segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Parei de respirar
Pra ver teu bloco passar
Calei
Chorei pra brisa o fracasso
sorri pro espelho

 E foram teus sorrisos
Que mais ficaram no sabor da minha boca
bebendo lágrimas
em goles fartos de ausência pela tua doçura...

A eternidade numa casca de “noz”
Uma redoma de vidro formou
Pois eu me matei pra vida
Pra ver cicatrizar essa ferida...

séculos estão passando
ventos vão soprando
Modelando paisagens mais amenas
Reaproveitando destroços
Pedaços do que foi tão nosso...

Diz-me então... o que é o tempo?
Senão substantivo
 não substancial
Que nada sabe
Desta vida o que é real...#

4 comentários:

  1. "Diz-me então... o que é o tempo?
    Senão substantivo
    não substancial"
    Adorei a definição.

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  2. ciranda



    o vôo plumário
    da ave-paraíso
    sob um céu índigo glabro
    onde espumas na neblina
    rosáceas luas de cálcio

    ver a
    lamparina de alumínio
    entre irisantes libélulas
    ao limiar da primavera
    num silêncio de garça

    já as nuvens
    entre nuvens
    plúvias de grafite
    cobrem a varanda
    de papoulas

    ah ! ciranda de libélulas !
    noutros ventos alísios
    flutua a auriflama
    à deriva

    entre estrelas de nácar
    turvas asas de seda
    de um (a)mor cego
    nas órbitas fímbrias
    do arco-íris
    iluminaria
    a minha língua

    como um colibri
    em equilíbrio oscila
    no labirinto de lírios
    e brincos de princesa

    - um cenário à beira-céu -

    risos em multilabros
    num fragmento de sopro
    a soçobrar no vício
    em sigilo

    nossos dias rudes
    sobre a têmpora da tarde
    deslizam como um negro cisne
    no lago vítreo

    a trégua do escar-
    céu cristalino de
    liras em tramas
    sobre um mar de náuseas
    neste espelho d’água
    que se move
    em (re)colhidas
    pálpebras

    donzelas em flores
    como pássaros que se vão
    as copas das grandes árvores

    em declínio
    este sol em brisa
    nu sobre as vértebras

    ventre trêmulo
    em silêncio
    do orvalho em meus ossos
    de argila

    entre lábios
    sílabas falésias
    se estendem
    sobre o mármore

    do mar
    este mar
    nu sobre as vértebras

    onde a ave-paraíso (re)
    pousa na paisagem
    e intriga

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  3. Fabiano...eu tenteii definir o indefinível...então,joguei ao vento o que o coração estava batendo e apanhando...rsrs...
    obrigada poeta , tua opinião é deveras importante para mim!!! =)

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  4. Luiz Gustavo... bem vindo! Obrigada por vir conversar comigo em poesia! Conheci teus blog.s, e passo a segui-lo tbm!

    "- um cenário à beira-céu -" foi o que vc pintou em verso!
    Um beijo!

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