sexta-feira, 22 de junho de 2018

Tempos Modernos






A última vez que fui ao mercado
Dei com seu João, cabisbaixo
Pensativo, lá, com seus botões...

Alguns dias depois, fui ao cinema
Percebi o quão triste estava a mocinha à minha frente
Parecia quase dormente
Tão nova, eu quase perguntei...

É, há uma delicadeza dispersa
Que cada vez mais desfaz o riso solto
‘Um bom dia ‘ ou verso louco
Que faça as pessoas falarem em amor...

E  ainda existem os sensatos
Gente de inexpressão
Que, ao olhar para o lado,
Não enxerga a dor de  um irmão...

E há ópio pra curar ou para enlouquecer
E pouco tempo para sentar
Conversar com um amigo ou ver o dia nascer:
Que tempos são esses - já dizia minha avó...

é difícil ser gente e construir no verbo e ação
Tudo que dizem que é felicidade,
e para completar toda essa ambiguidade           
também não a sei definir...

Mas, por teimosia, quiçá lealdade à poesia
Quero sempre falar no mistério e  alegria
Que é estar e ser, dia a dia, parte dessa jornada
E sonhar tocar o sol com meu belo par de asas

Encontrar a doçura tanta que  mora no azul...

Reverenciar , pois, no meio de um incrível mistério
Por uma força qualquer do universo
Existem estrelas e sol e cometas
Riso, borboleta, flor, luar e alegria

E muita coisa doida e linda pra viver!



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