sexta-feira, 26 de abril de 2024

Conversas com Manoel ( Diálogos inconclusivos com Manoel de Barros)

 

 

 
Eu não sou perfeita, não sei o ser.
Faz parte, desde a planta do pé
Nasci com ‘piso’ errado
Desde então, vivo de senso contrário
 
Confesso: Adoro tempo nublado...
 
Banho de rio em tempo chuvoso
Vinho gelado, gente maluca
Crônicas anacrônicas
Initeligentes poesias...
 
Gosto de coisas inexplicáveis
E pessoas improváveis
Não saber, só viver:
Perceber o desenho do destino conformar corações...

Das histórias da feira maluca
Da fé das velhinhas da igrejinha...dos ditos ditados de vó!
- Confesso:  já sei falar biblioteca
Mas ''bliblioteca''' é bem melhor... 
 
O vício da imperfeição me alimenta
Ainda não sei bem o que isso que dizer:
Da perfeição, só conheço algo:
O amor de Deus...
 
Mas recebi teu poema torto, Anjo. 
Por uma vírgula de tempo não me apaixonei por ti: achei lindo!
Também sou fraca para elogios, sabe, Manoel?
Vejo como é bela a palavra 'imbecil'.
 
E digo outra: Boboca.
Como é bonito ser boboca
Uma pessoa abestalhada
Sem malícias para a vida...
 
Dito isso, encerro agora:
Inconclusivamente e de olhos marejados
Também sou fraca para poesias assim: 
Tão cheias de coisas que importam para mim...

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De dialogar com a poesia de Manoel de Barros, "Tratado Geral das Grandezas do Ínfimo".

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