Não quero lhe falar de quem sou!
Há sempre algo que falta
Ou que fica encoberto
Na fina poeira da estrada…
É que, feito a roseira de minha mãe,
Eu também já fui cortada.
Sei apenas do que toco
Das canções que ouço
E dos livros que li
Dos abraços fortes que doei
Dos amores brutos,
e lágrimas que já verti…
Conheço bem as marcas da pele
No canto dos olhos e o corte na garganta
Que, da dor, trouxe a liberdade
Do sussurro mais rouco e do grito
Que me corta a boca
Quando o peito arde.
Ah! Não ouso lhe falar quem sou
Os rios que mergulhei
moldaram minh´alma
moldaram minh´alma
E emoção de menina do interior
Que sustenta o mundo debaixo do olhar
Que às vezes, muda de cor.
Aprendi a dizer adeus
Num dia qualquer
Entre junho e Dezembro
E que minha maior saudade
Mora no céu dos poetas
E, às vezes, me abraça,
Com o cinza da tempestade…
Não quero lhe falar quem sou…
Estou sempre a dizer adeus
E abraçar os meus,
Num gesto quase involuntário!
Que sempre agradece e celebra
Pois sabe o quanto o amor é raro…#
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