Todo dia que amanhece, anoiteceu noutro lugar. A vida precisa dessa alternância para semear, regar, arar. Somos produto e agricultores de nossa vida e desse mundo, coadjuvantes do todo. Veja que negócio louco essa coisa de ser...
Vejo os primeiros raios enfeitar o céu. É processual! Pouco a pouco o sol volta e revolta estações. Não há esforço algum na harmonia do universo: alternância e função.
Alternância,função, harmonia. Sem questionamentos, a vida onisciente segue o ciclo da natureza, esse arcabouço incrível de elementos que cooperam para a existência um do outro.
Exceto...nós. Ansiosos, inquietos e sedentos. Cheios de respostas ou dúvidas, poesia, pergaminhos e outras formas de fuga ou de encontro. Conceituamos e desvirtuamos, queimamos no fogo de nossas próprias teimosias e lágrimas.
Mas, sinceramente, não há saída, a consciência e o coração nos abençoou e condenou, concomitantemente. Cada um com suas próprias mãos, cheias de sementes: grão e oração.
Preciso de um "fazedor de amanhecer", Manoel.
A máquina mais defeituosa da natureza é a humanidade.
Mas, impossível não sê-la.
Até que volte a ser raiz, carbono,alma.
* Originalmente em: http://aluanaodorme.blogspot.com.br/2014/12/o-devaneio-do-amanhecer.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário