Enquanto os passos seguem, trôpegos de susto, sem planos a mais, a sonhadora anda resgatando sua delicadeza em filmes, nas boas músicas que ouve, na poesia existente- latente- nas canções e artesanato que adora fazer. Nos seus amigos,família...em Drummond, Cecília, Clarice, Manoel, Rubem, Cartola...em cafés de finais de tarde contemplando a vida,de onde vê pessoas passando ao seu redor, com tanta pressa.
As pessoas ao seu redor parecem ardentes de pressa. Bauman, me traz uma dose de café no ponto e pitadas de calma, por favor?...
A vida, às vezes, por lirismo ou sacanagem, nos vira do avesso(rs). Apesar de o avesso ser um pedaço de verso e permitir olhar tudo de outra forma, ela viu como é bom olhar...para frente, para trás. Saber que, por onde passou, deixou a mostra de um bom trabalho, de dignidade, de leveza, e a marca da honestidade. E de uma dedicação ímpar em tudo que está: é amor em tudo que compõe. E amor leva tempo, é produto artesanal, não fabricável.
Hoje, nessas relações modernas do mundo, não esperava,mas ganhou um presente. Um grupo chamado "amigos", de pessoas que decidiram que confiam nela e com quem formou vínculos de amizade na Secretaria em que trabalhou. Nós realmente somos o que plantamos e o que regamos,ela vê e percebe isso o tempo todo.
Ha, tempo! ela está com medo, pois se sente no mundo como quem voltou daquele passado bonito,descrito em filmes como "meia noite em paris", e caiu direto aqui, nesse lugar onde as relações são líquidas e apressadas. A menina não gosta disso, gosta de bordar, de tatuar afeto, de artesanalmente construir lealdade, verdade...para além do escrito e da poesia, no dia a dia mesmo, no cru da existência, esta sim, tanto lhe interessa.
Mas a saudade que seu corpo sente é...tão peculiar. É saudade desta época que não viveu. É saudade dessa ternura morna e ingênua, de fato indefesa, que apenas alguns ainda trazem em si.
Porque, vida...ela ainda tem fé.E sonhos. Volta toda noite dos estudos, e,para a surpresa do tempo, ela ainda contempla a lua longos períodos. Sem pressa. Com essa ternura morna e ingênua, de fato indefesa, de quem gosta do mundo, de verdade. E sonha.
E, olha...como ela sonha! =)
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