Depois de desaprender da perfeição
Dei de gostar do calo no dedo indicador de minha mão
Que sempre escorre um pouco de mim
E guarda gotas de poemas...
Aprecio cada vez mais os espinhos das rosas
Uma defesa natural à beleza
Eis a incrível habilidade da natureza:
Tudo dizer sem nada falar...
O sândalo perfuma
A cada vez que é cortado
O rio vai para todos os lados
para poder ser navegado
e é preciso deixar a água ir para onde quiser...
(é a tábua da maré)
As andorinhas correm para o verão
A gente nasce do tamanho de um botão
Vai e cresce, ganha espaço
Para encolher, envelhecer e retornar ao infinito...
(é, existir é tão bonito!)
(é, existir é tão bonito!)
E não se luta contra a força do que é
Biológica e fisicamente claro,
A gravidade mantém tudo
No lugar exato
Por outro lado,
Talvez a maior antítese, o inexplicável
O único risco mal calculado
O único risco mal calculado
seja o amor...
Mas, quem sou eu para duvidar
Do que desconheço?
guardo esse ponto de interrogação!
Pois, depois de desistir da perfeição
Dei de gostar do calo no dedo indicador de minha mão...
#
Que sejamos sempre sândalo, porque existir é resistir à perda da ternura.
LUZ!
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