sábado, 18 de outubro de 2014

A Crise

''Será chamado de ingênuo ou nostálgico todo aquele que quiser algo melhor do mundo em que se vive. Então, aquilo que deveria ser ponto de partida se torna ponto de chegada: o horror e a crueldade fazem parte da paisagem''.




Erramos o diagnóstico, Sr. Dr. 

Até para nos percebermos temos dificuldade, veja. E então tudo que queríamos era a compreensão da crise - O que esta acontecendo, Brasil?

Dizemos que a crise é de valores. Monetários (corrupção), valorativos (Corrupção), ideológicos (Corrupção). Mas que refrão mais pobre!

Oras, a corrupção é um fenômeno estudado nos mais diversos âmbitos e países, visto que não é um "privilégio" nosso, mas de tudo onde habita a raça (des)humana. Que o diga Orwell. Visível é o quanto prejudica as frágeis colunas da construção de nossa Nação.  Mas, antes de nos enchermos dos mesmos velhos debates, será que somos efetivamente "quem podemos ser?". Ou aceitamos sermos resumidos a pontos e contrapontos?


A crise é de ser humano (em demasia, diria Nietzsche) em terra de ninguém e tentar 'latifundiar' ao outro, e disso tirar-lhe o máximo das potencialidades. A crise é de tomar como coletivo e normal expressões e vivências, tornando senso comum a hipocrisia, a maldade, crueldade, a parca carga valorativa na administração da coisa pública, que afinal, também não sabemos o que é.

A crise é identitária. De um povo que se reconhece pouco no espelho, que aperfeiçoou a arte de reproduzir banalidades e defender seus próprios e escusos interesses e está recebendo de volta o espelho de si = Candidatos que se debatem e deleitam nos erros do outro, e não levantam as questões primordiais Projetos = como, onde e porque realizar, mas sim sonhos utópicos, realizáveis na propaganda institucional.

Sejamos mais loucos para sonhar com algo melhor do que esse momento, mais suaves e realizáveis.  Afinal, é da hipocrisia generalizada do "quem eu sou", onde todos são "virtuosos pessimistas", que expandem na telinha o Estado (Nação) de nossos sonhos ...no horário eleitoral! #

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