terça-feira, 25 de novembro de 2014

Letras que às vezes dizem tudo que queríamos dizer

Às vezes, eu queria desligar de mim e ser menos. Sentir menos, ser tão agitada quanto essas pessoas, que correm enquanto observo, transeuntes desavisados da poesia que contém o vento. Queria fazer parte um pouco do todo, rir das mesmas coisas, assistir carnificina como se fosse comum, achar normal ligar a TV e assistir àquelas atrocidades ditas de maneira solene, conversar a vida dos personagens da novela , dar graças à Deus por ter dinheiro para pagar meus vícios simples (nada ilegais) e dormir.

Queria andar satisfeita entre shoppings novos e avenidas enfeitadas, dando graças à modernidade, ao quanto somos bons em maquiar nossa próprio senso crítico, e escolher nome de bichinhos como "tom e vinicius", sentindo que sou parte da sociedade.

Mas eu não me enquadro! Pareço sempre fora do lugar, e isso não me incomoda, na maioria das vezes. Apenas quanto ao senso de que isso tudo não me satisfaz e que eu preciso de mais, muito mais para ser feliz, de fato.

Faltam alguns dias para um concurso-teste. Concurso:  vou competir com outras pessoas a chance de "fazer parte do Estado". Como se já não fizesse. Como se natural fosse esse sistema de exclusão, que já me põe entre privilegiados, quando posso - felizmente- fazê-lo.Enquanto isso, nas luzes de ribalta, há tanta fome, desgraça, colarinhos brancos, clima de natal, pouca preocupação real com essas dores tão reais de outros humanos.

Acho tão tão absurdo as ausências do que é normalidade para mim e o que é tão comum para tanta gente!

Quanto ao concurso, não é dessa competição em específico a que estou me referindo (até porque só estudei para ela dois meses, não dá para querer entrar na janelinha), e dele já tive dele ganhos mais mensuráveis que o próprio resultado: percebi o quanto sou disciplinada, vencedora de meus limites e tive o prazer de firmar um bonito laço que me acompanha nessa jornada. E nas que virão, porque decidimos que queremos mesmo fazer a diferença nesse mundo, em algum lugar dessa sociedade. 

Não, eu falo da vontade de ver as coisas serem mais belas, de um mundo de fato melhor. Interno. Externo. Ontem, na saída do supermercado, um papai noel tocava sax. Parei um tempo para observar: Um ser "místico" fazendo beleza. Meu Deus, somos todos místicos! Bati uma foto, pensei postar no facebook (aplicativos que torna todos que amamos "longe do meu lado"). Mas decidi guardar na alma. Uma hora dessas escrevo sobre ele.

Podíamos sempre fazer tão mais e melhor. A resposta? ha,ela parece tão óbvia: é a nossa nossa capacidade de imprimir amor e vontade. De se importar com o resultado da equação e de querer o saldo positivo do todo.

A realidade da beleza começa com você, comigo e com o que fazemos conosco. É tudo que eu posso concluir.



""Não podemos dar a nós mesmos mais uma chance
Por que não podemos dar ao amor mais uma chance?
Por que não podemos dar amor?

Dar amor, dar amor, dar amor
Dar amor, dar amor, dar amor
Dar amor, dar amor...

Pois o amor é uma palavra tão fora de moda
E o amor te desafia a se importar com
As pessoas no limite da noite
E o amor desafia você a mudar nosso modo de
Nos preocupar com nós mesmos..."

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