domingo, 13 de dezembro de 2015

Meu Cantor Favorito Sumiu no Mapa - (Parte IV)

Fonte:http://oferrao.atarde.uol.com.br/?p=1778
Meu cantor favorito sumiu no mapa.   E, por mais um ano, conseguiu não ser sabido pelo mundo!

É, não foi coisa de avião na Malásia. Foi mais triste (e feliz!) : Cansou do mundo. Da tragédia de sentir em um mundo anestesiado! Aliás,  As melhores pessoas que não conheci se entristeceram ou foram feridas com essa dureza toda que a tudo ronda: Lennon, Renato, Cazuza...tanta gente! Isso sem falar na geração dos 27 anos.Enfim... nunca termina a lista, porque este ano já ganhou mais alguns.
É que o mundo não é escola. E, se parece uma penitenciária, a responsabilidade é coletiva. Mas, para cada um, é escola interna. E, se 'tem gente de verdade', falta também. Mas, a minha, "é talvez igual à tua": sou apaixonadamente violenta no sentir. Tenho indignações e latências que quase não cabem em mim! Como não caberiam neste texto.São tempos mínimos para quem tem um infinito dentro de si .

Mas, voltemos à questão: meu cantor favorito sumiu do mapa.

Não quis mais ser produto. Desistiu, desligou o botão das 'importâncias'. Ou, quem sabe, ligou o ''das verdadeiras importâncias". Chamam-no de pródigo, de louco, de endividado. Mas, poesia não se comercializa, senhores!  poesia come poesia. Não come cédulas, não engole células. Converso com ele às manhãs de domingo e nos dias mais duros e mais felizes. Hoje mesmo, mostrou uma canção antiga, pouco conhecida, que estou encantada. Sempre digo: '' Obrigada e não volte! Only you sabe ser".
O legal, o incrível, o admirável nisso tudo é: ele não morreu. Não se matou e nem foi morto pela realidade: abriu a porta e foi atrás de pasárgada, o universo paralelo dos poetas. Não desistiu da vida! Essa coisa bonita, que tem sol, chuva,arte, som,poema, tanto instrumental (como suas canções) e sensações! Simplesmente pegou a mulher amada pela mão e (puf!) sumiu. Deixou a profundidade de lado e foi viver a paixão morando na filosofia!

E a vontade? que siga o seu caminho, ande por onde o sol nasce e mantenha a certeza de que, ainda daqui, mesmo alucinadamente, tem muita gente que também não desiste de ser! E uma hora, pasárgada será pequena para nós todos, os capazes de sentir, os capazes de entender que a vida...
( Porque além de Pessoa, John, há Bukowski em Belchior. Que o diga:  "Vida, eu quero me queimar no seu fogo sincero" )   =)

sábado, 12 de dezembro de 2015

Alice


Trago a manhã
O canto dos pássaros
E o cheiro de café
para assim, fumar poesia! 

E quão psicodélico é o dia
Com os detalhes de vida no interior
Quase sinto o sabor...
Do sol!

Bebo o céu como refrigerante
Desenho vaga-lumes com o pincel
Escondo o tempo debaixo da manga
Uma árvore de enormes galhos, distante!...

Sou de comer nostalgias feito brigadeiro
No chá das cinco ou seis
E de pequenas em pequenas fantasias
Desenho umas tantas alegrias! #


" E o sol vem trazer...bom dia"
Assim seja! =)

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Oculto





O que somos e seremos
Desenhado já está?
O mistério do universo
é possível desvendar?

O destino são as cartas
Que jogamos... ou nos jogam?
Quem saberá responder?

O culto ao oculto...
amor, vida, destino!
Estavam traçados
 nossos moinhos?

Se a linha de chegada
é de eternidade ou partida
não existe spoiler, vida? #








quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Amo!



Ei, chuva...
Não sei dançar 
Pra te chamar!
Mas,  contemplo o céu
Espero que o senhor do pincel
traga um pouco de ti
 no amanhecer ou luar... #



Chega, temporada de chuvas! Chega logo. =)

Rega a dor


Deixa ...
Rego meus sonhos-flores
Com o rega a dor poesia
Faço doçuras pro dia
Passar fininho e manso
E o meu ócio e descanso
É não ressecar por dentro...

Deixa ....
Que o vento sopra macio
e o dia nublado é tão belo
torna  dezembro singelo!
pinta o céu de algum cinza
leva o azul pra algum lugar ...
e traz a chuva para acalentar! #



quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

A multidão e a Srta.Solidão.




