Usar relógio, subir pelo elevador
Por pouco, amor,
Não prendi os pés do poema no chão de concreto
(E o poema, assustado, calou)
Pois, Tu sabes, benzinho,
A poesia tem quês de céu:
Não aceita ordinariedades elegantes
é clichê, bem breguinha: pura sensação...
O verso carece de sol e de lua
Dia de maré alta, tempo de chuva
Beijo na boca, paixão molhadinha
De bem-te-quero (tanto)
Sem frio na barriga
Não há dicionário que risque e acenda
Um trago qualquer de poesia!
Mas, para minha alegria
Teu beijo me aconteceu,
Uma lua acendeu
O tempo correu
E parou p´ra nos ver
E parece, benzinho,
Que é esse o teu efeito colateral:
Tira os meus pés do concreto, derrete o poema
Tempera o meu sabor com o teu sal
E assim, eis-me aqui: bem poeta,
bem boba de palavras de bem-te-quero (tanto)
Cheia de tesouros do cotidiano para te contar
Depois que a noite chegar
E gente enche as marés da lua cheia (*****)
O Amazonas é pouco pra toda liquidez desse querer
Dessa emoção!
Coisas de paixão...coisas de paixão...
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