Eu não sou perfeita
Não, eu falo palavrão quando corto o dedo
Tenho o lábio torto e o coração bolorento
- Faz século que suas batidas não tocam uma canção...
De tanto ver o que ser pessoa é capaz
Tenho medo...acordo o dia com um pai-nosso
Para perdoar e esquecer
E também para que me proteja de me ser...
Afinal, eu não sou mesmo perfeita
Perdi o medo da luz e da escuridão
Tenho mais medo da bandeira nacional que de cemitérios
E não acredito mais em bicho-papão...
Nas lições de Bel,
Não mais aceito que me apontem a luz do sol
Pois aprendi que meu coração é um bom farol
O certo é que me parece coerente e bondosa comigo
- Afinal, eu também sou gente-
Mas, não quero ferir ninguém deliberadamente
Solto uma a uma as pedras de minhas mãos
Abro espaço para as flores habitarem onde havia feridas
A vida assim é mais leve...mais plural, arejada, bonita...
Hoje só quero das pessoas o que puderem me dar
Caminho para chegar onde for confortável e feliz - bem- amar...
A casa que habito, enfim, organizou espaços, amores
perdeu o medo da chuva, recuperou infiltrações
E hoje perde o medo e abre as portas à novas emoções...
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