Gosto de solidão!
Horas ouvindo um som
brinco com a vida,enfrento moinhos
embebedo sonhos com taças de vinho....

A multidão cega...
Impede, turva o olhar
Almas se esbarram e repelem
Perdem sem antes encontrar...

A multidão é barulhenta demais
Tudo o que diz – tanto faz
Quer apenas ser ouvida sem ser
Não silenciar e enternecer...

A Srta. Solidão, quando  me pega pela mão
Pede um olhar pro céu,  respirar o luar...
Ou aquieta em mim e afaga a alma
E dizem até que é irmã da calma...#



Porque 'Srta. Solidão' é boa ouvinte e companheira e merecia uma poesia de agrado,porque mesmo quando não é acompanhada irmã, é lúdica, espaço de criação interna. 
=)

De Ninar




Quero uma canção suave
Pra essa manhã que o sol beija
Com gentileza mansa
Uma canção que entre n´alma
Feito abraço de criança...

Alguma coisa pra acalentar
E ninar o mundo, tão acelerado!
Perdeu a bênção de serenar
Esqueceu como é ser quietado.

Quero uma canção suave
Para tocar no meu radinho de fita...
Uma rua antiga, aquele trem na estação
Uma melodia doce,otimista
para a menina em  meu coração...

Recordar de algo que mantenha a fé
De que a vida é simples e bonita
Que auxilie a remar a maré
De quem, por teimosia, acredita! #


Um dia bem aquarelado para nós! 
=)


terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Um mundo



Ali, entre o jardim e as estrelas
Dorme um misterioso universo
Que acorda à noite
Para prosear...

Liga um som e dança
Bagunça a casa com cinema
Bebe vinho e faz poemas
Só pra iluminar...

E sorri de tudo: conjunto!
O mundo e sua intensidade
E nesta dança, pesos e levezas
Se misturam, suavizam a gravidade...

E bailam, porque tudo é vida
saudade, riso incontido, letra contida!
E, por dentro,cultiva amor, luz e gratidão
a jóia particular toda forma de  emoção...#


Porque meu fantástico mundo de Bobby é  uma das levezas que salvam. E porque sempre me recorda que,de todas as coisas que podemos sentir, as maiores são : amor e gratidão, que convergem para a compaixão, o ensinamento mais difícil e profundo do rei do universo.

Recado à gerência




‘Justo a mim coube me ser!’*
Mas, que péssima gerente!
Que tipo de gente
Colocou-me em minhas mãos?
Se sou poesia sem rima
Em alguma perdida canção?

Sou louca, equilibro taças de vinho
Pelos livros que tropeçam
Em meu caminho
E amo como poetas ou trouxas
Sou o avesso do avesso
Um tipo estranho de louça...

Sine cera...escultura frágil
Que tropeçou
Em sua própria intensidade
Uma lua chuvosa, introspectiva
Que tem suas fases de luz
Seu próprio blues  e tempestade...

Mas, não sei me ser diferente
 aquietar é sempre  silêncio demais!
E eis, que a poesia me rasga em mil
Entontece e embriaga, é voraz!
Enche de álcool, desassossega a alma
... Não me deixa em paz ! #

*Porque madrugada adentro,uma insônia levou a um livro, mudei o roteiro e tomei  vinho ao invés de leite,chá ou suco.  Ô grande gerente do universo, cuide de tudo por nós, porque o senhor é melhor nessa coisa de conduzir,não é? ;)

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Pedido de Natal ( Em verso e Prosa)


Papai Noel!
Embala o berço de Jesus Menino?
Que é tão bonito presenciar
Ver a alma mais perfeita
Que já existiu se acalentar...

Monte uma árvore
Presenteie, dê-lhe um louvor!
Mas, em forma de amor
Pois ele não é vaidoso
Quer apenas estar conosco...

São Nicolau,
Contempla a luz de Davi!
Tão pequenino, nasceu , é Natal!
Pega tua charrete do mais longo frio
traz Jesus aqui, pro meu quintal...

Que, pequeno, tem flores silvestres
Lugar seguro para suas vestes!
Vamos cuidar do príncipe-menino
Embalar sua cadência
Morar no jardim da inocência...

Papai Noel! Um pedido a mais!
Pergunta-lhe dos seus sonhos
Seus mais puros planos de felicidade
Deixa que seja risonho e real
Contemple a beleza de sua humanidade...


