No meu tempo, ser criança era
ouvir musicas infantis em aniversários com balões enormes, recheados de trigo e
bombons, com brincadeiras ridicularizadoras que ninguém chamava de bullying, e
nem por isso entrar em cinema matando ninguém.
Era dormir depois da mãe, pai ou
irmãos esfregarem a "sujismunda"
da cabeça aos pés, de tanto subir em arvores, comer fruta lá de cima e ainda
jogar o caroço na primarada mais nova
que ficava embaixo.
No meu tempo, tomava sopa de letrinhas para formar frases e comia "cascalho com chopp" na merenda, nos dias mais legais. Mingau era de tudo que e jeito pra ter "sustança",
No meu tempo, tomava sopa de letrinhas para formar frases e comia "cascalho com chopp" na merenda, nos dias mais legais. Mingau era de tudo que e jeito pra ter "sustança",
No meu tempo, ser criança era
ganhar bonecas tipo "mãezinha", conjunto de casa e cozinha, roupinhas
rosas cheias de babado e frufru. Era sujar-se toda correndo pelas ruas e dormir
de portas e janelas abertas.
No meu tempo, chamávamos os coleguinhas de "pequeno" quando não sabíamos o nome. "Ei, pikeno, me empresta tua borracha?".
No meu tempo, ser criança era não
ter acesso a certas questões, informações e vivências, chorar para brincar mais
um pouco de queimada, pira-pega, pira-alta, era tanta pira...que explica-se
tanta molecada pirenta em foto antiga.
No meu tempo, de criança simples,
de pais e parentes próximos estudando para subir na vida, lutando para crescer
e dar boas oportunidades, ainda se lia livros e contavam-se historias
amedrontadoras, para exemplificar e “educar”.
No meu tempo, ser criança não era
"moderno" não, era coisa bem piegas mesmo. E a gente era cultivado,
respeitado, não nos tentavam “pequenos adultos”, não marginalizavam a
inocência.
No meu tempo, eu tive tempo de
sonhar. E isso auxiliou a formar a pessoa de agora.
Nenhum comentário:
Postar um comentário