Hoje de manhã, passei em frente ao muro do antigo CCA e percebi que pintaram de um verde bem clarinho a palavra "Saudade", com estes parênteses que formavam em minha mente anagramas de Adeus. Ou...Saudades suas. Senti um pesar indescritível! Sei, já escrevi a respeito antes. E sei das normas e exigências de urbanidade e respeito ao patrimônio público, mas não consigo deixar de lamentar.
É que os muros da cidade soltam mil sóis de mensagens e significâncias. Cartas jogadas em garrafas num rio urbano de lamentações e fúria. Mensagens marginas em busca do abrigo da palavra.Há inconformidade e vida pelos muros da cidade. Há arte, não compreendida, espremida em paralelas. Há saudade, paixão e sangue. E também lágrimas e bênçãos. Há sangue de gente que sente e transgride, por sentir.
É que os muros da cidade soltam mil sóis de mensagens e significâncias. Cartas jogadas em garrafas num rio urbano de lamentações e fúria. Mensagens marginas em busca do abrigo da palavra.Há inconformidade e vida pelos muros da cidade. Há arte, não compreendida, espremida em paralelas. Há saudade, paixão e sangue. E também lágrimas e bênçãos. Há sangue de gente que sente e transgride, por sentir.
"Se a música complica, a vida simplifica"
"Leila, eu te amo!"
..."sOL-TE"
"(S)a(u)d(a)des..."
Os muros são o diário dos marginais. Como os blogs dos cibernéticos e os caderninhos das mocinhas, na pré-adolescência. Cada mensagem com sua própria efervescência e força. Um dia destes, li um muro nas ruas do Jesus de Nazaré, com várias mensagens e uma mesma letra. A pessoa não pichou isso tudo em uma noite, mesmo pelos diversos estados de espírito das mensagens. Pensei: 'este, fixou morada, não é um andarilho sentimental'. Senti uma certa empatia, afinal, eu tenho uma morada sentimental: o aluanaodorme. Um lugar para pichar nas noites de insônia meus sonhos e versinhos, minha inquietude e intensidade. Um jeito mais covarde,até... não escrevo em muros. Mas "SONHO E ESCREVO EM LETRAS GRANDES ".
Banksy, politizado e fantástico. |
Confesso que acompanho um de muitos carnavais, antes mesmo de fazer nome pelo mainstream: Banksy. Um figura que não gosta de ter rosto, foge da ideia de ser visto,mas passa a mensagem pelos muros do mundo, em específico, Nova Iorque.
Aliás, quem sabe pinte novamente a palavra SAUDADE no muro do antigo CCA! É que, apesar de coberta pela nova tinta verde, eu sei e você sabe, vida...que ela ainda mora lá...
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