segunda-feira, 21 de abril de 2014

A dama elegante da Paulista (agora pronto) :)




A paulicéia desvairada, a cada fase, uma face: De quieta e lúdica à cheia e absurda. Em meio à ela, Museus...contanto um pouco de quem já foi.
Mas a discreta beleza da paulista se encontra mesmo sentada quase no final dela, em frente à um enorme Shopping: é uma casinha discreta, dos tempos coloniais, ainda com as características portuguesas (até o tecido do seu chão é bordado de ladrinhos portugueses! É a a dama elegante da Paulicéia desvairada.

A Paulicéia, por falar em história, tem muita beleza e poesia contrastante!  Poesia transcrita em Museus: Memória do que hoje somos. À noite, ela é um assombro, um sopro de ternura: Bordada de pessoas, luz,escadarias antigas, restaurantes ultramodernos ao lado de centenárias catedrais..

A litera- beleza da Casa das Rosas, a dama elegante e antiga da Avenida Paulista, lembrança perfeita do tempo em que a vida não era tão mutante. Dentro dela, "O progresso não exige luzes musicais", como disse Drummond, que troquei no livro de trocas dentro da sua feirinha, às quatro da tarde, num frio gosto de almas ávidas pelo encontro do melhor livro entre as relíquias alheias. Minha irmã achou uma aquarela com as poesias de Vinicius (que li  e lhe repassei com certo desejo, mas confesso, prefiro meu Drummond!) .

A dama de quem lhes falos, meus senhores, tem vida própria e interior:  Urge poesia! Saraus, declamações, exposições. Fora, como é vaidosa, tem enormes rosas que, condescendentes, emprestam sua beleza delicada à beleza desengonçada de turistas. Ao lado, um bistrô para leitura, café ou prosac, ao gosto do espírito poético de quem dela vai usufruir. Sentar lá, com sua leitura, e declamar para os seus, é inenarrável. Declamei para a mana. Foi tão charmoso! Ela me disse que não tinha ido lá, pois só queria adentrar na Dama elegante da Paulista (nome que lhe dei tão logo lhe vi), se fosse comigo. Alguém que compartilhasse não apenas o óbvio nela contida, mas a doçura. Sim, nós viajamos.

Saí dela apenas quando, doce, ela já dava bocejos de sono. Linda, não convidou ninguém a sair. Mas era a hora de visitantes e transeuntes perceberem sua delicadeza etérea, desejosa por serenar. Dama das antigas, não dorme tarde.

Fora, a paulista noturna é linda e enluarada por céus vermelhos...poesia urbana:Multicultural, multi ancestral, Multifacetada: Rock, blues, MPB e outras tantas misturas bem ao lado de veículos ensandecidamente rápidos. 

'' Narciso acha feio o que não é espelho", disse Caetano, ao centro da antiga boemia. É que, feto delicada pintura à óleo, misto de antiga e pós-moderna, São Paulo é bordada e pintada pelos olhar que a ela acaricia. 

E a dama elegante pincela a paulicéia, da forma mais bela e democrática, pincela a paulicéia descabelada de por tantos portes, com o sopro sutil da docilidade de continuar sendo quem se é: beleza elegante, intocada pelo tempo, a verter cultura,música, flores e poesia. 


* À Casa das Rosas, a Dama Elegante da Paulista, que educadamente, me recebeu com poesia, doçura e flores. E o sábado inteiro se pintou com sua beleza etérea. Só saí quando a dama elegante bocejou. De lá, casa e irmãzinha, trocar e declamar poesias. FOI PERFEITO. Obrigada, mana.  

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