quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Na beira da Cidade



As andorinhas da primavera
Beijam a manhã no céu
Amanhece sobre Macapá um sol bonito.
Tenho os pés molhados da última maré
Do amazonas...

(o rio de doçuras
Que carrego no peito)

Fernando, o Tejo não sabe abençoar!
Não tem São José na ponta da cidade
Não sente o coração pulsar sob os pés
De um sol ardente, nem tem as mesmas
Águas barrentas e castanhas...

Mas deve ser bonito o Tejo
Em mim, um rio inteiro sem memórias
O amazonas é um rio falante:
Conta causos, amores,
Deságua histórias!

Na beira da cidade converso com o sagrado
Vejo que tudo é matéria e arte
Nesse piso molhado e barroso
Encontro sentido
Sinto que sou parte!

E sinto,  num revoar de passarinho
As mãos de Deus sobre mim!
Numa carícia doce que não tem sermão.
E no silêncio manso que parece não ter fim

O vento canta uma oração...#


Sob as bênçãos do Amazonas.

LUZ!

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