#

Meu amigo! Que você tenha dias felizes, que entre em mais lares que o habitual, que alcance mais corações, mas que também ria de uma piadinha suja, passeie em uma noite enluarada (será que já ouviu Belchior, Chico, Cartola, João Gilberto,João Bosco, Toquinho, Jobim?...Acho que sim, dizem que seu pai é brasileiro! tem mais gente aí, quem sabe você os ouça pessoalmente). Que roube a charrete de papai noel, como adolescente, que voe desgovernadamente pelo céu, que sorria, que pegue alguma de suas Marias - a mãe ou...amiga-  e saia para ver uma cantata, não por vaidade, mas porque é lindo olhar tanta esperança e luz, tua semente mais florida.
Que seja um pouco humano, para ser ainda assim, tão lindo, tão possível. Eu sei que o sorriso e o amor são suas vestes ! que elas te sirvam, não por egoísmo, mas por exercício de sentir.Vem me visitar, qualquer dia! Se puder. Quero te abraçar e agradecer, mostrar umas flores no jardim, uma ou outra estrela pela qual converso contigo, te mostrar uns livros que gosto...e te ouvir um pouco, porque sempre és um lindo conselheiro. Sei que tem muitas pessoas bacanas em nossa cidade para conversares e que, diferente de mim,és popular e chapa de muitas pessoas,  que ficas à vontade em multidões, então, fica o convide, meu amigo. Mas, se não puderes vir, porque nessa época, os compromissos sociais são muitos, pode vir qualquer outro dia, sem tanta luz ou pompa, que aqui a casa tá sempre à tua espera, cheia dessa coisa bonita chamada fé. Arde o tempo inteiro! 
E ó: Nada de cruz! abraço de mãe, colo de pai, sorriso de criança, passeio com para contemplar a estrela de Davi...diversão e sorrisos! 

=)


Sobre o Universo, Bilac e Belchior...

...e uma alma enternecida por ser contemplativa.

"Ora, direis: Ouvir estrelas?
Certo perdeste o senso! - Eu vos direi, no entanto...




...enquanto houver espaço,corpo, tempo e algum modo de dizer não, eu canto!"




Hora de ver a estrela-sol ( que não é minha estrela favorita,rs).

=)




Mais!



Sou jardim em sol de equador
Flor que resiste à temporais
Sou medos abissais
E, ainda mais...amor!

Inteireza que guerreia com o mundo
E não espera amanhã para sorrir
Mas não se furta de entristecer
Sentir a vida alucinar e comover...

Mas não sou ainda tanta coisa!
Sonho, dou as mãos ao tempo
Aceito que a limitação
é coisa muito humana, de momento...

Sou dia  nublado, com raios de sol...
E descoberta curiosa, grata por viver
Sou aluna desajeitada, irregular
...mas sempre capaz de aprender! #


sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Reza Pagã



Mãe, acende a luz
Que tenho medo...
Aquece a noite com tua paz!
Conta o seu segredo...

Ó, bruxa-mãe!
Feiticeira,tempo!
Dona das marés
E até do vento...

Mostra, diz a todos
Que o amor...é tanto!
Que, de tão estranho
é o elixir dos loucos ...

Engole  o tique-taque! 
Explica o antinatural
De ser tão frágil e  efêmera
e abrigar o  imortal? ....#

Uma reza esquisita, 'como quase tudo na vida'. 
 =)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Morada



Passos sós
São os meus
Pela estrada...
Acolhi a solidão
Por  (na)morada.

Junto a ela
Sou letra sem rima
E uma canção rouca
Que escorre!
Ganha o céu da boca.

Medo e coragem
Tanto amor na bagagem!
São a força e as vestes
Que,  incontestes
Pintam a paisagem...

Sonhos loucos
são do que me enfeito
Meu coração é  poesia!
E só resiste à vida
Deste jeito... #



Porque a(dor)mecer  é com poesia. 
Viver é com poesia.



quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Furacão




Esse furacão!
Sonhos e confusão
Alma densa e líquida
Escorrendo pela palma da mão

Esses olhos que só sabem
Olhar para o céu e contemplar o luar
E  crê no desconhecido
Sabor de ser e encontrar um lar...

Esse bicho leal, que à pele rasga
Que não sabe vestir máscaras
E vê ternura neste mundo hostil
Que se recusa a embrutecer
E ter um coração sombrio...

