quarta-feira, 20 de junho de 2018

Enigmas do Espelho



Universo complexo, mundo disperso,
Tudo em que toco seria  o que realmente vejo?
Nem me lembro da última vez em que não duvidei...

É que o espelho me diz que do avesso é  como a face se parece! 
e que o rosto que ri na imagem
É um tipo de ‘eu ao contrário’...
 - Ou seria só miragem?

Então, por que será que a gente cresce
Sem se perceber ?...

Depois desta constatação,
dei de olhar desconfiada para o reflexo
Suspeito que a qualquer hora,  se moverá, per si
Alma que não movi,identidade alheia a mim...

- Deves me achar louca, bem sei.

E até confesso que já cometi loucuras
Perco tempo a entender cada ângulo de um quadrado
Há tanto cuidado, pois, no cotidiano de espelhos quebrados
 Tudo é avesso ou lado?

Será que fui para o verso errado
Da última vez em que te vi?
Será que num outro unir de verbo
Onde mudei o bater de minha asa

Tu ainda estás em casa?

Será que não estou dentro de um paradigma?
Ou existo num tipo de estranho enigma?
Numa Matrix onde nem mesmo percebo? 
Presa em metáforas,  

feito ‘Alice, através do espelho?’


* Por um detalhe no dia da minha despedida mais doida e doída (dar 'até breve' ao meu pai), sempre me perguntei se 'o bater de minhas asas' não poderia ter mudado esta despedida...

Com o passar dos (d)anos, muitos livros e até alguns filmes suscitaram questões parecidas...efeito borboleta, Donnie Darko, 'A dona da história', 'Feitiço no tempo', e principalmente "Alice através do espelho".

Este poema nasceu dessa dúvida, que vez ou outra me ocorre: onde estou é onde acho que estou? eu poderia ter feito algo para alterar um pedacinho sequer de algo? e se esse algo mudasse, quem será que eu seria agora? Será que em algum lugar, eu sou essa outra que eu poderia ser? quantas versões de mim eu poderia ter sido? ou sou? 

Será que eu algum lugar 'eu sou'?
é uma doideira existir. Suspeito.
Não note.

LUZ! :)

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