leis do arbítrio. Converso muito com Deus sobre isso...sobre a estrada de pedrinhas amarelas...
Sobre as pedrinhas amarelas, às vezes elas me doem os pés. Mas deve ser assim com todo mundo. Por isso, mantenho os olhos e coração enternurados e coloridos, resisto à ideia de deixar que um dia ou um pensamento cinza modifique a paisagem...até porque, a vida fala, pinta a tela do dia a dia e conta seu roteiro...eu é que sou apressada (risos). Sangue quente, viva, amor bem vermelho. Esse é meu compromisso com o existir...
Com o tempo, aprendi que lado é lado, por conta do exercício político. Aliás, é a frase preferida do meu irmão. Como sempre fui muito conciliadora, detestava o pensamento. Eu dizia a ele que transitava e que isso era bom. Até entender que, na prática, escolher quem a gente é, no que acredita- e até quem a gente ama de verdade, envolve isso: 'fincar' o pé em algum lugar.
Isso, na prática, envolve sim, ser e ter um lado. Principalmente...quem está ao nosso.Por isso, eu sou uma leoa por quem amo e revido mesmo. Lado é lado - me perdoem os indecisos, o 8 ou 80 aqui, tem no CPF (rs).
Mas esse texto é sobre cor. É sobre o verde e o cinza do Vilhena, que pintaram minha vida, com sua sinceridade. Eu sinto falta. Essa digressão é sobre as cores...as cores que são minhas. Dos livros (aliás, sempre falei e li e debati muito, livros não são para impressionar ninguém, são material da bruxaria de pensar) - entre outros, as cores do Rubem, da Cecília, de Clarice, da Maria Ester, do Fernando, do Leminski, do Gaiman, do Doyle, do Sagan, do Kafka, do Allen, do Drummond, do Huxley, do Kundera, do Ginsberg. do Dostoiévski, da Maria, do Alcy- alguns desses, amigos queridos com quem tenho a sorte de trocar mais do que palavra e cor, mas também afeto.
E as cores dos meus sonhos, que sempre falam em coisas multicoloridas (apesar de que um romance em preto e branco cai bem). De livros a poemas, de músicas a estilo, e sobretudo de vida, quem entra nesse infinito sabe: tem cor, verdade, paixão,filosofia e vontade de fazer bonito.
A despeito de tudo que está escrito, ainda descubro quem sou. É um tipo de miopia, para a moça ao espelho. ENTÃO, através dos olhos de quem me ama, de quem caminha comigo pela vida...as pessoas me ensinam, ao longo da jornada. Elas mostram a minha cor...em suas vidas. Mas nada disso diminui a grande alegria e verdade que a gente carrega por dentro, e que eu desejo sinceramente para todos nós, é uma coisa plena, que chamo sempre de ... LUZ!
(Própria ou imprópria, é sempre pessoal) :)
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