Essa vontade louca, inconteste
De trilhar o caminho da calmaria
Esse turbilhão que emana calor
Aquece o peito e ama sem pudor!

Esse furacão!
Que encontra guerra e abrigo
Dentro da sua própria solidão
Que  não abre mão de descobrir e  ser
...esse botão que ainda não sabe florescer....#

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Tentativa




Tentei matar!
Essa chama bruta
Essa dama cheia de emoção
Essa lua avariada, louca
Dentro de meu coração...

Tentei ser mais calma,
Mais plácida, menos abissal
A mais mortal das humanas
O mais normal dos bichos
O ser mais racional!

Remei contra a correnteza
De ser carne que sangra e sente
Que escreve poesias às madrugadas
E tem o peito inquieto, ardente
E alma deslumbrada, inexata...

Rasguei poemas para baixo do colchão
Queimei a chuva e afoguei a ilusão
Pedi aos céus  outro modo de me ser
Que tornasse e fizesse mais estática
Qualquer coisa mais clara!

Mas, que tolice! – A lua,imperiosa, disse:
Madrugada, acenderei a escuridão
Escreverei no céu da vida com tua mão
Pois cedo salvei a alma da menina
E agora, poesia é sua sina...

 #


Um amor chamado...poesia.
A mãe da canção e a filha do amor.
Meu alimento! 

A lua não dorme!


Lua escandalosamente ardente!
Que não cessa de queimar
Incendeia medos, viram poemas!
Jeito mais sutil de transbordar...


Nunca apenas metade
Sempre em fases tão plurais
A desvendar internas teorias
Amor e medos abissais!

À noite, dama do céu
Companhia de um manto estrelado
Sempre latente a pulsar
Esplendor que sabe derramar...

Sutil, tão sutil! 
Face delicada a refletir o sol
Apenas uma entre tantas do universo!
... Eterna guardiã destes versos! #


Para uma lua que fez falta!  parte de mim que respeita à minha necessidade de ludicidade e inteireza.
Para uma lua que sempre salvou meus dias,minhas madrugadas, os sonhos que os livros me trouxeram. 
Para uma lua que, mesmo quando era apenas um projeto, desenhado,rabiscado em páginas de caderno, há alguns anos atrás...já existia dentro de mim.


Porque poesia não dorme! Passeia pela vida.

domingo, 13 de setembro de 2015

(Tamanho)



Ainda não caibo
E talvez não encaixe em canto algum!
Sigo a vida
Entranhamente estranha..

É solitário,(só) eu sei.
Mas vou te contar...
Foi, a chuva me contou um dia
Que desaguou para o mar
Pois no céu já não cabia...

E a flor saiu da semente
Pois a estação
é o agir do tempo
E o tempo muda a gente...

E 'lugar' não é conceito igual
Em ponto ou espaço algum
Veja, é tão plural!
Mesmo estrelas se movem no espaço
Nada é senso comum...#




domingo, 6 de setembro de 2015

Navegante


Dentro de meu coração
Mora um rio...
Tranquilo...revolto
De marés abstratas 
a brincar com o vento...

Navego-me.

Quanta correnteza habita?
A todo instante: vazante e preamar
Um riso, uma lágrima contida
Tanta já vertida! 
Quanto ainda há?...

Por horas o vento enamora de mim
Penso que desaguarei, sou mar
Num tipo de ritual sem fim
De onde a vida habita e se transforma
E pelo sal, renova...

Navego-me.










sábado, 5 de setembro de 2015

Confissão



Sabe,

Existe um abraço que eu não te dei...
Um sorriso que não guardei
E uma bênção que se ausenta
No bom dia matinal...
É que saudade não sai no jornal
Como não mais as paisagens
Que tu contemplaste...

Sabe,

Existem coisas que não te contei
Das ausências que moram aqui:
Saudade de  ver
 teu cabelo cair, rarear, embranquecer
Os anos mudarem a face tua
Ou mesmo só passear pela orla
Tomar um sorvete e contemplar a lua...

Sabe,

Às vezes  esqueço que não tem como chegar
Pego o carro e corro para o CCA
E olho, distante...tento encontrar
Qualquer detalhe a mais nas paralelas da vida
Um milagre, descuido no tempo-espaço
Que me permitam  sair do poema

Atravessar e pedir para chamar  o Prof. Vilhena...#