As coisas têm alma?
Têm alma a mão que afaga?
O verso tem o afago?
Quanto eu deixo? quanto trago?
Alma é consciência?
É o que sai, quando o corpo falece?
É a essência do café matinal?
É o beijo de amor real?
Alma és tu,
Deus?
Sou eu, feita da poeira cósmica
Pela tua vontade e imagem?
Eu sou um conceito dogmático que impõe ao Universo respeito?
Alma é a essência, então, do Direito?
A poesia, sempre tão macia, responde: "Os lírios não nascem das leis..."
Alma é atributo humano?
Então os peixes não têm vez?
Como podes dizer isso, pessoa?
E viver numa boa mergulhado na foz do Araguari...
Eis-me aqui, neste ensaio:
tudo é alma.
A desconexão é a mãe da crueldade
Somos infinitos entrelaçados
existenciais coabitantes de um planeta que pulsa
dignidade...
Por isso está em paz
E bem coabita
Toda mão que dá a outro coração
A condição de também ser.
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