sábado, 18 de março de 2017

Martha Medeiros e sua humana natureza...




"Sou capaz dos gestos mais nobres
nem eu consigo me aceitar assim tão justa
chego a parecer burra,
loira, pálida e profunda
nada me detém,sou a dignidade em pessoa
ninguém diria que uma criatura como eu pudesse ser tão boa,
uma santa,uma alma do outro mundo...


Mas se acordo atordoada,

sou capaz de armar um circo
solto fogo pelas ventas,
não resmungo, grito mesmo
ninguém me aguenta,
sou herege, estúpida, ruim como o diabo
me escondo em qualquer beco, rabugenta, bem no fundo do buraco,
a cara cheia de olheiras...


...argh!!Que sou de lascar quando quero

haja paciência e sabedoria ou pouco ou ego imenso
ou isso tudo para enfrentar o céu e o inferno a cada vinte minutos."

(Do livro "Poesia Reunida", 2008)

Gosto muito deste poema.

Primeiro, porque penso que, a depender do seu olhar, todos encontram-se com , à luz de um honesto espelho.

Sobre isso, digo: sim, eu me encontro nele, com ele, pois é preciso sabedoria para saber reconhecer-se, com sua sombra e luz particular. Ainda assim, é bom saber, sentir e refletir, no quanto há de luz em mim.
E em todos. E no quanto de bondade a gente tem para defender e cultivar em nós.

LUZ!  :)

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