terça-feira, 10 de outubro de 2023

Código Primeiro


 
Sobre a derradeira lei, o amor primeiro?
Confesso: Quase ignoro seu código de aperfeiçoamento
Vivo de desenhar espaços para perceber
Olhar para os seus e pedir...Pai, me ensina a aprender...

é que,

Criada sobre a regra do 'açoite'
E ensinada às avessas 
A me quebrar inteira
Por outros, também estilhaçados

Entre literais mortos e feridos, por todos os lados
Cada afeto me foi cobrado:
De olhos elevados, peço: Valei-me,
 Nossa Senhora dos Corações Quebrados!

Também nos perdoa
Pelo que não pudemos conter...
A natureza humana, estranha que é
Chama de amor, confunde crimes, estende castigos

Veja que perigo: 
De quantas lágrimas se constrói o mar que leva ao verdadeiro adeus?

Doeu...doeu...

Até sarar, virar entrega
Poesia que se concretiza no dia a dia...
Afinal, 'somos quem podemos ser'
A vida é mesmo de se viver...

E finalmente, está tudo bem.

É daqui que nasço: entre tantos códigos, redescobrindo o Brasil!
Acredite, faz mais sentido do que parece
É mais coerente do que qualquer poesia concreta:
A alma chega...encontra com uma luz in blue,

Que anuncia o tempo de portas coloridas e abertas....

Eu pergunto a uma flor:
"Quem modelou teu rosto?
Quem viu a tua alma entrando?
Quem viu a tua alma entrar...?"

E da resposta, aprendo o primeiro amor e sinto a alma descansar:

" Em um Deus assim eu posso confiar"




#

Esse poema tem tanto de mim, da terapia, das coisas bonitas que colar vitrais é capaz de fazer com cada um de nós...e eu desejo para você que lê o mesmo amor que eu recebi (mas só que do jeito que for bom para você), para aprender a colar seus pedacinhos quebrados...afinal, diz uma antiga sabedoria japonesa chamada de 'wabi-sabi', que a beleza das coisas  é justamente a imperfeição...mas corações inteiros sabem ser melhores para outros corações inteiros...lembrando que ele é músculo, precisa exercitar, para aprender a pulsar sem bater. 

Além da própria música do Legião, este poema tem muita influência de uma Crônica chamada 'Vitrais', que é do Rubem Alves, inclusive a última frase veio a compô-lo, com as devidas aspas. Recomendo a leitura aos visitantes desse blog, que tem mais acessos do que esta poeta faz por merecer, pela demora de postagens: gratidão aos insistentes:

Mas a vida é para dos insistentes, afinal. <3

3 comentários:

  1. Topei com a sua história contada em verso e gostei. Parabéns pela criatividade persistente de sempre.
    O "meu" Evangelho segundo JC continua sendo bem cuidado?
    Bjo! tq

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    1. ahhahahahaha! Antonio Quintino, quanto tempo! Continua guardado, mas sobretudo, foi lido e partilhado nas rodas de leitura.Por esforço de memória, fui ver aonde estava na minha estante, e estou com ele em mãos, agora. Legal te ver por aqui, obrigada pela partilha. :)

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  2. Fico contente pela sua partilha. Partilhar livros não é dividir, é multiplicar.
    Mas "deixando a profundidade de lado", aceita um café ou coisa assim? Me interessaria saber o que esses quase 10 anos trouxeram de mudanças (e permanências) para você. Se nutrir do mesmo interesse, me chame e combinamos: tony_quintino@hotmail.com. Bjo!

    P.S.: Li (e reli) o seu 80 anos. Achei bem interessante e vale o debate.

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