Deixo ao tempo o dom de cuidar
Das coisas que desaprendi de guerrear
Não quero mais ‘andar na contramão’.
Aceito
As coisas que acontecem para além da simples
razão
Porque acredito no amor da criação...
Já não quero mudar tanto o todo
Somos o que podemos e o que escolhemos
acolher
De tudo que nos achega
E cada um está buscando amor como melhor lhe
parece a vida
E goza e padece de sua própria lida...
Confio.
Não porque a vida seja apenas a mais pura
claridade
Ou tenha alcançado o nirvana
- Pelo contrário, ainda anoiteço
Mas cuido com delicadeza das sombras que se
achegam
Acolho, trabalho e cresço.
É, agradeço.
Toda raiz precisa até mesmo do mais intenso
temporal...
E com isso, a beleza do todo me alcança
A menina que me habita dança
O oceano da vida se abre
Para que possa navegar com a realidade como que realmente é
E como sou, e às coisas que quero cultivar
E de saber e perceber o quanto isso me liberta
Sou mais feliz no agora do que jamais
fui...
#
Durante muito tempo, fui muito escrava das minhas expectativas acerca da realidade. A romancista e poeta que me habita desejou ardentemente certas sensações e sentiu muito quando a realidade veio em contrário.
Leva tempo para aceitarmos a beleza da simplicidade: O que é. A vida. A gente. O mundo. Mas essa percepção é poderosa e, confesso, um grande prazer. E eu desejo para mim e para você que me lê essa beleza...a de perceber, confiar no amor da criação e navegar... e dito isso finalizo com outra forma de poesia...a bíblia, com sua linda mensagem de que "Os que confiam no Senhor são como os montes de Sião, que não se abalam, mas permanecem para sempre" (Salmo 125,1-3).
LUZ!
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