segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Da faxina de domingo (poemas antigos)














A maldição

Por maldição
Trago essa inquietude
Essa força, amiúde
Vontade de sorver o instante
Feito um bom café...

Essa doçura
E a vontade gigante
De ver o mundo brilhante
Luz e blues
Grande globo azul...

Trago essa voz que não sabe calar
Essa vontade tamanha
 de viver de verdade
Liberta de máscaras impostas
Sob falsas convenções...

Por maldição ou bênção
- Ou outra palavra qualquer! Que importa?
 Sigo arrepiada, inquieta...
Entre sonhos e teoremas
 Quase dispersa,  de tão absorta!  #




Ao louco da orla








O que tu vês, mestre?
Do que resolveste te abster?
Deste adeus à realidade
Liberto da complexidade...

Desfilas sob o asfalto quente
Com porte de um lord que não sente
E passeia em fogo ardente
Como em jardins, ao som de clarins...

Deita-se e olha...horas e horas
O mundo moer-se, acelerado, virar pó.
Chamam-te de loucos  - outros loucos
Cheios de seus próprios nós...

Alimenta-se quando tens fome
És todo necessidade, urgência sem ardor
Sem a ânsia de engolir – alheio
Um pião em torno de seu próprio eixo...#

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