A última vez que fui ao mercado
Dei com seu João, cabisbaixo
Pensativo, lá, com seus botões...
Alguns dias depois, fui ao cinema
Percebi o quão triste estava a
mocinha à minha frente
Parecia quase dormente
Tão nova, eu quase perguntei...
É, há uma delicadeza dispersa
Que cada vez mais desfaz o riso
solto
‘Um bom dia ‘ ou verso louco
Que faça as pessoas falarem em
amor...
E
ainda existem os sensatos
Gente de inexpressão
Que, ao olhar para o lado,
Não enxerga a dor de um irmão...
E há ópio pra curar ou para
enlouquecer
E pouco tempo para sentar
Conversar com um amigo ou ver o
dia nascer:
Que tempos são esses - já dizia
minha avó...
é difícil ser gente e construir
no verbo e ação
Tudo que dizem que é felicidade,
e para completar toda essa
ambiguidade
também não a sei definir...
Mas, por teimosia, quiçá lealdade
à poesia
Quero sempre falar no mistério
e alegria
Que é estar e ser, dia a dia,
parte dessa jornada
E sonhar tocar o sol com meu belo
par de asas
Encontrar a doçura tanta que mora no azul...
Reverenciar , pois, no meio de um
incrível mistério
Por uma força qualquer do
universo
Existem estrelas e sol e cometas
Riso, borboleta, flor, luar e
alegria
E muita coisa doida e linda pra
viver!
Nenhum comentário:
Postar um comentário