Depois do café faço aquele trabalho difícil.
Por enquanto, paro na janela e contemplo, sob a paisagem externa, minhas coisinhas refletidas nas águas da chuva.
Depois do café, vou arrumar a agenda e hoje tentarei estar no mundo dos normais como um igual. Um ser que levanta e cumpre suas funções.
Mas,só depois...
Beberico em golinhos os instantes de liberdade. Leio um pouco do livro ao qual minha mente cansada fez que cometesse a deselegância de dormir enquanto o saboreava.
A janela me conta do movimento. Penso nas pessoas correndo, cada um para seu próprio campo de batalha, em como o barulho dos carros ao enfrentar a chuva parece mesmo uma guerra: água,metal, borracha, carne...
Imagino o serviço danado de Deus, nestas horas...
Depois do café decido se vou ao centro, mais tarde, para assistir à palestra... ou à beira do rio em silêncio tomar um vento. É tudo bênção. Que diferença faz?
Só depois, bem depois, bem depois do café...
Não sei quantas vezes essa expressão já me veio à cabeça, desde que tomei posse do milagre de ser gente. (Que susto! Eu escrevi isso? ainda não tomei posse, rs). Mas, sinceramente não sei. Acho que depois do café, resolvo minha vida, realizo o sonho americano, planto uma árvore, escrevo um livro...mas,olha, sinceramente? Depois do café eu decido.
Aliás, vou te segredar uma coisa: Mesmo Deus criou o mundo só depois do café.
;)
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