segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Efêmero


O ar que escorre, fluído, pela garganta
O som que ecoa do passarinho que canta
O vento consome o carbono do pé
Tudo é vida escorrendo sua maré:
Até os tempos de já não mais ser...

Não mais ser  gente, ar, passarinho
A uva envelhecendo foi virando vinho
Tudo que é matéria segue transformando
O rio que seca é o mesmo que está transbordando...

E a vida segue, sequência de" não-ser-sendo"
E a gente muda, mesmo não sabendo
As roupas poem, o joelho dói, o coração acresce
E o peito adormece pra ainda bater...

Poetas, loucos, bêbados e inconsequentes
Juntam-se para beber da mesma fonte:
Não ajustar a alma num único corpo
Não ser ainda assim tão pouco....

E o relógio bate com a sequência de um martelo
Somente foge quem aprendeu a aspirar 
                                         A efemeridade inalcançável de tudo que é belo
                                            E seguiu na trilha do mistério inalcançável:
                                           Viver é  flertar com o efêmero indecifrável! #





 "Ora direis, ouvir estrelas? certo perdeste o senso, eu vos direi, no entanto: Enquanto houver espaço,tempo e algum modo de dizer não, eu canto!" 

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