Foto:Nathy Favacho |
Depois daquela janela ensolarada, há muitas ruas. Mundos inteiros para desvendar, passeios astrais, ancestrais ou além: como cada viajante conceber.
Depois daquela janela, há medos, intrigas, encontro com poesia, sucessivos sorrisos entremeado em decepções,mas há também vida, mais caótica,aleatória e colorida do que os giz de cera espalhados pelo chão.
Talvez tenha o dia inteirinho a ser vivenciado, sabores próprios de quem sai da janela. É, depois daquela janela, não estou tão protegida. Ou estou?
Daqui, grades silenciosas evocam a força do que a violência traz: medo.
Mas isso, claro...depois daquela janela.
Também tem o rio amazonas, o céu estrelado, as senhorinhas das missas das seis, sempre com seus terços em mãos.
Tem aquela molecada que esqueceu dos anos 2000 e está no meio da rua, a jogar um futebolzinho, últimos resquícios de convívio entre vizinhanças.
Dizem até que tem amor, a brincar com o poema. Um pouco do meu, dança ali, do outro lado da rua, entre os bem-te-vis. Outro pedaço, aqui comigo, brinca no sofá, menina-esperança que é.
Depois daquele sol todo, a atordoar a face, veio uma chuva gostosa, daquelas de fazer barulho ao tocar o chão, pingos grossos e fartos, para o ouvido matar a sede e os sentidos florescerem.
E tem as direções, as setas e ruas que traçarei, eu, que não traço planos e faço morada em curvas, viradas de caminho.
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