A bruxa que mora no lado esquerdo do ouvido
E dança enquanto a lua branca balança o cheiro dos ipês
Intuitivamente sente o mundo ( e conta tudo)
Que eu jamais queria ver...
(Ainda assim, deixo a vida acontecer)
Essa voz que diz o que nem queria ouvir
As esquinas, o dom da pulsação
Que fez da bússola quebrada uma forma de presente
O peito milagrosamente sente...
(Seria maldição?)
A falta de magia na crueza esmagadora do dia
As últimas notícias do jornal deprimente
O café frio e o atraso na estrela cadente
Quem sabe? Como dói o coração, no instante...
(vejo uma semente...)
Ah! Essa bola de cristal quebrada
Em mil pedaços que me ferem o peito
Não seria isso uma forma de sabedoria?
A vida, milagrosamente, corta, opera e costura
imperiosa, a verdade silenciosa dos dias!
Confesso que não queria ter razão...
Quisera pudesse ser apenas a louca da rua
Com graves problemas nas aulas de alucinação!
Mas no avesso, fico rouca do amargo gosto da lição
Que eu mesma fiz...em uma breve previsão.
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E a bruxa queima. Mas ela sempre salva. Porque sem ela, não haveria poesia...para regar as coisas que eu não merecia viver. E essa imensa,maravilhosa... LUZ!!!
*De rever o último episódio da "Maldição da Residência Hill" e perceber a magnífica e trágica metáfora existencial. Agora tente dormir, depois disso. Seria cômico, não fosse trágico.
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