"Tenho andado distraído..." Quando Renato escreveu isso, falava sobre as inquietação que lhe percorria aquele momento. Ou seja, sobre a inquietação que lhe percorria, pois somos momentos que se prolongam ou que ficam na memória.
Também tenho andado distraída, às vezes inquieta e uma completa reclusa. Dia desses, passei por uma amiga e não cumprimentei. Ela mandou uma mensagem perguntando por que não falei e dizendo que me amava. É que é uma fase de grande introspecção e crescimento, penso. Tenho pesado coisas que antes nunca tinha pesado, a natureza do que sempre chamei te "eterno" (e continuo crendo), mas que penso que são eternas dentro de nós, quando não se estabelecem.
Na vida, somos e ficam as pessoas que decidimos. E isso não apenas amorosamente, não. Nossa família, por mais que o vínculo seja consanguíneo, é formado mesmo por quem se importa e caminha conosco. O amor é a força mais poderosa que podemos construir. E significar. E ressignificar. E sabe por quê?
Porque ele também vai se modificando, junto conosco e nossas experiências, sejam elas boas ou ruins, moldando o nosso temperamento e temperando nossos destemperos. Ou compreendemos essa maneira de ser amor ou nunca compreenderemos o significado de permanência. E recomeçar é bom, faz parte da vida, mas eternos recomeços não seriam uma forma de não permanecer de fato em lugar algum? De não "se ser"? - Isso tem me gerado um certo medo.
Mas, voltando àquelas coisas chamadas decisão, ontem resolvi tomar um porre. Só. Isso mesmo! lá na minha casa, eu desliguei de tudo (internet, barulhos externos) e fui sentir por dentro todo o caos. Sou muito controlada e precisava sair de mim um pouco. Acordei de ressaca. Mas, no meio do porre, tudo que pude perceber é que não consigo discernir nada quando estou entontecida. Então, vi que eu não tenho andado distraída. Tenho andado bêbada. E os bêbados, inclusive na lei (chamados de ébrios) são relativamente incapazes.
O que me fez pensar no poder de decisão, que envolve sermos capazes.
Somos cheios de bagagens internas, é fato. Mas a capacidade envolve a possibilidade de tomar uma decisão. E o que nos habilita para tomar a decisão de amar? A paixão é uma medida da urgência. O amor...co-habita. É um livro que se escreve junto. É uma canção ou um poema que fazemos com o outro, tão autor quanto nós. Mas não adianta falar em perfeição, porque haverão borrões horrorosos, coisas a serem apagadas (poder do perdão) e recriadas, com o poder criador que apenas a grande força de amor, que é a criadora maior, sabe nos dar.
E só nós mesmos podemos decidir escrever, com quem escrever, como moldar nossas linhas às linhas alheias...e com quem escrever. E nisso não há nenhuma tragédia,mas sim uma enorme beleza: A de ser capaz. Ou a tristeza de não sê-lo.
O importante então agora, para mim, é firmar de fato os pés no chão e continuar a amar a divina comédia humana, que me perdoe Belchior, tem tudo de eterno! São as fases dos poemas de Dante que foram passageiras, seja o seu inferno, seja as demais estrofes e passagens. Ele, sua poesia e reflexão, não. Olha como até hoje trazemos suas reflexões - como tantas outras de outros fantásticos autores- para nosso cotidiano.
Por isso, sei que essa necessária solidão faz parte de uma estrofe do poema-vida. É claro que agora eu estou teimando entre o que eu queria reescrever e as letras que desconheço. E as letras que escrevo ainda estão bêbadas.
Na vida, somos e ficam as pessoas que decidimos. E isso não apenas amorosamente, não. Nossa família, por mais que o vínculo seja consanguíneo, é formado mesmo por quem se importa e caminha conosco. O amor é a força mais poderosa que podemos construir. E significar. E ressignificar. E sabe por quê?
Porque ele também vai se modificando, junto conosco e nossas experiências, sejam elas boas ou ruins, moldando o nosso temperamento e temperando nossos destemperos. Ou compreendemos essa maneira de ser amor ou nunca compreenderemos o significado de permanência. E recomeçar é bom, faz parte da vida, mas eternos recomeços não seriam uma forma de não permanecer de fato em lugar algum? De não "se ser"? - Isso tem me gerado um certo medo.
Mas, voltando àquelas coisas chamadas decisão, ontem resolvi tomar um porre. Só. Isso mesmo! lá na minha casa, eu desliguei de tudo (internet, barulhos externos) e fui sentir por dentro todo o caos. Sou muito controlada e precisava sair de mim um pouco. Acordei de ressaca. Mas, no meio do porre, tudo que pude perceber é que não consigo discernir nada quando estou entontecida. Então, vi que eu não tenho andado distraída. Tenho andado bêbada. E os bêbados, inclusive na lei (chamados de ébrios) são relativamente incapazes.
O que me fez pensar no poder de decisão, que envolve sermos capazes.
E só nós mesmos podemos decidir escrever, com quem escrever, como moldar nossas linhas às linhas alheias...e com quem escrever. E nisso não há nenhuma tragédia,mas sim uma enorme beleza: A de ser capaz. Ou a tristeza de não sê-lo.
O importante então agora, para mim, é firmar de fato os pés no chão e continuar a amar a divina comédia humana, que me perdoe Belchior, tem tudo de eterno! São as fases dos poemas de Dante que foram passageiras, seja o seu inferno, seja as demais estrofes e passagens. Ele, sua poesia e reflexão, não. Olha como até hoje trazemos suas reflexões - como tantas outras de outros fantásticos autores- para nosso cotidiano.
Por isso, sei que essa necessária solidão faz parte de uma estrofe do poema-vida. É claro que agora eu estou teimando entre o que eu queria reescrever e as letras que desconheço. E as letras que escrevo ainda estão bêbadas.
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