segunda-feira, 8 de outubro de 2018

O calo no dedo indicador de minha mão



Depois de desaprender da perfeição
Dei de gostar do calo no dedo indicador de minha mão
Que sempre escorre um pouco de mim
E guarda gotas de poemas...

Aprecio cada vez mais os espinhos das rosas
Uma defesa natural à beleza
Eis a incrível habilidade da natureza:
Tudo dizer sem nada falar...

O sândalo perfuma
A cada vez que é cortado
O rio vai para todos os lados
para poder ser navegado

e é preciso deixar a água ir para onde quiser...
(é a tábua da maré)

As andorinhas correm para o verão
A gente nasce do tamanho de um botão
Vai e cresce, ganha espaço
Para encolher, envelhecer e retornar ao infinito...
(é, existir é tão bonito!)

E não se luta contra a força do que é
Biológica e fisicamente claro,
A gravidade mantém tudo 
No lugar exato

Por outro lado,
Talvez a maior antítese, o inexplicável 
O único risco mal calculado
 seja o amor...

Mas, quem sou eu para duvidar
Do que desconheço? 
guardo esse ponto de interrogação!
Pois,  depois de desistir da perfeição

Dei de gostar do calo no dedo indicador de minha mão...

#

Que sejamos sempre sândalo, porque existir é resistir à perda da ternura.

LUZ!



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