Quase disse a Drummond que a palavra viva
é meu dom.
Mas, também, minha maldição (Como toda
poeta errante, não sei distinguir)
E que chorei, sentada no chão, depois de
ir ter com Clarice, tão comovida
Com seu menino escurinho, que pedia
doces.
Dia desses, acordei, plena madrugada, só
para conversar com Rubem
Sobre ipês, Ostras, pérolas e luas, e
nestas mesmas horas, sussurrei a Neruda
Que para nascer, também nasci. Mas morri
muitas vezes para viver…
Notívaga como Bispo, de papo com as rosas
(bêbadas ou de jardim), como Alcy.
Acho que tropecei na mesma pedra dos pés
do poeta, Carlos
(sempre,novamente, aqui)
Confesso que, dia desses, quase tiro
Alcinea de dentro daquela paisagem antiga
- Só para conversar, tomar um
café.
E até pedi a Maria Ester para me explicar sobre encontros e desencontros,
nós, que sempre perdemos a hora.
E até pedi a Maria Ester para me explicar sobre encontros e desencontros,
nós, que sempre perdemos a hora.
(Por Deus, sorte e poesia, posso mesmo fazer isso)
É que ando tão cansada.
E nesses dias, a poesia salva. A palavra redime
e limpa.
Torno a ser Quem sou
– esse bicho humano, lívido,com fome e com sede,
Cheio de amor. Esse formato inexato, perdido
entre filosofia, livros e cactos
- Várias vezes confessei a Martha: Acho
que também não sou daqui.
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*Foi porque me influenciei muito por Isnard Lima, a quem a poesia tinha muito de prosa.
Isso me disse minha amiga Ester, que felizmente, está na vida e no poema.
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